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terça-feira, 9 de setembro de 2025

O primeiro a gente nunca esquece!

Boa noite, pessoal!

Finalmente, depois de anos e centenas de matérias escritas, gravei o primeiro vídeo dedicado exclusivamente ao blog.

Sem cenário, sem planejamento, sem script, um vídeo original e que acabou ficando mais engraçado. Detalhe, reparem no braço direito mexendo constantemente, estava fazendo carinho no Damiãozinho, talvez o cachorro mais carente já visto!

Um vídeo extremamente simples, mas o passo inicial de um novo momento na história do Plantando Ciência. Passou da hora de fazer o que eu realmente gosto de fazer, ensinar como funciona o cérebro!


E, pela prévia aqui, a baixíssima qualidade me obrigará a postar os próximos primeiro no Youtube, depois aqui, rs.

Seguimos!

domingo, 7 de setembro de 2025

Neuroanatomofisiologia: segunda etapa

Boa noite, pessoal!

Para quem está na disciplina de neuroanatomia, mas chegou agora no blog, recomendo começar pela leitura da matéria: Prazer, Neuroanatomofisiologia:

https://plantandociencia.blogspot.com/2025/08/prazer-neuroanatomofisiologia.html

Agora, no segundo degrauzinho da disciplina, vamos focar a discussão nos componentes do cérebro e do sistema nervoso, células que, em conjunto, formam o Tecido Nervoso, e também na comunicação entre os neurônios ou entre os neurônios e outras células, como os músculos esqueléticos. Conexões essas que chamamos de Sinapses!


Se pegarmos um cérebro humano, e transformarmos ele em uma lâmina, com cortes bem fininhos e uma coloração que ajude a mostrar o tecido nervoso, enxergaremos, basicamente: Neurônios e as Neurógilias (também conhecidas como células da Glia). 

Sobre viver no presente

Boa noite, meu povo!

Algumas aulas, alguns episódios, nos fazem parar e refletir.

Sexta foi um desses dias, e vou explicar o que aconteceu e qual a reflexão resultante:

Durante uma excelente discussão com a turma de Psicofisiologia sobre o tema Atenção, estava falando com os alunos sobre o fato de aproveitarmos muito pouco todo o potencial dos nossos cinco sentidos. passando os dias focados apenas na visão e na audição, principalmente se considerarmos o tempo que passamos aleatoriamente em redes sociais.

Ao meu ver, isso gera dois problemas principais: empobrecimento do desenvolvimento do nosso cérebro, porque ele se desenvolve recebendo informações dos cinco sentidos, assim, deixamos de estimular com amis qualidade nosso órgão mais incrível. Segundo ponto, viver no automático. Isso sim, é o real ponto triste dos dias atuais. 

Viver no automático, sem sentir e prestar atenção às experiências, sem estar presente no AGORA, faz com que não aproveitemos da forma devida nosso bem mais precioso e mais FINITO, o tempo!

Qual foi a última vez que você sentiu o real sabor do que estava comendo? E o cheiro? Sabe aquele cheirinho delicioso quando estamos cozinhando? Qual foi a última vez que você comeu sem estar focado no celular ou na televisão, ou seja, qual a última vez que comeu sem assistir algo? Perceba que, em todos os exemplos, apesar de falarmos exclusivamente do paladar, serve para todos os sentidos e para todas as experiências! Estamos aproveitando pouquíssimo do presente, pois vivemos remoendo o passado (que por sinal, nada podemos mudar ou fazer sobre) ou com medo e inseguros (ansiosos), quanto ao futuro (que esse, não sabemos nem se vai existir!).

domingo, 31 de agosto de 2025

Prazer, Psicofisiologia

Boa tarde, pessoal!

Atrasei um pouco, mas aqui está a matéria para darmos início à disciplina de Psicofisiologia.
Acho que, de longe, a minha disciplina favorita, até o momento, dentro da Neurociência.


Não é exatamente, mas podemos enxergar a Psicofisiologia como a continuação da Neuroanatomofisiologia.

Na primeira, entendemos quais são os componentes do magnífico Sistema Nervoso (SN), tanto da parte periférica (Sistema Nervoso Periférico - SNP), quanto da parte central (Sistema Nervoso Central - SNC). 

Agora, um degrauzinho acima dentro da Neurociência, exploramos funções pontuais, entendemos comportamentos, analisamos como o estresse, nossos sentimentos, nossa rotina e hábitos, influenciam diretamente nas nossas funções cognitivas, como na Atenção e na formação de memórias.

A disciplina começa entendendo alguns conceitos básicos da Fisiologia e a questão hormonal, lembrando que, junto ao Sistema Nervoso, o Sistema Endócrino é o principal regulador da fisiologia (funcionamento) do nosso organismo.

Um conceito importantíssimo é a Homeostase. Capacidade sensacional do nosso corpo sempre buscar se adaptar, independente das condições oferecidas pelo meio ambiente. A busca pela sobrevivência e a capacidade de adaptação do organismo humano são coisas fantásticas. É só pensar que ocupamos e habitamos desde desertos até regiões congeladas!

