Para ajudar no estudo de vocês, elaborei essa matéria com os principais links aqui do blog que podem auxiliar na construção do conhecimento para nossa AV1.
Esta matéria é para todos aqueles que querem entender um pouco mais sobre como funciona nosso sistema nervoso e, principalmente, o nosso cérebro.
Também é para aqueles que chegaram agora às minhas disciplinas de neuro, como meus alunos da Psicofisiologia, e estão contando com ajuda divina para acompanhar o conteúdo avançado, rs.
Calma!
Selecionei uma lista de links aqui do blog que podem ajudar bastante nesses primeiros passos para construção do conhecimento em neurociências.
hoje encerramos a tríade de matérias sobre Memória e Aprendizado.
As duas primeiras, em ordem, vocês podem ler nos links abaixo (recomendo a leitura delas antes da matéria de hoje, vai fazer mais sentido a discussão):
Hoje vamos falar um pouco sobre perda de memória e amnésias, e depois, finalizando a tríade, falaremos sobre reconsolidação e a extinção de memórias, um assunto fascinante.
Primeiro, não podemos confundir esquecer alguma coisa com problema de memória.
Conforme combinado na semana passada, segue a matéria com os links aqui do blog que podem ser úteis para vocês estudarem para AV1.
Apresento os links em uma ordem parecida com a ordem de conteúdo trabalhado em nossa disciplina, mas vocês podem utilizar na sequência e quais preferirem.
Agora vamos um pouco mais fundo, entendendo os tipos de memória e quais regiões do nosso cérebro e encéfalo são responsáveis por elas.
Este resumo é baseado no capítulo sobre aprendizado e memória do Livro de Neurociências - Beer e também do Capítulo sobre aprendizado e Memória do Livro Neurociência da Mente e do Comportamento - Lent.
O aprendizado e a memória são, essencialmente, adaptações da circuitaria encefálica ao ambiente, ao longo de toda nossa vida.
E o que isso quer dizer? Quer dizer que nosso cérebro armazena informações sobre as experiências vividas para que possamos responder da melhor forma possível quando se repetir. Ou, para que tenhamos nosso próprio arsenal quando precisarmos de informações para elaborar uma resposta a uma situação diferente, nova.
Vamos aprender um pouco mais sobre essas funções incríveis do nosso cérebro?
Este resumo e os próximos dois que publicarei são baseados no capítulo sobre aprendizado e memória do Livro de Neurociências do Beer e também do Capítulo sobre aprendizado e Memória do Livro Neurociência da Mente e do Comportamento, do Lent.
Vamos definir esses termos primeiro:
Memória: processo pelo qual adquirimos, formamos, conservamos e evocamos informações.
Aprendizagem: processo de aquisição de informação.
Evocação: lembrança, resgatar e trazer à tona alguma memória.
A neurociência considera, hoje, que nosso conjunto de memórias forma nossa personalidade. Somos, hoje, uma construção baseada em nossas experiências, nas pessoas que encontramos ao longo do caminho, das escolhas que fizemos ou deixamos de fazer, de tudo o que vivemos até o momento.
Mas Bruno, e a genética da pessoa? Não é a genética que define?
Pessoal, a genética tem grande influência, mas muitos casos, se não todos, a influência do ambiente em que a pessoa se desenvolve, o ambiente que a criança vivencia, acaba influenciando mais que a genética.
Para exemplificarmos, pensem na seguinte questão: O que acontece, normalmente, com uma criança que cresce em um ambiente hostil, com violência, com agressões?
Na esmagadora maioria das vezes, a criança cresce introvertida, com problemas de ansiedade e/ou depressão, apresentando sinais de agressividade.
Lembrem-se, crianças se comportam como esponjas e são espelhos das atitudes das pessoas que convivem.
Esponja porque absorvem todas as informações à sua volta, espelho porque imitam, literalmente, os comportamentos que observam (lembram dos neurônios espelhos?). Então, uma criança que cresce em um ambiente hostil tem a grande chance de se tornar um adulto hostil, mesmo que sua genética seja a da pessoa mais pacífica do mundo.
Porém, essa conta não é exata, e existem diversos caminhos a serem seguidos por qualquer pessoa.
Quem ai nunca virou uma noite estudando e dormiu poucas (ou zero) horas antes da prova?
