terça-feira, 9 de maio de 2023

Introdução à Imunologia

Bom dia, pessoal.
Essa é a primeira aula do curso de Imunologia, uma introdução aos principais assuntos que abordaremos em sala de aula.

Como posso definir o sistema imune? Para que serve?


Imunidade é definida como a resistência a doenças infecciosas. O conjunto de células, tecidos e moléculas que são intermediários na resistência às infecções é chamado de Sistema Imunológico, e a reação ordenada dessas células e moléculas aos microrganismos infecciosos é a Resposta Imunológica.

A Imunologia, então, é o estudo do sistema imunológico e de suas respostas aos microrganismos invasores.

Podemos dizer que a função fisiológica (natural) do sistema imunológico é prevenir infecções e erradicar as infecções estabelecidas.

Um sistema imune fraco, debilitado, aumenta nossa chance de ficar doentes (nossa susceptibilidade a doenças), o que observamos em pacientes imunodeprimidos. Hoje, já sabemos que estresse crônico, ansiedade, má alimentação, hábitos ruins relacionados ao sono, dentre vários outros fatores, são as causas mais comuns de uma queda no nosso sistema de defesa. Nossos hábitos e rotinas atuais estão deixando nossos corpos cada vez mais fracos.



A importância do sistema imunológico fica mais evidente quando analisamos o caso de um indivíduo com resposta imunológica deficiente, como na Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS) causada pelo vírus HIV.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Resposta ao estresse

Boa tarde, pessoal!

O assunto hoje é estresse, algo que, tenho certeza que não faz parte da rotina diária de vocês. Quem dera, né?

Pesquisar dos últimos anos deixam muito claro que o estresse cresceu drasticamente nas últimas décadas e, talvez, tenha atingido seu ápice (até agora) com as milhões de informações vindas dos nossos celulares.



Eu sei, para você, estresse é sinônimo de passar raiva. Também é, mas olha que legal essa definição do ganhador do prêmio Nobel, Hans Selye: Estresse é visto como qualquer coisa ou acontecimento que eleve os níveis sanguíneos de corticosteroides (cortisol).

Mas, vamos por partes!

Dentro da fisiologia humana, estresse tem um significado extremamente amplo, então, vamos focar a nossa discussão no nosso estresse diário mais comum, o estresse comportamental. Sabe qual tipo de estresse é esse? Aquele que vai nos tirar do sério em algum momento, porque vai acumulando...



As fontes mais comuns de estresses comportamentais são os nossos 5 sentidos (aposto que você consegue pensar em um som ou música que te irrite, em cheiros e imagens que te desagradam e podem te estressar), mas também existe uma outra fonte de estresse, a nossa criativa mente (estilo as velhas paranóias que nos acompanham em determinados assuntos, tipo relacionamento).

Apesar dos fatores que podem nos estressar serem basicamente infinitos e vindos das mais variadas fontes, as respostas em nosso organismos são comuns a todos nós, e podem nos ajudar a entender porque nossa saúde física e mental tem ficado cada vez mais debilitadas (prejudicadas) com nossos hábitos e rotinas atuais.

Podemos dividir a resposta fisiológica do estresse em duas partes principais:

  • A resposta endócrina, que envolve hormônios;
  • A resposta autonômica, que é de responsabilidade do nosso sistema nervoso e vai atuar diretamente nos nossos órgãos (não temos controle algum das respostas autonômicas do nosso corpo, são automáticas, como o nome diz).

Quem coordena toda essa resposta é o hipotálamo, uma região do nosso cérebro que recebe informações do sistema límbico e do córtex pré-frontal (principalmente, mas de outras regiões cerebrais também) e possui funções muito importantes, como o controle da nossa sensação de fome e saciedade (motivo pelo qual estresse e ansiedade podem alterar seu apetite).

O estresse atua ativa o hipotálamo, que vai atuar sobre a hipófise (famoso eixo hipotálamo-hipófise, ou hipotalâmico-hipofisário), e o resultado é a liberação de dois hormônios em nossa corrente sanguínea: a tireotrofina, que age na tireoide e tem o papel de aumentar nosso metabolismo, e a adrenocorticotrofina, que vai agir lá na glândulazinha que fica em cima dos nossos rins (suprarrenais) e vai atuar na liberação do cortisol, conhecido por muitos como hormônio do estresse.

Essa primeira parte da resposta ao estresse, a parte hormonal (endócrina), garante um aumento no nosso metabolismo, aumento da glicose sanguínea (combustível) em nosso sangue... Garante energia extra, frente a um estressor que, teoricamente, é um perigo à nossa saúde.


A segunda parte da resposta, a parte autonômica, que é de responsabilidade do nosso sistema nervoso, vai atuar em nossos órgãos, garantindo que todo organismo fique preparado para utilizar todas as suas armas para enfrentar aquele estresse, caso seja necessário! (lembra da resposta de luta ou fuga?)

Essas alterações incluem: redução na produção de saliva (boca seca), redução na atividade do trato gastrointestinal (nesse momento, meu corpo não está preocupado em digerir um alimento, ele precisa de energia instantânea - lembra das cobras, que regurgitam o alimento quando estão em perigo?), aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumento do volume de sangue que é direcionado para a atividade dos músculos... Nosso corpo vai se tornando uma máquina.

É a preparação do nosso corpo, literalmente, para uma luta.

Uma resposta biológica de sobrevivência, que nos permitiu chegar até aqui, mas que é um problemão hoje. Por que?

Em quantos momentos de estresse diário você realmente está em uma luta? Quase sempre em nenhum (não estou falando da vontade de, eu sei que muitas vezes vocês querem voar em cima de uma pessoa, rs). 

Sem seu real uso, a resposta vai sobrecarregando nosso organismo, desgastando nossos corações e sistema cardiovascular (dai o maior índice de infartos, AVCs e problemas com pressão arterial em pessoas cada vez mais jovens), dai o desgaste e cansaço mental que apresentamos em dias de picos de estresse, que sugam pouco a pouco nossas habilidades cognitivas, como nossa atenção, nosso foco e nossa memória. Nosso corpo vai sendo sobrecarregado, e nossa qualidade de vida vai diminuindo pouco a pouco, até afetar nosso sistema imunológico e nos causar doenças...

Essa conta fecha muito bem!

Por isso, independente de qual maneira for a correta para você, para sua rotina, encontre momentos para gastar o estresse de vocês, para manejar ele da melhor maneira possível (esportes, uma cerveja com os amigos, uma boa conversa, sexo...).

Manejar seu estresse vai melhorar sua qualidade de vida, seu desempenho no trabalho, seu desempenho na academia, seu desempenho sexual... Vai melhorar sua vida como um todo!

Bora desestressar?