Para se aprofundar no assunto, recomendo os seguintes materiais aqui do blog:

https://plantandociencia.blogspot.com/2025/02/introducao-neuroanatomia.html

http://plantandociencia.blogspot.com/2021/09/homeostase-e-alostase-como-o.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/05/documentario-o-fantastico-mundo-dos.html

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Prazer, Neuroanatomofisiologia

Oi pessoal, 

Sejam bem-vindos à disciplina de Neuroanatomofisiologia.


Eu sei, o nome por si só já assusta, mas eu tenho certeza que você vai gostar (e talvez me xingar em alguns momentos) ao longo dessa jornada magnífica sobre o cérebro. Além disso, vai terminar o semestre entendendo muito mais sobre o órgão mais incrível do corpo humano!

A disciplina está entre as mais fáceis? Não! rs

Mas a jornada vale muito a pena.

Eu sei que você já quer começar discutindo e estudando as funções cognitivas, os comportamentos, a formação de memórias e até mesmo os transtornos, como os transtornos de ansiedade e a depressão.

Mas aqui, preciso que confiem em mim: primeiro anatomia, depois fisiologia. Assim enxergaremos, juntos, muito mais longe sobre o funcionamento do cérebro e de todo sistema nervoso.

O primeiro passo é desmistificar algumas teorias que são quase crenças entre a população geral, e que passam uma visão errada sobre o funcionamento do cérebro. A essas crenças, damos o nome de Neuromitos:

https://plantandociencia.blogspot.com/2019/03/mitos-sobre-o-cerebro-humano.html

Após vencer os neuromitos, daremos os primeiros passos dentro da neuroanatomia propriamente dita, entendendo quais são os componentes que formam o sistema nervoso humana e vendo a primeira divisão anatômica, e talvez a mais básica e importante: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). 

Essas e outras informações essenciais para o começo dos estudos, você encontra aqui:

https://plantandociencia.blogspot.com/2025/02/introducao-neuroanatomia.html

E complementa com esse daqui, para entender direito como algo tão precioso, como nosso sistema nervoso, é protegido:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/04/protecao-do-snc-meninges-e-liquor.html


Para começar, é mais que o suficiente.
Teremos tempo para explorar com calma cada pedacinho e várias funções do Sistema Nervoso!

Bons estudos!


domingo, 1 de junho de 2025

Neuroanatomofisiologia - Material para estudo

Boa noite, pessoal!

Montei essa publicação com todos os materiais do blog que podem ser úteis no estudo para o simulado e prova de vocês.


Estudem os links, mas lembrem-se da importância de estudar os slides, os materiais online disponíveis dentro da disciplina e o livro! Assim não tem erro, é 10,00 na certa!

Bons estudos!


1 - Introdução à Neuro:

https://plantandociencia.blogspot.com/2019/05/anatomia-do-sistema-nervoso.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2025/02/introducao-neuroanatomia.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/04/protecao-do-snc-meninges-e-liquor.html


2 - Tecido Nervoso e Sinapses Químicas:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/09/tecido-nervoso-i.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2021/03/tecido-nervoso-2-celulas-da-glia-e.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2021/03/sinapses-quimicas-20.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2019/03/o-que-acontece-com-os.html


3 - Medula Espinhal e Nervos Espinhais:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/10/medula-espinal-neuroanatomia-20.html


4 - Tronco Encefálico:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/11/tronco-encefalico-20.html


5 - Cerebelo e Motricidade:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/05/cerebelo-e-motricidade-20.html


Outros materiais que podem ajudar:

https://plantandociencia.blogspot.com/2025/04/memoria-humana-caracteristicas.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2022/06/comer-com-os-olhos-reflexoes-sobre-o.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2023/03/alzheimer-menos-genetico-e-mais.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2023/05/resposta-ao-estresse.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2023/03/como-funciona-o-foco.html

https://plantandociencia.blogspot.com/2019/04/como-funciona-nossa-atencao-e-nossa.html


Estudem, meu povo!
Não tem segredo!

domingo, 27 de abril de 2025

Optogenética segundo a Nature - vídeo

Boa noite, pessoal!

Seguindo o assunto da postagem anterior, segue um vídeo bem explicativo e simples de entender, baseado na escolha feita pela revista Nature em 2010.




Mágico, não?


Optogenética e doenças da mente e cérebro

Boa noite, pessoal!

Vocês já ouviram falar de optogenética?

A optogenética é uma técnica revolucionária que combina genética e óptica para controlar com precisão a atividade elétrica de neurônios específicos no cérebro, usando apenas luz. Ou seja, através da luz, cientistas conseguem ativar ou desativar neurônios e regiões cerebrais específicas.

Ela permite manipular neurônios geneticamente modificados para responder a estímulos luminosos, possibilitando o estudo detalhado de circuitos neurais e suas funções. Isso é possível devido ao uso de técnicas de biotecnologia, que alteram o DNA através de vetores ou outras metodologias, inserindo nos neurônios a serem estudados, genes de algas e outros organismos que conseguem transformar luz em energia elétrica.

A técnica foi eleita como a técnica do ano em 2010, pela revista Nature. E tem inúmeras aplicações dentro da neurociência, desde o conhecimento básico sobre neurônios ou grupos de neurônios e suas funções, assim como a aplicação clínica.

Mas, vamos entender um pouco mais sobre o potencial dessa técnica que já não é tão novinha, mas ainda surpreende pelo quão revolucionária é?


