Bom dia pessoal,
Hoje vamos falar um pouco mais sobre sinapses químicas e, principalmente, sobre como as substâncias psicoativas conseguem afetar o funcionamento do nosso cérebro através dessas sinapses.
As sinapses químicas possuem algumas características básicas: o neurônio que manda a mensagem (pré-sináptico) não tem contato físico com a célula que recebe a mensagem (pós-sináptica, que pode ser um neurônio, um músculo ou uma glândula), esse espaço entre elas recebe o nome de fenda sináptica. Por conta da fenda sináptica, é necessário o uso de um mensageiro que consiga chegar até a próxima célula, esses mensageiros são os famosos neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina.
Esse é o ponto, o neurotransmissor!
As substâncias que atuam alterando o funcionamento do nosso cérebro, acabam recebendo o nome de psicoativas. Eu sei que quando você lê psicoativas já pensa em maconha, cocaína, LSD, mas tudo que altera o funcionamento das nossas sinapses (e consequentemente do nosso cérebro) leva esse nome, então entra aqui o álcool, a nicotina, os antidepressivos, os ansiolíticos e muitas outras substâncias, inclusive de uso diário, como a cafeína.
Assim, para uma substância conseguir alterar nossa atenção (ritalina), nossa coordenação (álcool), nossa percepção do ambiente externo e também do interno (cocaína/maconha/LSD), ou diminuir nossa ansiedade (ansiolíticos, vulgo calmante), ela precisa agir em nossas sinapses e, normalmente, o que ela faz é aumentar ou diminuir a quantidade de neurotransmissores liberados durante a comunicação nervosa, e isso é suficiente para gerar seus efeitos (desejáveis ou não).
Vamos pensar em um exemplo muito simples, o da cocaína.
As características pós uso são comuns a pessoas e animais de laboratório: agitação, maior quantidade de movimentos, falação (seres humanos), taquicardia, perda de apetite e sono.
Como ela faz isso? Aumentando a liberação do neurotransmissor Dopamina. Vamos visualizar de outra forma: quando a cocaína consegue chegar às regiões do nosso cérebro onde ela age, ela provoca uma chuva de dopamina naquelas sinapses, aumentando a atividade cerebral naquelas regiões.
Pensando dessa forma, com um excesso temporário de dopamina, o que está acontecendo é um aumento da comunicação nervosa e, consequentemente, um aumento da atividade cerebral - faz mais sentido agora a agitação, a falação, as características que uma pessoa apresenta quando utiliza a droga? Faz né? rs.
Observem essa figura, que explica um pouco da ação da cocaína no cérebro: