terça-feira, 18 de maio de 2021

Plantando Ciência e Escolha Poder - Encontro 3

Bom dia pessoal, como vocês estão?

Nos últimos dois encontros exploramos um pouco como o nosso cérebro funciona e como, através da plasticidade neural, ele consegue se reinventar, se moldar, e nós, consequentemente, podemos construir e desconstruir hábitos.

Sim, é possível, apesar de não ser fácil. Mas lembrem-se que nossa capacidade de aprender é praticamente infinita, assim, o único fator que pode nos impedir de conquistar algo que desejamos somos nós mesmos. Nós somos os responsáveis por limitar as infinitas capacidades do nosso cérebro.



Em destaque, na figura acima, está uma das principais áreas envolvidas com nossa tomada de decisões, com a manutenção de nossos comportamentos, com o nosso Eu. Essa região, o famoso córtex pré-frontal, é a região mais desenvolvida do nosso cérebro, quando comparamos o mesmo com o de outras espécies de animais. E isso fez uma enorme diferença em nossa evolução, garantindo que conseguíssemos, através de pensamentos, de escolhas, de imaginação, de atitudes, chegássemos até onde estamos hoje.




Observem que fantástica essa figura, comparando o cérebro de diversas espécies de animais do nosso planeta. Nós somos sim os mais inteligentes, se considerarmos o conceito básico de inteligência. Mas jamais os únicos pensantes, isso foi uma enorme prepotência de nossos antepassados. Quem tem um animal de estimação e passa um tempo de qualidade com ele, observando seus comportamentos, sabe muito bem que eles também pensam e podem ser considerados inteligentes em diversos níveis.

Mas ok Bruno, agora já sabemos bastante sobre o funcionamento básico do cérebro, sobre neurociência, o que podemos aprender mais para ajudar na caminhada da sobriedade em alta performance, junto com o grande mestre André?

Passada toda essa discussão inicial dos dois primeiros encontros, hoje podemos falar um pouco de como o cérebro funciona a um nível molecular, o que é capaz de nos mostrar como as substâncias químicas agem no nosso cérebro (sejam elas lícitas, ilícitas, farmacológicas...).

Para iniciar essa discussão, precisamos falar dos neurônios, as principais células do nosso Sistema Nervoso:


Podemos dizer que o neurônio não trabalha sozinho em nosso cérebro, ele recebe suporte de outras células. Mas podemos dizer também que ele é o responsável por todas as belíssimas funções do nosso cérebro, como nossa memória, nossa atenção, nossa capacidade de organizar as falas para discutir neurociência aqui nos encontros. É ele que está por trás da plasticidade neural que discutimos anteriormente.

Para cumprir tantas funções, os neurônios precisam se comunicar, e essa comunicação nervosa recebe o nome de Sinapses. Imaginem que, assim como será mostrado no gif a seguir, nossos neurônios trocam informações de uma forma muito semelhante ao que fazemos quando estamos conversando com uma pessoa:



Essa comunicação faz uso de substâncias químicas, que chamamos de neurotransmissores. Você provavelmente já ouviu falar da Serotonina, que está relacionada com a manutenção do nosso humor e normalmente está diminuída em pacientes com depressão. Ou da dopamina, diretamente relacionada com as áreas de prazer do nosso cérebro, ou seja, diretamente associada à criação de vícios e na manutenção desses vícios!

Mas observem um outro gif, mostrando como um neurônio libera um neurotransmissor para passar sua mensagem para o próximo neurônio:




É fantástico né? Imagina que isso, nesse momento, está acontecendo entre bilhões de neurônios dentro do seu cérebro, garantindo que você consiga ler e entender esse texto, e ainda associar todo esse conteúdo com sua vida. Nosso cérebro é fantástico demais.


A próxima figura traz um resumo sobre alguns neurotransmissores bem conhecidos e suas funções:



Mas Bruno, por que é importante estudarmos esse conceito de Sinapses e seus neurotransmissores? Porque é exatamente nesse ponto que age toda e qualquer substância que interfere, de alguma maneira, na nossa percepção do mundo. Ou seja, álcool, cafeína, taurina, psicofármacos (como antidepressivos e calmantes), drogas de abuso como a cocaína e a maconha. Cada uma age em uma região do nosso cérebro, mas todas afetam, nessas regiões, as sinapses e seus neurotransmissores.

A cocaína, por exemplo, aumenta e muito a liberação da Dopamina, o que explica em parte seus efeitos de acelerar uma pessoa, que fica mais falante, mais expressiva (ela aumenta a comunicação nervosa). O álcool, por sua vez, diminui a comunicação entre os neurônios em algumas regiões do cérebro, causando os efeitos característicos da bebida. Os calmantes também, diminuem a velocidade que algumas regiões do nosso cérebro funcionam, exercendo assim seu papel terapêutico.

Observem a figura para entender como age a cocaína em nosso cérebro:



Vou finalizar com uma figura que diz muito sobre esse assunto, de uma forma bem simples, nos mostrando que qualquer substância que altere o funcionamento do nosso cérebro pode ser chamada de Psicoativa:



Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o assunto, deixo aqui dois links que podem ajudar nos estudos sobre sinapses e os efeitos das substancias em nosso cérebro:

http://plantandociencia.blogspot.com/2019/11/psicofarmacos-slides.html

http://plantandociencia.blogspot.com/2020/10/depressao.html

http://plantandociencia.blogspot.com/2021/03/sinapses-quimicas-20.html


Espero que tenham gostado pessoal!

Obrigado pela presença e boa semana para todos nós!

Grande abraço.

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