Aplicações Atuais:

1. Transtornos Psiquiátricos

Nos transtornos psiquiátricos, a optogenética fornece tanto informações que acrescentam de uma forma muito interessante o nosso conhecimento sobre as causas biológicas e as principais áreas cerebrais envolvidas, como permite novos caminhos que podem resultar em tratamentos cada vez mais eficazes. Imagina chegar a um nível de farmacologia onde o fármaco vai conseguir cumprir seu papel de tratar o transtorno, com a menor quantidade possível ou até mesmo sem efeitos colaterais, é fantástico.

  • Depressão: Estudos demonstraram que a estimulação optogenética do córtex pré-frontal medial pode induzir efeitos antidepressivos rápidos em modelos animais, sugerindo novas abordagens terapêuticas para esses transtornos

  • Esquizofrenia: Pesquisas indicam que a modulação de circuitos específicos no cérebro pode restaurar as oscilações gama e controlar os níveis de dopamina, que alteradas em pacientes com esquizofrenia, oferecendo caminhos para novos tratamentos mais eficazes e uma maior qualidade de vida dos pacientes.

  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): A optogenética tem sido usada para estudar circuitos cortico-estriatais envolvidos na formação de hábitos, proporcionando uma compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes ao TOC e oferecendo novas visões, também, sobre a formação e o tratamento de vícios e dependências.


2. Doenças Neurodegenerativas

Apesar de ter avançado bastante nos últimos anos, o tratamento de doenças neurodegenerativas ainda encontra barreiras a serem ultrapassadas. A optogenética também tem mostrado potencial no estudo e tratamento dessas doenças:

  • Doença de Alzheimer: Pesquisas indicam que a estimulação optogenética de vias neuronais específicas pode influenciar a deposição de placas de β-amiloide, um marcador da doença, oferecendo novas perspectivas para terapias.

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): Estudos demonstraram que a estimulação optogenética pode promover a recuperação funcional após um AVC, estimulando a atividade neuronal na região afetada e melhorando o desempenho motor. Efeito esse, diretamente relacionado ao processo de neuroplasticidade. Isso pode, inclusive, acelerar drasticamente a recuperação de funções e garantir um menor índice de sequelas.


Pesquisas muito interessantes na área estão sendo desenvolvidas nos seguintes centros:

  • Universidade de Stanford (EUA): Pioneira no desenvolvimento da optogenética, com o Dr. Karl Deisseroth liderando pesquisas inovadoras.

  • Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, EUA): Contribui significativamente para o avanço da optogenética, especialmente em aplicações neurológicas.

  • Universidade de Tóquio (Japão): Foca em pesquisas sobre doenças neurodegenerativas e transtornos psiquiátricos utilizando optogenética.

  • Universidade de Pequim (China): Destaca-se em estudos sobre a modulação de circuitos neurais em modelos animais.


Expectativas Futuras

  • Tratamentos Personalizados: Possibilidade de desenvolver terapias mais específicas e eficazes, modulando circuitos neurais diretamente envolvidos nas patologias.

  • Restauro de Funções Cognitivas: Potencial para restaurar funções cognitivas comprometidas, como memória e aprendizado, em doenças como Alzheimer.

  • Redução de Efeitos Colaterais: Abordagens mais precisas podem minimizar os efeitos adversos associados a tratamentos farmacológicos tradicionais.


Apesar dos avanços e potenciais da técnica, a optogenética encontra grandes barreiras para suas aplicações em seres humanos, sendo as principais: invasividade do procedimento, que envolveria alteração genética em humanos (terreno instável dentro de conceitos éticos, bioéticos e legais), além da inserção de fibra óptica para a parte da iluminação. Apesar de similaridades, os circuitos neurais humanos são bem mais complexos que os observados em ratos e camundongos. Alterar genes através de vetores virais, por exemplo, pode despertar uma resposta imune e causar diversos outros problemas. Além disso, ainda não existem técnicas 100% garantidas para inserir genes em neurônios e regiões específicas, o que poderia levar a uma gama de efeitos indesejados que os cientistas não conseguem prever atualmente.

As pesquisas, antes de serem aplicadas em humanos, devem ocorrer nos próximos anos e, provavelmente, décadas. Porém, as expectativas são altas e as aplicações infinitas. Observaremos juntos os novos passos.

Boa semana para todos!

domingo, 13 de abril de 2025

Memória humana - características fascinantes

Boa tarde, pessoal!

Trago para vocês, hoje, algumas reflexões e características fascinantes a respeito da memória humana, uma das funções cognitivas mais fantásticas do nosso cérebro.


Para Ivan Izquierdo, um neurocientista argentino e brasileiro, um gigante a nível mundial, as memórias são frutos: da Aquisição de informações, da conservação dessas informações e, eventualmente, da evocação dessas informações (resgatar uma memória e trazer a mesma à tona, lembrando de algum episódio específico).

Traduzindo, é a forma como guardamos as informações obtidas através de nossas experiências para poder utilizá-las depois.

As memórias podem ser derivadas de:

  • Experiências externas (mais comuns, relacionadas às nossas experiências), envolvem nossos cinco sentidos, ou seja, a forma como interagimos com o mundo a nossa volta! 
  • Memórias intraceptivas (formadas a partir de processos internos do nosso organismo), relacionado com à autorregulação da nossa fisiologia (funcionamento do nosso corpo).
  • Memórias de memórias (aquelas memórias que criamos a partir da reflexão, com memórias já existentes).

