terça-feira, 5 de março de 2019

Sinapses Químicas

Bom dia pessoal,
Hoje vamos aprofundar um pouco no estudo das sinapses químicas, as principais sinapses que ocorrem dentro do nosso cérebro e estão diretamente relacionadas com nossas capacidades cognitivas mais interessantes, como nossas memórias e nossa tomada de decisão.

Para quem ainda não leu nada de Sistema Nervoso aqui no blog, recomendo o link abaixo:


Agora, aprenderemos com um pouco mais de detalhes o que acontece na Sinapse Química, tipo de sinapse mais comum utilizado pelo nosso cérebro e Sistema Nervoso como um todo para a comunicação nervosa/neuronal. Além disso, seu entendimento é de extrema importância para a construção do conhecimento em disciplinas como Fisiologia, Farmacologia, Neuroanatomia e as Neurociências de uma forma geral.




As sinapses químicas são a maioria das sinapses interneuronais do nosso Sistema Nervoso Central (SNC) e todas as sinapses neuroefetoras/neuroefetuadoras em nosso Sistema Nervoso Periférico (aquelas que ativam os músculos e algumas glândulas, por exemplo).

Aqui, não existe contato físico entre as duas células envolvidas, formando o espaço que conhecemos como Fenda Sináptica. Se não há contato, a célula pré-sináptica (que está mandando a mensagem) precisa liberar uma substância química que vai passar pela fenda sináptica e atingir a célula pós-sináptica. Essas substâncias químicas utilizadas são os Neurotransmissores (exemplos muito conhecidos são a serotonina, a noradrenalina e a dopamina).

Levando em consideração essa introdução e a matéria disponível no link apresentado acima, quais as principais diferenças entre as sinapses elétricas e químicas?
  1. Não existe contato físico entre as células envolvidas na sinapse química, formando a conhecida fenda sináptica, ao contrário das sinapses elétricas onde há formação das junções comunicantes (gap junctions - contato físico com formação de canais - ligação de proteínas de membrana);
  2. As sinapses químicas utilizam neurotransmissores, que atravessam a fenda sináptica e chegam aos receptores de membrana da célula pós-sináptica. Nas sinapses elétricas existe a livre troca de íons e outras substâncias pelos canais formados, não havendo necessidade de uma molécula transmissora;
  3. Nas sinapses químicas, a energia chega no terminal sináptico na forma de energia elétrica, é convertida em energia química quando os neurotransmissores são liberados e novamente transformada em energia elétrica quando o impulso é transmitido na célula pós-sináptica. Já na sinapse elétrica a energia não altera, vem como elétrica e continua como elétrica.

Podemos observar todos esses detalhes na figura abaixo:



Falando agora exclusivamente das sinapses químicas, vamos para o seu passo a passo, para entendermos o mecanismo de transferência de informação nervosa:


A figura abaixo mostra a sinapse química dividida em oito etapas. Apesar de estar dividida de forma correta e representar a sequência de eventos, podemos acrescentar uma nona etapa, a etapa onde após realizar sua função, o neurotransmissor se solta do receptor e é degradado por enzimas específicas, recaptados intactos pelo neurônio que os liberou ou ainda se perder pelas laterais da fenda sináptica, através dos astrócitos, onde também serão destruídos.


Para saber mais sobre o destino dos neurotransmissores após a sinapse e sua importante relação com o tratamento de doenças como a depressão, recomendo a leitura:

Uma outra forma de visualizarmos a sinapse, é por um esquema de flechas que eu mesmo fiz:


Para finalizarmos, mais um GIF para reforçar o que acontece em uma sinapse química:


Espero que tenha ficado claro quais são as diferenças e como funcionam as sinapses no nosso organismo. 

O seu entendimento permite um melhor aprendizado de conceitos e mecanismos chaves em outras disciplinas da área de Saúde e Psicologia. Além de ajudar bastante no processo para construirmos um conhecimento sólido acerca de como funciona o nosso cérebro, o que tem impacto direto em nossas vidas, principalmente nos tempos atuais, onde observamos um aumento ano a ano do número de pessoas sofrendo com problemas psicológicos/psiquiátricos.


Bons estudos pessoal,
qualquer dúvida comentem abaixo ou me encaminhem um e-mail.