Mas acho que tem outro exemplo que deve englobar mais pessoas, rs. Quem ai nunca ficou a noite inteira em uma festa e foi "direto" para o trabalho/estudo?
O que eu sei é que todos vocês que já passaram uma noite sem dormir ou dormiram pouquíssimas horas, notaram que no outro dia a atenção não é a normal, sendo que algumas tarefas simples podem se tornar difíceis. Aposto que notaram também a alteração no humor, porque a paciência praticamente desaparece nesses dias pós noites mal dormidas.
Mas e sobre o primeiro exemplo?
Faz sentido passar a noite toda estudando para uma prova que tenho amanhã? Ou será que se eu estudar algumas horinhas a menos e dormir bem eu tenho mais chance de lembrar os conceitos na prova?
Vou deixar vocês responderem com o vídeo fantástico que explica a relação entre formação de memórias (ou, como aprendemos) e o sono:
Eai?
Conseguiram entender um pouco melhor o papel do sono na formação de nossas memórias? Imagina como uma pessoa que sofre com algum distúrbio do sono deve sofrer para formar novas memórias e aprender coisas novas?
Comentem a opinião de vocês acerca das perguntas da matéria e também os pontos que mais chamaram sua atenção no vídeo!
Sabadão é dia de neuro sim. Bora fazer novas sinapses.
A matéria de hoje tem como base uma discussão apresentada no artigo "Resposta ao Estresse: Homeostase e teoria da Alostase.
Sempre que falo de estresse, as pessoas já pensam em passar raiva. Não que as raivas que passamos não sejam por si só uma fonte de estresse, mas quando cito estresse aqui é no sentido de qualquer coisa (mudança de temperatura, por exemplo) que tiram o nosso organismo do seu equilíbrio.
Esse equilíbrio interno do nosso organismo é chamado de Homeostase. Pensem: nosso corpo tem uma temperatura correta para funcionar (37 graus), e ele se mantém nessa temperatura independente da temperatura do ambiente em que nos encontramos. Olha um exemplo bacana para entender um agente estressor: um ambiente a 20 graus exige que a fisiologia do nosso corpo se adapte para conseguir manter os 37 graus que precisa.
Isso acontece com diversos parâmetros e mecanismos fisiológicos, e o conceito de homeostase fica mais interessante quando utilizamos a expressão equilíbrio dinâmico, porque a todo momento, mudanças externas (meio ambiente) e internas (nossos próprios órgãos e sistemas) exigem que algum parâmetro se adeque à situação para que o corpo continue funcionando de uma maneira saudável.
Hoje vamos falar um pouco mais sobre sinapses químicas e, principalmente, sobre como as substâncias psicoativas conseguem afetar o funcionamento do nosso cérebro através dessas sinapses.
As sinapses químicas possuem algumas características básicas: o neurônio que manda a mensagem (pré-sináptico) não tem contato físico com a célula que recebe a mensagem (pós-sináptica, que pode ser um neurônio, um músculo ou uma glândula), esse espaço entre elas recebe o nome de fenda sináptica. Por conta da fenda sináptica, é necessário o uso de um mensageiro que consiga chegar até a próxima célula, esses mensageiros são os famosos neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina.
Esse é o ponto, o neurotransmissor!
As substâncias que atuam alterando o funcionamento do nosso cérebro, acabam recebendo o nome de psicoativas. Eu sei que quando você lê psicoativas já pensa em maconha, cocaína, LSD, mas tudo que altera o funcionamento das nossas sinapses (e consequentemente do nosso cérebro) leva esse nome, então entra aqui o álcool, a nicotina, os antidepressivos, os ansiolíticos e muitas outras substâncias, inclusive de uso diário, como a cafeína.
Assim, para uma substância conseguir alterar nossa atenção (ritalina), nossa coordenação (álcool), nossa percepção do ambiente externo e também do interno (cocaína/maconha/LSD), ou diminuir nossa ansiedade (ansiolíticos, vulgo calmante), ela precisa agir em nossas sinapses e, normalmente, o que ela faz é aumentar ou diminuir a quantidade de neurotransmissores liberados durante a comunicação nervosa, e isso é suficiente para gerar seus efeitos (desejáveis ou não).
Vamos pensar em um exemplo muito simples, o da cocaína.