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Introdução à Neuroanatomia

Bom dia, pessoal,

Este resumo é baseado no capítulo V do livro Anatomia Humana Básica de Dangelo e Fattini.

O sistema nervoso (SN) é responsável por controlar as funções orgânicas e pela interação do ser humano com o meio ambiente. Ele coordena as funções de todos os sistemas do organismo, além de receber estímulos aplicados à superfície do corpo, interpretá-los e gerar respostas adequadas.

Algumas funções do sistema nervoso são voluntárias, como caminhar, enquanto outras, como a regulação da pressão arterial e a frequência respiratória, são involuntárias (ou vegetativas/autônomas).



- Divisão do Sistema Nervoso:

O Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP).

Essa divisão é tanto topográfica quanto funcional, mas é importante lembrar que as duas porções são interdependentes e a comunicação entre eles acontece 24 horas por dia.

A porção central é a via integradora, recebendo, interpretando e respondendo aos estímulos, além de ser responsável pela nossa cognição.

Já a porção periférica, como o próprio nome indica, está localizada nas periferias e serve como a via de condução dos estímulos, tanto do meio ambiente para o SNC (via aferente) quanto do SNC para os órgãos e o meio ambiente (via eferente).


- O SNC é constituído pelo encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e pela medula espinhal.

- O SNP, por sua vez, é composto pelos gânglios, nervos (cranianos e espinais) e terminações nervosas.



- Meninges

As meninges são membranas que envolvem e protegem o encéfalo e a medula espinhal. Elas são formadas por tecido conjuntivo e incluem três camadas, dispostas de fora para dentro:

  1. Dura-máter: a camada mais espessa e mais externa.

  2. Aracnóide: uma camada intermediária, que se parece com uma teia de aranha, devido às suas fibras delicadas que se estendem até a pia-máter.

  3. Pia-máter: a camada mais fina, em contato direto com o encéfalo e a medula espinhal.

Entre essas camadas, temos dois espaços importantes: o subdural (entre a dura-máter e a aracnóide) e o subaracnóideo (entre a aracnóide e a pia-máter), onde circula o líquido cefalorraquidiano (liquor), que tem a função de proteger o SNC e ajudar na limpeza das suas estruturas.

Hoje, já sabemos que o liquor também tem um importante papel de limpar as sinapses durante nosso sono, e isso tem uma correlação muito interessante com a doença de Alzheimer, que vamos estudar mais para frente no nosso curso,

domingo, 20 de outubro de 2024

Como a desregulação da dopamina afeta nossa saúde mental?

Boa noite, pessoal.

Sim, eu continuo vivo.

E, para ressuscitar o blog, trouxe um tema cada vez mais comum: a desregulação dopaminérgica.

E, olha, salve alguns casos, tudo indica que a culpa é exclusivamente nossa! 

Ao que tudo indica, nossos hábitos atuais, principalmente os relacionados ao celular, estão claramente prejudicando nossa saúde mental.


Esse tema do desequilíbrio de dopamina no cérebro e sua relação com problemas psíquicos e vícios é muito relevante e vem sendo discutido cada vez mais, especialmente com a crescente dependência tecnológica, o aumento dos transtornos de ansiedade, depressão e o uso de substâncias viciantes. 

A dopamina é um neurotransmissor chave nos nossos sistemas de recompensa e motivação. Ela está ligada à sensação de prazer e à nossa capacidade de buscar recompensas. 

O que temos observado é que as situações da vida moderna — como o uso constante de redes sociais, videogames, pornografia, e o fácil acesso a substâncias como drogas e álcool — podem criar um ciclo de hiperestimulação dopaminérgica

Isso significa que atividades que antes eram prazerosas ou naturais, como interações sociais simples, atividades ao ar livre, ou até mesmo descanso, passam a parecer menos gratificantes em comparação a estímulos mais intensos e mais rápidos.

Esse fenômeno tem sido chamado de hiperestimulação dopaminérgica crônica, que leva a uma espécie de "tolerância". 

A pessoa acaba precisando de estímulos cada vez maiores para sentir prazer, o que pode gerar ciclos de dependência e desregulação emocional. Isso está intimamente ligado a transtornos como depressão, ansiedade e vícios comportamentais (como o vício em internet ou jogos - já deram uma olhada nos números dos brasileiros em apostas esportivas e tigrinho? São assustadores).

Na depressão, por exemplo, uma das teorias é que ocorre um desbalanço nos níveis de dopamina, o que resulta em uma falta de motivação ou anedonia (incapacidade de sentir prazer). 

No caso dos vícios, como em substâncias ou comportamentos que causam um rápido aumento da dopamina, há uma queda brusca logo após o uso, criando um ciclo onde o cérebro busca mais do estímulo para tentar voltar ao pico de prazer.

O sistema dopaminérgico não foi desenhado para lidar com estímulos tão intensos e frequentes como os da era moderna. O uso constante de tecnologias, as recompensas instantâneas, e o consumo de substâncias alteram profundamente o funcionamento dos nossos circuitos cerebrais, tornando-nos mais suscetíveis a vícios e a transtornos psíquicos.

