Boa tarde pessoal,
Caminhando pelas matérias de Neurociência aqui no blog, vocês encontram em várias delas o termo Tecido Nervoso, com informações tanto dos neurônios quanto das células da glia. Mas não existia até então uma matéria exclusiva sobre o tema.
Como é muito importante que entendamos o tecido nervoso para conseguir entender as funções mais complexas do nosso cérebro, como as cognitivas, vou logo fazer duas matérias sobre essas células que compõem nosso Sistema nervoso.
Esta, a primeira, é baseada no capítulo de Células da Glia do livro Ilustrações Médica Netter - Volume 7 - Parte 1.
As células da glia são um grupo de células que colaboram diretamente para a manutenção da vida e do bom funcionamento dos nossos neurônios. Esse grupo é composto pelos Astrócitos, pelos Oligodendrócitos e pelas Micróglias, tradicionalmente. Porém, livros e artigos mais recentes acrescentam ao grupo as células ependimárias e as células de Schwan (SNP).
Os astrócitos são as células mais conhecidas e mais numerosas dentre as neuróglias, sendo um dos constituintes da famosa barreira hematoencefálica, colaborando com o isolamento dos neurônios de possíveis substâncias nocivas presentes em nossa circulação (ou seja, a barreira atua como um filtro, selecionando muito bem o que entra em nosso tecido nervoso a partir da circulação sanguínea).
Um papel já bem conhecido dessas neuróglias é o de "abraçar" as sinapses químicas, garantindo um isolamento eficaz da comunicação nervosa, como vocês podem observar na figura abaixo:
As duas figuras que seguem, assim como os links que as acompanham, são de dois artigos que apresentam a relação dos Astrócitos com algumas doenças do sistema nervoso, incluindo as neurodegenerativas, como Alzheimer. Além disso, sua relação com o estresse oxidativo do tecido está bem evidente:
Os oligodendrócitos são as células responsáveis por formar a bainha de mielina que reveste os axônios (ou fibras nervosas). A bainha de mielina está diretamente relacionada com a velocidade da passagem do impulso nervoso, como podemos ver no GIF:
Pesquisas recentes apontam que proteger os oligodendrócitos em pacientes com esclerose múltipla pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e ainda atrasar em alguns anos a perda dos principais movimentos.
A figura abaixo mostra a relação do oligodendrócito com os axônios na formação da bainha de mielina:
Para finalizar, as células de Schwann, que são encontradas no Sistema Nervoso Periférico (SNP) e participam da mielinização, do embainhamento, do suporte trófico e de outras ações envolvidas com o reparo e bom funcionamento dos neurônios. Ou seja, cumprem praticamente todos os papeis que o grupo de neuróglias está envolvido dentro do SNC.
Bons estudos pessoal!
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