As características pós uso são comuns a pessoas e animais de laboratório: agitação, maior quantidade de movimentos, falação (seres humanos), taquicardia, perda de apetite e sono.
Como ela faz isso? Aumentando a liberação do neurotransmissor Dopamina. Vamos visualizar de outra forma: quando a cocaína consegue chegar às regiões do nosso cérebro onde ela age, ela provoca uma chuva de dopamina naquelas sinapses, aumentando a atividade cerebral naquelas regiões.
Pensando dessa forma, com um excesso temporário de dopamina, o que está acontecendo é um aumento da comunicação nervosa e, consequentemente, um aumento da atividade cerebral - faz mais sentido agora a agitação, a falação, as características que uma pessoa apresenta quando utiliza a droga? Faz né? rs.
Observem essa figura, que explica um pouco da ação da cocaína no cérebro:
Agora que terminamos o estudo das vias de administração, podemos começar a falar sobre Farmacocinética e Farmacodinâmica.
Nessa primeira aula sobre o assunto, vamos diferenciar essas duas grandes áreas de estudo da Farmacologia, mas nosso foco será a Farmacocinética.
Para sempre lembrar as diferenças básivas entre as duas, lembrem-se da figura abaixo:
Sim, utilizei todas as minhas habilidades artísticas para criá-la.
Mas resumindo: Farmacodinâmica descreve o que o fármaco gera de resposta em nosso organismo, através da formação do complexo fármaco-receptor! Lembrem-se, não existe qualquer tipo de ação sem a ligação a um receptor capaz de entender a mensagem do fármaco.
Enquanto a Farmacocinética é o contrário, o que o nosso corpo faz com o fármaco. E envolve as quatro letrinhas da figura ADME, que significam Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção.
Outras perguntas que também poderiam ser título desse post: O que comemos afeta o funcionamento ou até mesmo a estrutura do nosso cérebro? Do encéfalo? E do restante?
O que vocês acham?
Será que alimentos ricos em carboidratos, como um chocolate, por exemplo, são o tipo de alimento ideal para obter energia rápida e um aumento da atenção e de outros processos cognitivos? (quem aqui não levou um chocolate, balas e afins para o vestibular?),
Segunda-feira é dia de dica de vídeo, e para explorar as respostas de tantas perguntas, trago mais um vídeo TED que esbanja qualidade e didática:
Eai?
Repensaram alguns pontos da dieta? Vale a reflexão.
Atenção, o título da matéria pode ter levado muitos que já acompanham os materiais aqui a pensar que a resposta era Neurônios e Células da glia, as principais células do nosso Sistema Nervoso. Mas a matéria e o vídeo são sobre os nutrientes e todo o restante que realmente formam nosso tecido nervoso, inclusive as células citadas nesse parágrafo.
Hoje sai a matéria de boas-vindas para a disciplina de neuroanatomofisiologia, na nossa segunda aula, rs.
Na primeira semana de aula fiz uma apresentação e discutimos assuntos variados sobre neurociência, desde alguns conceitos básicos de neuroanatomia e neurofisiologia, psicofármacos e até a paralisia do sono. Foi uma primeira conversa muito bacana, bem rica em conhecimento.
Tá, mas e agora?
Hoje, em nosso segundo encontro, vamos conversar um pouco sobre Tecido Nervoso e Sinapses. Que são dois temas básicos e tijolinhos fundamentais na construção do conhecimento dentro da disciplina.
Nossa primeira aula foi na semana passada, mas a matéria de boas vindas sai hoje. Sejam todos bem vindos a essa interessante (e um pouco complexa) jornada dentro da disciplina de Neuroanatomia.
Na semana passada discutimos um pouco sobre os Neuromitos e algumas características básicas do funcionamento do nosso cérebro.
Hoje nós daremos mais um passo, ampliando a nossa visão ao explorar conceitos básicos sobre o nosso Sistema nervoso. Quais os componentes? Quais as funções? São os órgãos que controlam o nosso sistema nervoso ou é o sistema nervoso que controla nossos órgãos?
Tudo isso, a nível de neuroanatomia, vocês encontram nesses dois links:
Aqui, além das boas vindas, gostaria de retomar um conceito que discutimos brevemente em nossa primeira aula: Neuroplasticidade ou Plasticidade Neural.