Existem também estudos que mostram que práticas que envolvem gratificações mais sutis e graduais, como meditação, exercícios físicos ou atividade criativa, podem ajudar a "regular" o sistema dopaminérgico, permitindo que o cérebro volte a funcionar de maneira mais equilibrada.

No entanto, é importante lembrar que o sistema dopaminérgico é apenas uma parte de um quebra-cabeça maior na neurociência dos transtornos psíquicos e dos vícios. Fatores como genética, ambiente e outros neurotransmissores (como a serotonina e o GABA) também desempenham papéis cruciais.

No geral, faz bastante sentido associar esse desequilíbrio dopaminérgico ao aumento dos problemas de saúde mental e vícios, e compreender isso pode ser um passo importante para encontrar estratégias mais saudáveis de lidar com a vida moderna.

Ou seja, cuidem dos seus hábitos e das suas rotinas, o cérebro funciona e trabalha de acordo com o que fornecemos para ele. 

Beijos e se cuidem!

terça-feira, 12 de março de 2024

Transtornos Alimentares

Boa tarde, pessoal!

O tema de hoje, Transtornos Alimentares, é um tema sensível, assim como as imagens obtidas após uma pesquisa sobre os transtornos. Faz sentido? Muito. Os transtornos alimentares, principalmente quando derivados ou associados a episódios de compulsões, ricos em ansiedade, prejudicam demais o organismo no curto e, no longo prazo, pode até levar à morte.

Em nenhum momento da nossa história dispusemos de uma variedade tão grande de alimentos, especialmente os ricos em calorias (os que normalmente abraçam nossos cansaços, ânsias, estresses). Em nenhum momento da nossa história tivemos índices tão altos e alarmantes de Obesidade, caminhando lado a lado com os problemas cardiovasculares, como o infarto e o AVC.

Existe a base genética em todos os transtornos, mas não é só a genética que pode causar eles. Ao que tudo indica (e por tudo, quero dizer a tendência dos resultados das pesquisas dos últimos anos), o fator ambiental é o fator dominante. Ideais de imagem, traumas, hábitos... As opções beiram o infinito.

Mas, vamos entender um pouco mais sobre cada um dos principais transtornos?

 

terça-feira, 5 de março de 2024

Homeostase e Alostase! - Como meu psicológico afeta meu corpo?

Boa tarde, pessoal.

A matéria de hoje tem como base uma discussão apresentada no artigo "Resposta ao Estresse: Homeostase e teoria da Alostase. Na disciplina de Psicofisiologia, é parte do conteúdo da nossa terceira aula (artigo no sistema).




Sempre que falo de estresse, as pessoas já pensam em passar raiva. Não que as raivas que passamos não sejam por si só uma fonte de estresse, mas quando cito estresse aqui é no sentido de qualquer coisa (mudança de temperatura, por exemplo) que tira o nosso organismo do seu equilíbrio.

Esse equilíbrio interno do nosso organismo é chamado de Homeostase. Como se houvesse uma faixa de funcionamento ótimo para o nosso corpo.

- Pensem: nosso corpo tem uma temperatura correta para funcionar (37 graus), e ele se mantém nessa temperatura independente da temperatura do ambiente em que nos encontramos. Olha um exemplo bacana para entender um agente estressor: um ambiente a 20 graus exige que a fisiologia do nosso corpo se adapte para conseguir manter os 37 graus que precisa. 

Isso acontece com diversos parâmetros e mecanismos fisiológicos, e o conceito de homeostase fica mais interessante quando utilizamos a expressão: equilíbrio dinâmico, porque a todo momento as mudanças externas (meio ambiente) e internas (nossos próprios órgãos e sistemas) exigem que algum parâmetro se adeque à situação para que o corpo continue funcionando de uma maneira saudável.

Assim, podemos dizer que nosso corpo possui mecanismos de enfrentamento às condições adversas originadas tanto no ambiente externo como no ambiente social. 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Relação entre natureza. estresse e saúde mental

Bom dia, pessoal!

Saúde mental é preceito básico para qualidade de vida, não tem como fugir.

Sabemos que o estresse é um dos atores principais na perturbação da saúde mental, mas será que ele é tão ruim assim? Ou será que é o acúmulo dele que abalando pouco a pouco a saúde do nosso cérebro? 

O estresse nos movimenta, nos faz pensar em novas soluções, novas respostas, são os nossos desafios diários, motivadores. O problema, hoje, é que vivemos com um nível muito alto de estresse, aliado à infinidade de informações que recebemos diariamente com nossos telefones e afins. 

Tudo isso acumulando, poucas válvulas de escape! Pronto, uma bomba para saúde mental foi plantada. O acúmulo diário, a rotina, as contas, o trabalho, os estudos, os anseios sobre o futuro... Nenhuma válvula de escape: sem rotina de exercício, sem contato com a natureza, sem uma boa alimentação, sem tempo de qualidade com aqueles que amamos... Não tem saúde mental que aguente, e não aguenta mesmo, como podemos ver no gráfico abaixo, que mostra a ansiedade em meio aos nossos adolescentes:


O Brasil lidera o ranking desde 2017, sendo considerado o país mais ansioso do mundo!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Psicofármacos

Boa tarde, pessoal.

O tema da nossa discussão, hoje, são os Psicofármacos.

