segunda-feira, 29 de abril de 2019

Sistema Respiratório

Boa noite pessoal,
hoje, no curso de Anatomia, vamos falar um pouco sobre Sistema Respiratório.

Esse resumo é baseado, em partes, no Capítulo IX do livro Anatomia Humana Básica, do Dangelo e Fattini.

Em qualquer forma que se apresente, a respiração é uma das características básicas dos seres vivos. Essencialmente, ela consiste na absorção do oxigênio pelos pulmões enquanto mandam para o meio externo o gás carbônico, resultante dos processos oxidativos celulares. O órgão respiratório é o pulmão.

- Divisão:

Didática e funcionalmente, o sistema respiratório pode ser dividido em duas partes:
  1. Porção Condutora ou de Condução;
  2. Porção Respiratória ou de Respiração.
A porção de condução é composta por órgãos tubulares, cuja função é levar o ar inspirado até a porção respiratória, representada pelos pulmões e, destes, conduzir o ar expirado, eliminando o CO2.

De dentro para fora, o ar expirado sai dos pulmões pelos brônquios e traqueia, órgãos que realmente só funcionam como condutores de ar (aeríferos). Acima destes, entretanto, situam-se a laringe, a faringe e o nariz, que não são apenas condutores de ar. A laringe também é o órgão responsável pela fonação; a faringe está relacionada com o sistema digestivo, parte dela servindo como tubo condutor de alimentos; e o nariz apresenta porções que cumprem função olfatória.


- Nariz:

No estudo anatômico do nariz, divide-se ele em três constituintes principais:

  1. Nariz Externo;
  2. Cavidade Nasal;
  3. Seios Paranasais.

- Nariz Externo:

É visível externamento no plano mediano da face, apresentando-se, no homem, como uma pirâmide triangular em que a extremidade superior, correspondendo ao vértice da pirâmide, é denominada raiz e a inferior, base. Na base, encontram-se duas aberturas conhecidas como narinas, separadas por um septo, responsáveis por comunicar o meio externo com a cavidade nasal. O ponto mais proeminente do nariz externo recebe o nome de ápice e entre ele e raiz tem-se o dorso do nariz. 

O dorso do nariz tem formato variável, apresentando-se como retilíneo, côncavo ou convexo. A forma das narinas varia de acordo com o grupo racial. Nos negros, por exemplo, as narinas costumam ser quase horizontais, com grande eixo transversal, enquanto em brancos as narinas possuem grande eixo ântero-posterior. Como mostra a figura a baixo:

O esqueleto do nariz é ósseo-cartilagíneo, ou seja, formado por osso e cartilagem. Além dos ossos nasais e porções das duas maxilas, direita e esquerda, fazem parte do esqueleto do nariz as diversas cartilagens nasais. Nos crânios observados em aula prática, o nariz já não conta com a porção cartilaginosa, pois esta é destruída durante a preparação da peça. Ficam conservadas, apenas, as partes ósseas que delimitam a abertura piriforme. Conforme observado na figura:


- Cavidade Nasal:

Comunica-se com o meio externo através das narinas, situadas anteriormente, e com a porção nasal da faringe, através das coanas, aberturas que podem ser identificadas facilmente em crânios secos. Na verdade, as coanas marcam o limite entre a cavidade nasal e a porção nasal da faringe.

A cavidade nasal é dividida nas porções direita e esquerda, pelo septo nasal, que normalmente apresenta-se desviado para a direita ou para a esquerda e grandes desvios podem dificultar a respiração e necessitar de cirurgia corretiva.

O septo nasal é constituído por partes cartilaginosas (cartilagem do septo nasal) e óssea (lâmina perpendicular do osso etmoide e osso vômer). Observem a figura seguinte, que mostra os constituintes do septo nasal:


O osso etmoide é um osso difícil de ser isolado do crânio por ter paredes muito finas que se rompem durante o processo de preparação do material. Fica situada abaixo da porção mediana do osso frontal e entre as órbitas oculares. Observem o esquema a baixo:


Note, na figura a cima, que o osso etmoide possui duas porções laterais, A e B, constituídas por células pneumáticas, isto é, espaços delimitados por delgadas trabéculas ósseas, que são denominadas labirintos etmoidais. Na sua parte superior, unindo os labirintos aparece a lâmina crivosa (C), com numerosas aberturas destinadas à passagem de fibras do nervo olfatório. A última porção é a lâmina perpendicular (D), que contribui para a formação do septo nasal. No plano mediano a lâmina crivosa apresenta uma projeção, conhecida como crista gali (E). Os labirintos etmoidais (A e B) também são conhecidos como seios paranasais ou seios etmoidais, sendo o primeiro (paranasais) mais utilizados.