Antes de falar algumas coisas, assistam ao vídeo:
De uma forma bem resumida, gosto de visualizar o conceito de neuroplasticidade em três pontos específicos:
1. Ela é a base do nosso processo de formação de memórias e, assim, a base do nosso aprendizado. Quando aprendemos algo novo, a neuroplasticidade entra em ação e gera novas sinapses, e assim, esse novo conhecimento passa a fazer parte do seu arsenal de memórias. Ele não cessa em nenhuma idade, então podemos aprender algo novo ao longo de toda nossa vida, e se treinarmos ainda ficaremos bons nele (apesar de que sim, crianças e adolescentes aprendem com maior facilidade).
2. É a neuroplasticidade que garante a retomada de funções cerebrais pós uma lesão, pós um AVC. Em algum momento vocês já acompanharam um caso onde após um AVC, o paciente perdeu a sensibilidade, os movimentos de alguma região do corpo e, depois de um longo tratamento recuperou essas funções.
Nós vimos que a neurogênese (formação de novos neurônios) acontece quase que exclusivamente no hipocampo. Se os neurônios que morrem em uma lesão não são repostos, as funções só podem ser retomadas a partir da plasticidade neural, o que é tão fantástico quanto nascerem novos neurônios.
3. Hábitos. Sim, hábitos entram no tópico 1, mas pense na capacidade infinita que temos de trocar nossos hábitos. Todos carregamos um ou mais péssimos hábitos que sabemos que custarão caro lá na frente, mas insistimos em carregá-los. Agora você não tem mais desculpa, pois seu cérebro é totalmente capaz de aprender novos comportamentos.
É fácil? Não, nosso cérebro adora a zona de conforto e qualquer mudança, ainda mais de um caminho que ele já percorre sem esforço nenhum (hábito) gera sofrimento. Mas, esse sofrimento passa rápido, porque mesmo preguiçoso, nosso cérebro é extremamente adaptável (plástico).
Agora me contem aqui nos comentários: você está cuidando bem ou mal do seu cérebro com seus hábitos? Dá para mudar?
Hoje vamos entender um pouco melhor o transtorno bipolar.
Eu sei, em algum momento você já se declarou bipolar ou falou que alguém era bipolar, principalmente aquelas pessoas que apresentam variações de humor, as vezes de um instante para o outro.
Mas será que é tão simples assim?
O primeiro ponto que precisamos discutir é que o transtorno bipolar faz parte do conjunto conhecido como transtornos de humor. Ele se caracteriza por dois tipos de episódios: mania e hipomania.
Então, aquela pessoa (incluindo eu e você) que tem alterações de humor bruscas e muitas vezes a utilizam como desculpa por não ser legal com alguém, pode ser porque a pessoa é mimada, está sob um nível de estresse muito elevado (semana de provas, assumir um novo cargo...), tem um nível de inteligência emocional baixo... Menos que ela seja bipolar!
Esses dois estados de humor Mania (aumento de, exacerbação, euforia) e Hipomania (diminuição de, estado mais letárgico, semelhante a um quadro depressivo) não se alternam em minutos ou horas. Normalmente eles duram dias, podendo chegar a durar meses em um único estado. Além disso, as alterações afetam desde os comportamentos da pessoa até sua cognição, sua disposição.
O transtorno em si causa alterações significativas na qualidade de vida da pessoa. E é completamente diferente das alterações estou legal-chato que vemos com mais frequência.
Tem uma figura que utilizo em minhas aulas que pode ajudar no entendimento das principais características desses dois estados. É como se o paciente alternasse de um episódio de muita animação, pensamentos acelerados, disposição enorme e menor necessidade de sono, para um estado de desânimo, letargia, falta de vontade, pensamentos mais lentos, muito semelhante a um quadro depressivo.
Tem base genética? Tem. Então se alguém da sua família tem, você tem uma chance maior de desenvolver ou apresentar o transtorno. Você obrigatoriamente terá o transtorno? Não. A relação com o meio ambiente, sua história, suas memórias, seus estresses, tendem a ser o fator chave para o desenvolvimento ou não de uma doença que você carrega no seu DNA (alimentação, qualidade do sono e os hábitos são três dos fatores-chave para essa relação carrego no meu DNA, mas posso ou não desenvolver).
E tem cura?