Não tem para onde correr, o aumento é assustador, as prescrições aumentaram drasticamente nos últimos anos (pandemia ajudou muito para isso), consumo explodiu, os efeitos colaterais do abuso começam a ficar cada vez mais claros.

É como se observássemos um gigantesco experimento com psicofármacos: ansiolíticos lideram a lista, mas não tão longe dos antidepressivos, dos anticonvulsivantes (sim, em pessoas que nunca tiveram uma convulsão), benzodiazepínicos... A lista vai crescendo.

Questão de saúde pública.

Mas, pensando nas drogas mais utilizadas aqui no Brasil, vamos entender um pouco do mecanismos de ação de cada uma delas, o “para que servem”, uso no Brasil e os principais efeitos colaterais:

 

Zolpidem:

- Mecanismo de ação: O Zolpidem é um medicamento sedativo-hipnótico que atua no sistema nervoso central, aumentando a atividade do neurotransmissor GABA, o que resulta em efeitos sedativos e hipnóticos.

- Para que serve: É utilizado principalmente para o tratamento de insônia.

- Uso no Brasil e no mundo: O Zolpidem é amplamente utilizado em todo o mundo para o tratamento de insônia, e é disponível no Brasil sob prescrição médica.

- Principais efeitos colaterais: Os efeitos colaterais comuns incluem sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça, problemas de coordenação, e possibilidade de desenvolvimento de dependência.

 

Vyvanse (Lisdexamfetamina):

- Mecanismo de ação: A Lisdexamfetamina é um estimulante do sistema nervoso central. Ela funciona aumentando a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina.

- Para que serve: É usado principalmente no tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos, bem como no tratamento do transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP).

- Uso no Brasil e no mundo: O Vyvanse é usado em vários países, incluindo os Estados Unidos, e tem uma versão similar disponível no Brasil sob prescrição médica.

- Principais efeitos colaterais: Os efeitos colaterais comuns incluem perda de apetite, insônia, nervosismo, dor de cabeça, e aumento da frequência cardíaca.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Saúde Mental: exercício físico

Bom dia, pessoal.

Ao longo dos anos e, principalmente, ao longo das décadas, você percebeu: o envelhecimento é inevitável!

Essa dorzinha nas costas não existia antes, né? E a ressaca? Credo, realmente parece doença depois dos 30 anos.

Tudo isso é normal, biologicamente falando. Envelhecimento está relacionado a uma perda de função progressiva dos nossos sistemas fisiológicos. A ciência tem um número para isso: 10%.

Sim, a cada década (depois dos 30), nosso organismo perde cerca de 10% das suas capacidades funcionais. Um número plausível, se você considerar apenas a genética da pessoa, o que não podemos fazer mais.

Nós envelheceremos de qualquer jeito, nossa biologia é assim. Mas a velocidade e a intensidade desse envelhecimento, serão frutos da mistura: genética mais hábitos de vida (meio ambiente). Muitas vezes, e na construção de muitas doenças comuns hoje em dia (Alzheimer, infartos, AVCs...), os hábitos podem pesar mais que a própria genética da pessoa.




Se uma considerável parcela do poder do envelhecimento vem dos nossos hábitos e escolhas, podemos lutar contra seus efeitos e garantir autonomia por muito mais décadas. Se vamos envelhecer de qualquer maneira, prefiro que as últimas décadas da minha vida sejam vividas com autonomia física e intelectual! 

sábado, 30 de setembro de 2023

Saúde mental: Exercícios aeróbicos

Bom dia, pessoal.

Nós já falamos sobre a importância do exercício físico e, principalmente da construção de um hábito de se exercitar, na saúde mental. Não é segredo pra ninguém que o sedentarismo é um veneno para a saúde física e mental.

Mas, hoje, discutiremos o papel do exercício aeróbico na saúde mental, seja ele uma caminhada, uma corrida, o futebolzinho, natação, ou qualquer uma das inúmeras modalidades possíveis. Independente de qual exercício aeróbico você goste mais e pratique, hoje vamos entender quais são os reais benefícios da prática de exercícios aeróbicos sobre o nosso cérebro e nossas habilidades cognitivas.




O exercício aeróbico possui impactos significativos no cérebro humano, influenciando positivamente suas estruturas e funções de várias maneiras. Milhares de pesquisas corroboram essa ideia.

O primeiro ponto é a questão da circulação sanguínea!

Exercícios aeróbicos melhoram a capacidade cardiopulmonar do nosso organismo. Coração e pulmões trabalhando de uma maneira mais eficiente, mais combustível chega até o cérebro para que ele consiga não só cumprir com maestria, mas até mesmo melhorar e expandir suas funções. Mais sangue é igual a mais oxigênio e nutrientes, combustíveis indispensáveis para que nossa máquina cerebral consiga trabalhar de forma adequada.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Uso e abuso de psicofármacos no Brasil - reflexões

Boa noite, pessoal.

Hoje vamos falar um pouco sobre o uso (e mais perigosamente, o abuso) de psicofármacos aqui no Brasil. Certeza que você conhece alguém que usa diazepam, rivotril, ritalina, sertralina, dentre inúmeras outras opções de ansiolíticos, antidepressivos e aqueles relacionados ao déficit de atenção.