A figura também mostra projeções da face medial de cada labirinto. geralmente duas, como lâminas ósseas recurvadas, que são as conchas nasais superior e média, sendo a concha inferior um osso separado. Estas conchas projetam-se na cavidade nasal, estão recobertas pela mucosa e delimitam espaços denominados meatos: o meato superior fica entre a concha superior e média, o meato médio entre a concha nasal média e a inferior e o meato inferior sob a concha inferior. Os seios paranasais desembocam nestes meatos, sendo que no inferior encontra-se a abertura do ducto naso-lacrimal, responsável pela drenagem da secreção lacrimal em direção às cavidades nasais.

Observe agora, na figura a baixo, as conchas e os meatos nasais:


As conchas nasais existem para aumentar a superfície mucosa da cavidade nasal pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar inspirado, "condicionando-o" para que seja melhor aproveitado na hematose que ocorre nos pulmões (troca gasosa).

A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbulo, região respiratória ee região olfatória. O vestíbulo segue-se imediatamente às narinas, compreendendo uma pequena dilatação revestida de pele apresentando pelos. Ao vestíbulo seguem-se as regiões respiratória e olfatória, recobertas por mucosa. A região olfatória é restrita à concha superior e 1/3 do septo nasal. Desta região partem as fibras nervosas que, em conjunto, constituem o nervo olfatório e que atravessam as aberturas da lâmina crivosa do osso etmoide.

- Seios Paranasais:

Alguns ossos do crânio, entre eles o frontal, a maxila e o etmoide, apresentam cavidades denominadas seios paranasais. Como mostra a figura a baixo:


As paredes ósseas que separam os seios paranasais das cavidades assinaladas são muito finas, podendo ser rompidas em processos patológicos. Os seios paranasais são revestidos por mucosa contínua com a mucosa que atapeta a cavidade nasal, com a qual mantem comunicação. Assim, a cavidade nasal ocupa o centro de um círculo cavitário importante: situa-se superiormente à cavidade bucal, dela separada pelo palato (teto da cavidade bucal); o seio frontal e fossa anterior do crânio são superiores a ela; o seio esfenoidal, posterior; os seios etmoidais e maxilares são laterais à cavidade nasal.

- Faringe:

É um tubo muscular associado a dois sistemas: o respiratório e o digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe. Por isso, possui três porções: parte nasal, superior, que se comunica com a cavidade nasal através das coanas; parte bucal, média, que se comunica com a cavidade bucal pelo istmo da garganta e a parte laringica, inferior, situada posteriormente à laringe e continuada diretamente pelo esôfago. Não existem limites precisos entre as três partes da faringe. Trata-se, então, de um canal comum para a passagem do alimento ingerido e do ar inspirado e, no seu trajeto, as vias seguidas pelo bolo alimentar e pela corrente de ar se cruzam.

Na parede lateral da parte nasal da faringe, encontramos o óstio faríngico da tuba auditiva, que comunica a tuba auditiva com a faringe para manutenção de uma pressão constante no ar externo e naquele contido na cavidade timpânica. 

Mas, se o caminho do alimento e do ar se cruzam, por que não engasgamos toda hora? Porque a epiglote fecha a entrada do pulmão e o alimento consegue seguir para o esôfago. Observe a figura a baixo para responder essa pergunta:


- Laringe:

É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via aerífera, é o órgão da fonação (onde encontram-se nossas cordas vocais). Coloca-se anteriormente à faringe e é continuada pela traqueia.

- Esqueleto da Laringe: a laringe apresenta um esqueleto cartilaginoso, que pode ser visto na figura a baixo:


A maior cartilagem é a tireóidea, constituída de luas lâminas que se unem anteriormente em V. A cartilagem cricóide é ímpar e tem forma de um anel de sinete, situando-se inferiormente à cartilagem tireóidea. A cartilagem aritenóide, uma de cada lado, é semelhante a uma pequena pirâmide triangular de ápice superior e cuja base articula-se com a cartilagem cricóide. A cartilagem epiglótica, ímpar e mediana, é fina e lembra de uma folha peciolada, situando-se posteriormente à raiz da língua e cartilagem tireoide. Ligamentos unem as diversas cartilagem da laringe.