Existem relatos de pacientes que apresentaram o transtorno bipolar por um período de suas vidas, mas na maioria dos casos exige tratamento e mesmo medicação por toda a vida do paciente.
Parece muito ruim quando falamos em tratar algo pela vida toda, mas com todos os avanços que temos hoje a qualidade de vida de um paciente bem assistido é muito boa, e no final é isso que importa.
Até hoje o "fármaco" mais utilizado é o lítio, e para demonstrar sua eficácia, existe uma figura do livro de neurociências do Beer que mostra claramente como o uso de lítio pode melhorar os quadros de mania e hipomania:
Reparem que cada linha é uma pessoa, um paciente. Os episódios destacados em verde são os episódios de mania, em roxo os depressivos (hipomania) e a linha contínua representa o uso de lítio.
Observe que existem pessoas que passam mais tempo em períodos de mania, outras em períodos de depressão, e varia também a quantidade de alterações, ou seja, com que frequência o paciente alterna entre um estado de humor e outro.
Em todos os casos mostrados, o uso do lítio cessa o surgimento de um dos dois estados, ou pelo menos deixa seu tempo de duração e seus sintomas mais brandos, o que por si só já melhora a qualidade de vida do paciente. Olhem com carinho o gráfico, da para aprender muito com ele.
Era isso pessoal,
terça-feira que vem tem mais uma matéria sobre transtornos mentais!
essa semana estou mais off que o normal, estou fazendo minha primeira viagem solo, explorando em novo lugares a minha nem sempre tão excelente cia. Vou postar os resultados aqui.
Mas hoje vim postar outra coisa, fui vacinado!!!
Sério, fiquei ansioso antes e agora estou muito feliz. Queria a pfizer por conta do vídeo, mas tomei a Coronavac e to feliz do mesmo jeito.
Olha a carinha:
Postei no instagram e recebi um monte de mensagem. Olha o novo jacaré, agora a China está te rastreando. Meu irmão, primeiro que se for virar jacaré quero ser estilo aquele do seriado do Loki, preciso arrumar aqueles chifrinhos. Segundo, você tem ideia do quanto o google e suas redes sociais te rastreiam? Pode vim China, estamos juntos poxa! rsrs
Mas sério pessoal, chegou a idade, vacinem. Sabe essa melhora nos números de pacientes Covid na UTI e a redução no número de mortes? Será que é coincidência acontecer logo que aumentaram os números das doses de vacina aplicadas? Acho que não né.
Para quem tiver dúvidas, deem uma olhada nos resultados da vacinação em massa que aconteceu em Serrana, no interior de SP. Existem ótimas respostas ali. Principalmente pros grupos anti-vacinas.
Não sejam essas pessoas. Confiem na ciência. Lembrem-se, tudo que vocês usam hoje, da comida até as roupas e acessórios, são frutos da boa e velha ciência. Tanto faz se você vota no Bolsonaro, no Lula ou em outro candidato, ciência acima deles todos, até porque nenhum deles é cientista.
Se utilizarmos os conhecimentos atuais da Neurociência, tudo o que ela sabe hoje sobre o funcionamento do nosso cérebro e aplicarmos às nossas finanças pessoais, conseguimos melhorar nossa relação com o dinheiro? Podemos ficar mais ricos? (espero que sim, rs.).
Vamos começar pela minha relação com o dinheiro hoje? Ou melhor, com a minha estratégia atual de investimentos: hoje, a maior parte do meu patrimônio investido está alocado em Fundos Imobiliários (FIIs). Algo em torno de 80%.
O restante, dividido em fundos internacionais (dois fundos multimercados, um ESG e outro DNA da XP). Ações tenho apenas duas empresas em carteira: WEG e M. Dias Branco. Parte no Tesouro Selic que visa a aquisição da minha casa nos próximos anos e fora de tudo isso a Reserva de Emergência.
Bem simples né? Talvez pouco diversificada ainda, mas com o claro objetivo de obter renda mensal. Pensando um pouco mais a longo prazo, o objetivo pode ser ampliado para viver de renda! Falaremos mais a respeito nas próximas semanas.
Ok Bruno, legal sua estratégia (ou tipo, foda-se ela rs), mas onde entra a neurociência nisso tudo?