São as reflexões sobre o material que produzi para a palestra Aplicações clínicas da Neurociência, ministrada no Primeiro Seminário de Neurociências, Bem-estar e Qualidade de vida, organizada pela Liga de Psiquiatria e Saúde Mental da UFSJ.


A fisiologia do corpo humano é fascinante, manifestando-se de forma belíssima através das minuciosas funções celulares que ocorrem em nosso organismo. Nossas células que, por mais distintas que sejam, a nível morfológico e funcional (ou seja, em formato, aparência e função, rs), necessitam dos mesmos combustíveis e realizam processos bioquímicos muito semelhantes para sobreviver.

No nível celular, uma intrincada orquestra de processos regula a homeostase, a resposta a estímulos e a replicação, permitindo a manutenção e adaptação do nosso corpo. Adaptação é uma característica marcante da espécie humana, que se adaptou para viver, se reproduzir e dominar os mais diversos ambientes do planeta, incluindo temperaturas extremas.

domingo, 10 de setembro de 2023

A beleza da memória humana

Boa noite, pessoal.
Que o nosso cérebro e nossa mente são magníficos você já sabe, mas a memória, a memória é fascinante.

Nós somos, hoje, frutos de nossas memórias. Enxergamos e interagimos com o mundo a nossa volta através delas, das marcas permanentes que elas deixaram.



A memória desempenha um papel crucial na construção de uma pessoa, formando quem somos, moldando nossa identidade e influenciando nossas experiências diárias (lembra daquela frase que fala: enxergamos o mundo através das lentes que nossas memórias colocam em nossos olhos?)

E, detalhe: Experiências formam memórias!
Desbrave esse mundão, explore, aprenda!

- Relação entre Memória e Atenção

Aposto que, em algum dos últimos dias (ou horas), você chegou em um cômodo da casa e não lembrou o que foi fazer lá, ou talvez tenha perdido as chaves? Já abriu a geladeira e não lembrou que ia pegar água, porque estava morrendo de sede quando decidiu ir até lá?

Primeiro pensamento: minha memória está péssima, tenho problemas de memória!

Não, não tem, rs.
Problemas de memória, normalmente, são derivados de grandes traumas ou doenças, mas acometem uma parcela pequena da população. 

É bem provável que você não tenha prestado atenção ao se distrair com algo no caminho (qual é o principal "algo" que atrapalha nossa memória hoje? Esse aparelho que você pode estar segurando para ler!)

Atenção e memória caminham de mãos dadas. Quando você presta atenção em alguma coisa, você avisa para o seu cérebro que aquilo é importante, que pode ser interessante lembrar futuramente (bem melhor se você souber onde estão suas chaves quando estiver saindo com pressa pro trabalho, certo? rs).

Quantas vezes você já diminui o volume do som do carro (ou da televisão) para enxergar melhor? 

Você já ouviu sua música preferida de olhos fechados? 
(Se dê esse presente, a sensação é completamente diferente!)

Atenção é foco, é focar em um de nossos sentidos para que aproveite ao máximo aquela experiência. Sinta cada experiência!

Foco manda uma mensagem muito clara para o hipocampo: Vale a pena lembrar disso!

(Não encontrei a fonte dessa figura genial, se alguém souber, me avise, por favor!)


Ou seja, a relação entre atenção e memória é fundamental para nossa capacidade de aprender, lembrar e construir nosso conhecimento e identidade.

Dá para melhorar a memória?

Sim, e muito!

Primeiro, fazendo exercícios físicos regularmente.
É, meus amigos, da caminhada à academia, do futebol à natação, não tem como escapar da atividade física!

Atividade física regular melhora e aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro. Imagina que o cérebro é um motor V8 (que consome bastante combustível). Ele vai funcionar em alta performance se você oferecer combustível de qualidade na quantidade suficiente, certo?

A atividade física ainda libera substâncias como as endorfinas e fatores neurotróficos no cérebro, melhorando seu funcionamento!

Atividade física é vida, e também é qualidade e capacidade de memória, diminuindo os riscos para doenças como o Alzheimer e as demências.

Cafeína também ajuda (isso também serve para energéticos - eu, particularmente, prefiro café) pois atua estimulando o cérebro. Porém, estimulantes demais tendem a gerar ansiedade e podem diminuir a qualidade do sono, dois fatores que adoram sabotar nossa atenção e nossa memória!

Medicamentos, como a ritalina, obviamente irão aumentar o rendimento nos estudos (tanto de quem tem, quanto de quem não tem algum tipo de déficit de atenção) pois altera a oferta de dopamina, um dos principais neurotransmissores envolvidos com o processo de atenção e, pasmem, de formação de memórias, rs. Porém, além dos inúmeros possíveis efeitos colaterais, ainda precisa de receita médica. Continuo preferindo o cafézinho!

Pera, dopamina, dopamina me lembra aquela história de prazer, que lembra Sexo. Sim, sexo também vai ajudar, desfrutem!

Tudo isso nos mostra o que exatamente?
Que a memória é uma jóia preciosíssima (biológica e/ou divina) do nosso cérebro e que molda nossas vidas de várias maneiras.

Sua relação com todos os fatores que discutimos aqui hoje, nos mostra quão belo e complexo é essa capacidade magnífica do nosso cérebro!

(interação do meu cérebro com a IA do Bing)


Beijos.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Resposta ao estresse

Boa tarde, pessoal!

