Bom dia pessoal,
continuando nossa disciplina de Neuroanatomia, hoje vamos falar um pouco sobre o cerebelo e seu papel na motricidade.
Situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, o cerebelo também participa da formação do IV ventrículo (seu teto). Como mostra a figura abaixo, já observada em outras aulas:
O cerebelo repousa sobre a fossa cerebelar do crânio, e é separado do lobo occipital do cérebro por uma camada da meninge dura-máter, conhecida como Tenda do Cerebelo.
Observem as figuras abaixo. A primeira, retirada do site Anatomia Online mostra a base do crânio, observem a fossa cerebelar. A segunda, retirada do Atlas de Anatomia Patológica da Unicamp, mostra a tenda do cerebelo:
Observados estes conceitos iniciais, precisamos falar sobre os Pedúnculos Cerebelares (três pares), formados por fibras nervosas que conectam o cerebelo a outras estruturas do Sistema Nervoso Central.
Eles estão destacados em Vermelho na figura abaixo:
Observação: abaixo do pedúnculo cerebelar médio encontra-se o pedúnculo cerebelar inferior, não destacado em vermelho.
Os Pedúnculos cerebelares inferiores ligam o cerebelo à medula e ao bulbo. Os Pedúnculos cerebelares médios ligam o cerebelo à ponte e os Superiores ao Mesencéfalo. Não são apenas essas vias de conexão que são formadas, essas são, talvez, as principais. Além disso, são os pedúnculos cerebelares, principalmente os médios, que garantem a posição anatômica adequada do cerebelo.
Agora que já posicionamos o cerebelo e falamos brevemente de suas ligações, vamos falar de sua estrutura?
O cerebelo, anatomicamente, é formado por três estruturas maiores, os dois hemisférios cerebelares (direito e esquerdo) e o Vérmis, estrutura central entre os dois hemisférios. Observem na figura abaixo:
Quando fazemos um corte sagital mediano do cerebelo, observamos que o mesmo também contém os sulcos (semelhantes aos observados no nosso cérebro). Estes sulcos delimitam o que a ciência chama de folhas cerebelares:
Em relação à distribuição da substância branca e da substância cinzenta, o cerebelo segue o padrão de distribuição observado no cérebro, ou seja, uma camada externa de substância cinzenta, conhecida como Córtex Cerebelar, e uma camada interna de substância branca. Assim como no cérebro, existem acúmulos de corpos de neurônios em outras porções do cerebelo, resultando na formação dos Núcleos cerebelares. Todas estas estruturas podem ser observadas na figura:
Quando observamos o córtex cerebelar, notamos que existem camadas dentro dele, conhecidas como Camada Granulosa Externa, Camada Molecular, Camada de Células de Purkinje e Camada Granulosa Interna, como mostra a figura abaixo:
Os lóbulos cerebelares podem ainda ser agrupados em Lobos, separados pela fissura Pôstero-Lateral e pela fissura Prima.
A divisão em lobos, observada nas duas figuras acima, permite uma divisão funcional do cerebelo, conforme observa-se na tabela abaixo:
- Funções do Cerebelo:
De forma resumida, as funções do cerebelo se encontram no slide abaixo:
Para realizar a função de manutenção do equilíbrio e da postura, o cerebelo recebe informações diretamente vindas do Sistema Vestibular, de dentro do nosso ouvido, através do nervo vestibular.
Resumindo em um esquema simples:
É por meio dessa via representada acima que o cerebelo consegue promover a contração adequada dos músculos axiais e também dos músculos proximais dos membros, mantendo o equilíbrio e a postura mesmo durante o movimento.
O cerebelo também é um dos grandes responsáveis pela nossa coordenação motora, da qual resulta nossa praxia, que nada mais é que um conjunto de ações motoras em função de se obter um resultado prático. A praxia global é mais grosseira, como quando estamos praticando um esporte como futebol. A praxia fina, como o próprio nome diz, são controles motores mais rebuscados, como os que fazemos em atividades manuais cheias de detalhes, como o trabalho de dentistas e artesãos.
O controle dos movimentos voluntários é realizado em duas etapas:
O cerebelo também é um dos grandes responsáveis pela nossa coordenação motora, da qual resulta nossa praxia, que nada mais é que um conjunto de ações motoras em função de se obter um resultado prático. A praxia global é mais grosseira, como quando estamos praticando um esporte como futebol. A praxia fina, como o próprio nome diz, são controles motores mais rebuscados, como os que fazemos em atividades manuais cheias de detalhes, como o trabalho de dentistas e artesãos.
O controle dos movimentos voluntários é realizado em duas etapas:
- Planejamento do movimento: função realizada entre as conexões do cérebro e do cerebelo (porções são visivelmente ativas antes do movimento);
- Manutenção dos movimentos durante a execução: conexão espino-cerebelar.
Observem na figura abaixo uma parcela da complexidade destas ligações e das vias para controle dos movimentos:
Existem ainda funções relacionadas ao aprendizado motor, do qual o cerebelo tem papel crucial, conforme observamos no slide abaixo:
Em relação às atividades não motoras do cerebelo, é importante ressaltar sua conexão com o Córtex Pré-frontal, pelo qual ajuda na manutenção de comportamentos, na associação de palavras com verbos e até na resolução de quebra-cabeças.
- Lesões Cerebelares:
Em relação às atividades não motoras do cerebelo, é importante ressaltar sua conexão com o Córtex Pré-frontal, pelo qual ajuda na manutenção de comportamentos, na associação de palavras com verbos e até na resolução de quebra-cabeças.
- Lesões Cerebelares:
Lesões no cerebelo podem ocorrer pelas mais diversas causas, como mostra a figura abaixo:
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