- Cavidade da Laringe:

Quando observa-se uma laringe cortada sagitalmente, a primeira coisa que chama atenção é uma fenda ântero-posterior que leva a uma pequena invaginação, o ventrículo da laringe. Esta fenda é delimitada por duas pregas, uma superior, a prega vestibular, e uma inferior, a prega vocal. A porção da laringe situada a cima da prega vestibular é o vestíbulo da laringe. A porção entre as pregas vestibular e vocal de cada lado é a glote, enquanto a situada a baixo das pregas vocais é a cavidade infraglótica que se continua com a cavidade da traquéia.


As pregas vocais são constituídas pelo ligamento e músculo vocais, revestidos por mucosa, e o espaço existente entre elas é denominado rima glótica.
Para que se produza som, ao nível das pregas vocais, a laringe possui numerosos músculos, denominados genericamente de músculos intrínsecos da laringe, que podem aduzir ou abduzir as pregas vocais, ou seja, que podem aproximá-las ou afastá-las. A musculatura intrínseca da laringe pode também provocar tensão ou relaxamento das pregas vocais, o que interfere sobre a tonalidade do som produzido.

- Traqueia e Brônquios:

À laringe segue-se a traqueia, estrutura cilindróide constituída por uma série de anéis cartilaginosos, em formas de C, sobrepostos e ligados entre si pelo ligamentos anulares. A parede posterior, desprovida de cartilagem, constitui a parede membranácea da traqueia, que apresenta musculatura lisa, o músculo traqueal. 

Da mesma forma como ocorre em outros órgãos do sistema respiratório, as cartilagens da traqueia proporcionam uma rigidez suficiente para impedi-la de entrar em colapso e, ao mesmo tempo, unidas por tecido elástico, fica assegurada a mobilidade e flexibilidade da estrutura que se desloca durante a respiração e com os movimentos da laringe.

Embora seja um tubo mediano, a traqueia sofre um pequeno desvio para a direita, próximo à sua extremidade inferior, antes de dividir-se nos brônquios principais, direito e esquerdo, que se dirigem para os pulmões. Estes apresentam estrutura muito semelhante à da traqueia, e são chamados de brônquios de primeira ordem. Cada brônquio principal da origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os lobos pulmonares. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que vão para os segmentos broncopulmonares. Os brônquios segmentares sofrem ainda diversas divisões antes de terminarem nos alvéolos pulmonares. Vê-se, assim, que cada brônquio principal dá origem no pulmão a uma série de ramificações conhecidas, em conjunto, como árvore brônquica.




- Pleura e Pulmão:

Os pulmões, direito e esquerdo, órgãos principais da respiração, estão contidos na cavidade torácica e entre eles há uma região mediana denominada mediastino, onde se encontra o coração, os grandes vasos e alguns dos seus ramos proximais, o esôfago, parte da traqueia e brônquios principais, além de nervos e linfáticos.

Cada pulmão está envolto por um saco seroso completamente fechado, que recebe o nome de Pleura, que apresenta dois folhetos: a pleura pulmonar, em contato com os pulmões, e a pleura parietal, em contato com a face interna do tórax. Entre as pleuras pulmonar e parietal (que são contínuas) há um espaço virtual, a cavidade da pleura, contendo uma película de líquido de espessura capilar, que permite o livre deslizamento de um líquido contra o outro nas variações de pressão e volume dos pulmões (na inspiração e na expiração). Dentro da cavidade pleural a pressão é subatmosférica, um fator importante na mecânica respiratória.






Os pulmões são órgãos de forma cônica. apresentando um ápicec superior, uma base inferior e duas faces: costal (em relação às costelas) e medial (voltada para o mediastino). A base descansa sobre o diafragma (face diafragmática), músculo que separa, internamente, o tórax do abdome. 

Os pulmões se subdividem em lobos cujo número, embora possam existir variações, é de três para o direito e dois para o esquerdo. Então, o pulmão direito possui os lobos superior, médio e inferior, separados entre si por fendas profundas, conhecidas como fissuras oblíqua e horizontal. Já o pulmão esquerdo, possui os lobos superior e inferior, e apenas uma fissura, a oblíqua. 




Os lobos pulmonares são divididos em segmentos broncopulmonares, consideradas como sendo a maior porção de um lobo ventilados por um brônquio específico que se origina, diretamente, de um brônquio lobar. Assim, um mesmo lobo apresenta diversos segmentos broncopulmonares, cada um deles suprido por brônquio segmentar específico, de terceira ordem, que se origina de um brônquio lobar de segunda ordem.

Na sua face medial, cada um dos pulmões apresenta uma fenda em forma de raquete, o hilo do pulmão, pelo qual entram ou saem brônquios, vasos e nervos pulmonares, constituindo a raiz do pulmão. 




Bons estudos pessoal,
qualquer dúvida, deixe nos comentários.




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