O assunto hoje é estresse, algo que, tenho certeza que não faz parte da rotina diária de vocês. Quem dera, né?

Pesquisar dos últimos anos deixam muito claro que o estresse cresceu drasticamente nas últimas décadas e, talvez, tenha atingido seu ápice (até agora) com as milhões de informações vindas dos nossos celulares.



Eu sei, para você, estresse é sinônimo de passar raiva. Também é, mas olha que legal essa definição do ganhador do prêmio Nobel, Hans Selye: Estresse é visto como qualquer coisa ou acontecimento que eleve os níveis sanguíneos de corticosteroides (cortisol).

Mas, vamos por partes!

Dentro da fisiologia humana, estresse tem um significado extremamente amplo, então, vamos focar a nossa discussão no nosso estresse diário mais comum, o estresse comportamental. Sabe qual tipo de estresse é esse? Aquele que vai nos tirar do sério em algum momento, porque vai acumulando...



As fontes mais comuns de estresses comportamentais são os nossos 5 sentidos (aposto que você consegue pensar em um som ou música que te irrite, em cheiros e imagens que te desagradam e podem te estressar), mas também existe uma outra fonte de estresse, a nossa criativa mente (estilo as velhas paranóias que nos acompanham em determinados assuntos, tipo relacionamento).

Apesar dos fatores que podem nos estressar serem basicamente infinitos e vindos das mais variadas fontes, as respostas em nosso organismos são comuns a todos nós, e podem nos ajudar a entender porque nossa saúde física e mental tem ficado cada vez mais debilitadas (prejudicadas) com nossos hábitos e rotinas atuais.

Podemos dividir a resposta fisiológica do estresse em duas partes principais:

  • A resposta endócrina, que envolve hormônios;
  • A resposta autonômica, que é de responsabilidade do nosso sistema nervoso e vai atuar diretamente nos nossos órgãos (não temos controle algum das respostas autonômicas do nosso corpo, são automáticas, como o nome diz).

Quem coordena toda essa resposta é o hipotálamo, uma região do nosso cérebro que recebe informações do sistema límbico e do córtex pré-frontal (principalmente, mas de outras regiões cerebrais também) e possui funções muito importantes, como o controle da nossa sensação de fome e saciedade (motivo pelo qual estresse e ansiedade podem alterar seu apetite).

O estresse atua ativa o hipotálamo, que vai atuar sobre a hipófise (famoso eixo hipotálamo-hipófise, ou hipotalâmico-hipofisário), e o resultado é a liberação de dois hormônios em nossa corrente sanguínea: a tireotrofina, que age na tireoide e tem o papel de aumentar nosso metabolismo, e a adrenocorticotrofina, que vai agir lá na glândulazinha que fica em cima dos nossos rins (suprarrenais) e vai atuar na liberação do cortisol, conhecido por muitos como hormônio do estresse.

Essa primeira parte da resposta ao estresse, a parte hormonal (endócrina), garante um aumento no nosso metabolismo, aumento da glicose sanguínea (combustível) em nosso sangue... Garante energia extra, frente a um estressor que, teoricamente, é um perigo à nossa saúde.


A segunda parte da resposta, a parte autonômica, que é de responsabilidade do nosso sistema nervoso, vai atuar em nossos órgãos, garantindo que todo organismo fique preparado para utilizar todas as suas armas para enfrentar aquele estresse, caso seja necessário! (lembra da resposta de luta ou fuga?)

Essas alterações incluem: redução na produção de saliva (boca seca), redução na atividade do trato gastrointestinal (nesse momento, meu corpo não está preocupado em digerir um alimento, ele precisa de energia instantânea - lembra das cobras, que regurgitam o alimento quando estão em perigo?), aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumento do volume de sangue que é direcionado para a atividade dos músculos... Nosso corpo vai se tornando uma máquina.

É a preparação do nosso corpo, literalmente, para uma luta.

Uma resposta biológica de sobrevivência, que nos permitiu chegar até aqui, mas que é um problemão hoje. Por que?

Em quantos momentos de estresse diário você realmente está em uma luta? Quase sempre em nenhum (não estou falando da vontade de, eu sei que muitas vezes vocês querem voar em cima de uma pessoa, rs). 

Sem seu real uso, a resposta vai sobrecarregando nosso organismo, desgastando nossos corações e sistema cardiovascular (dai o maior índice de infartos, AVCs e problemas com pressão arterial em pessoas cada vez mais jovens), dai o desgaste e cansaço mental que apresentamos em dias de picos de estresse, que sugam pouco a pouco nossas habilidades cognitivas, como nossa atenção, nosso foco e nossa memória. Nosso corpo vai sendo sobrecarregado, e nossa qualidade de vida vai diminuindo pouco a pouco, até afetar nosso sistema imunológico e nos causar doenças...

Essa conta fecha muito bem!

Por isso, independente de qual maneira for a correta para você, para sua rotina, encontre momentos para gastar o estresse de vocês, para manejar ele da melhor maneira possível (esportes, uma cerveja com os amigos, uma boa conversa, sexo...).

Manejar seu estresse vai melhorar sua qualidade de vida, seu desempenho no trabalho, seu desempenho na academia, seu desempenho sexual... Vai melhorar sua vida como um todo!

Bora desestressar?