A ideia inicial para vocês refletirem não diz respeito só ao nosso comportamento com dinheiro, mas também com todas as outras esferas que fazem parte da nossa vida: quanto mais entendo sobre o funcionamento do meu cérebro, quanto mais me conheço e me entendo, melhor consigo lidar com tudo o que me for apresentado pela vida. É a tal da nossa melhor versão.
Resumindo, quanto mais entender sobre o funcionamento do seu cérebro (impulsos, recompensas, vontades, ganância, luxúria...) melhor será sua relação com o dinheiro e todos os benefícios que ele pode trazer quando trabalhando por você.
Você já pensou em quanto o comportamento dos seus pais em relação ao dinheiro afetou a forma como você lida com o dinheiro hoje?
Vamos pensar com uma visão mais neurocientífica a questão acima: nos primeiros momentos do desenvolvimento a criança aprende quase que exclusivamente através da observação de gestos, expressões, comportamentos... Por trás disso tudo, existe um componente fantástico conhecido como Neurônios espelho, que vocês conseguem ter uma noção básica com a figura abaixo (os neurônios espelho são umas das bases do nosso cérebro social):
Então, tente traçar ai uma relação entre como seus pais sempre lidaram com dinheiro e seus atuais comportamentos monetários. De maneira direta ou indireta você observou como eles "tratavam" o dinheiro por muito tempo, pense a respeito.
Uma outra ideia interessante para esse momento inicial é conceito de educação financeira.
Vocês pararam para refletir que ao ensinarmos as crianças a lidarem com dinheiro vamos garantir um futuro muito melhor para elas, uma chance real de uma economia forte em nosso país nas próximas décadas, dentre inúmeras outras vantagens que uma população educada financeiramente pode gerar?
Novamente, pensem.
Se a 10 anos atrás eu tivesse o conhecimento financeiro que tenho hoje, hoje sem dúvida teria pelo menos de 3 a 5 vezes o patrimônio que tenho investido. E você?
Sem enrolar mais, já que essa é apenas a primeira matéria da série: neurociência, seus comportamentos, suas finanças, está tudo relacionado e vamos desbravar isso juntos.
Mas Bruno, será que eu consigo mudar esses comportamentos, assim que conseguir entendê-los? Sim, graças a uma coisinha chamada plasticidade neural! Dentre as muitas utilidades dela para nosso cérebro, uma das principais é o aprendizado.
Nós sempre podemos aprender algo novo, isso implica que sempre podemos mudar determinados comportamentos (apesar de exigir disciplina, esforço e muitas vezes dor). Ainda não acreditou? Assista ao vídeo de 2 minutos abaixo:
A dica de livro de hoje é sobre o livro - Releituras do Óbvio - do neurocientista hermano-brasileiro Iván Izquierdo.
Já falei sobre ele algumas vezes aqui no blog, um monstro da neurociência, dedicou boa parte da sua carreira acadêmica a desvendar a memória humana e obteve descobertas sensacionais.
Apesar de ser recheado com neurociência de altíssimo nível, o livro não é sobre neurociência. São pontos de vista do autor a respeito de temas que fazem parte do nosso dia a dia, como o nome de alguns capítulos nos mostra:
O tempo
A velhice
Aumentando o conhecimento popular sobre a ciência...
Por sinal, a necessidade de se discutir o último tópico que coloquei propositalmente aqui em cima está escancarada em tempos de pandemia (relembre pontos como "virar jacaré" e "kit covid" visualizar o tamanho da mudança que isso pode causar no nosso Brasilzão).
Vou colocar alguns pontos que me chamaram muito a atenção durante a leitura:
"O grande salto qualitativo de Bill Gates foi quando ele tinha quatro ou cinco anos de idade. Naquele momento, num certo dia, sua fortuna aumentou de maneira infinita: seu avô lhe deu um dólar e Gates passou de zero a um... Decerto foi (literalmente) infinitamente inferior o salto quantitativo que deu sua fortuna há 30 anos, quando inventou o DOS, ou há 20, quando inventou o Windows (datas de acordo com a data da publicação do livro!)... Mas, para a humanidade que ele integra, aquele primeiro salto de valor infinito, de zero a um, não representou nada..."
Qualitativo versus quantitativo, serve simplesmente para tudo!
Em outro trecho muito interessante, o autor revela que acredita, caso não agíssemos rápido (não agimos), que os problemas advindos da baixa qualidade de nossa educação e de nossa ciência, não conseguiriam ser resolvidos em poucas décadas. Ele complementa falando da necessidade de investirmos em pesquisa e ciência, mas tão importante quanto, é levar a ciência e suas tecnologias até a população. Novamente, observem sem um lado político, exclusivamente como um ser pensante, tudo que vem acontecendo durante esse período de pandemia.
Com todo o conhecimento que já construímos e com os exemplos de outros países lidando com a pandemia antes de nós, é assustador observar como podemos ser irracionais em momentos de tamanha tensão.
Mas sem mais delongas, o livro é excelente, de fácil leitura e para aqueles que não gostam tanto assim de ler, é um livro curto, rs.
Metade do ano passou, entramos ontem no segundo semestre. Como foram os primeiros 6 meses do seu 2021?
Como estão as metas de ano novo, como você está?
Não foi um ano fácil por aqui, aliás, foi de longe o mais difícil até hoje... Algumas das pessoas que mais amei na vida foram embora, umas para sempre (agora em memória), outras seguiram caminhos diferentes. Mas no geral, os baques foram enormes, e toda grande mudança exige reconstrução, recomeços, a vida não para.
Como estamos para o segundo semestre? Se preparando.
Lembrem-se: não é fácil, mas nada é. Está passando por um momento muito difícil? Chore, à vontade... Não se esqueça que a dor diminui, novos caminhos surgem, novas portas se abrem, novas pessoas entram em sua vida...
É aquela velha história, o baile segue! Ele precisa seguir, esse é o ponto.
Não se esqueçam de, mesmo nos dias ruins, se alimentar bem, praticar um exercício físico, meditar, aproveitar a cia daquela pessoa especial. Tudo isso melhora a dor que você sente? Bem pouco! Mas é de pouco em pouco que vamos nos reconstruindo, que vamos nos remontando após grandes perdas.
Julho será um excelente mês para nos renovarmos. Comecei as leituras atrasadas, vou estudar neurociência pra caramba, vou gravar meus primeiros materiais online, viajar sozinho pela primeira vez (lembra do que disse ali em cima? A vida continua). E em Agosto, quando o segundo semestre letivo começar, estarei mais preparado do que nunca, um dia de cada vez!
Pessoal, muitos desses materiais nós já trabalhamos, inclusive vídeos, mas se conseguirem revisar esses conteúdos, acredito que ajudará muito no processo de aprendizado de vocês, sempre enxergamos novos pontos e isso faz com que novos caminhos sejam traçados em nosso cérebro.
Reparem que em diferentes matérias sobre o mesmo tema, como plasticidade, eu escrevi exemplos e muitas vezes reflexões diferentes, talvez seja o córtex pré-frontal, remexendo nas minhas "gavetas de memórias" e organizando as informações de maneira diferente a cada momento, seeeeemmpreee influenciado pelas emoções e impulsos do sistema límbico. Fala sério, neurociência é fantástico demais.
Nosso último conteúdo dentro da Fisiologia Humana é o Sistema Endócrino, suas glândulas e seus preciosos produtos conhecidos como hormônios.
Talvez vocês não se lembrem, mas nós falamos sobre hormônios em nossa primeira aula, lá no comecinho do semestre.
Sim, quando construímos um dos conceitos básicos da Fisiologia, a Homeostase, falei para vocês que os dois principais sistemas envolvidos nesse controle, em todo esse processo de regulação das nossas funções corporais, eram Sistema Nervoso, que já discutimos extensamente ao longo do semestre, e também o Sistema Endócrino e seus hormônios.
Observem na figura abaixo as principais glândulas do sistema endócrino (faltou, na minha opinião, a Pineal):
Não existe muito segredo no funcionamento das glândulas: todas elas possuem células que produzem e secretam os hormônios. substâncias minúsculas que caem em nossa corrente sanguínea e vão agir nos mais diversos pontos do nosso corpo. Aha, tem um conceito indispensável aqui, o conceito de receptores.
Como os hormônios sabem em qual local devem agir? As células que são ditas sensíveis a determinado hormônio são as células que possuem receptores capazes de ligar o hormônio e traduzir a mensagem que ele carrega para que a célula consiga entender e executar as ordens.
Sem o receptor, a célula seria incapaz de entender a mensagem do hormônio, não gerando qualquer tipo de alteração no funcionamento da célula.