Bom dia pessoal,continuando nossa última aula de Anatomia Humana, hoje terminamos o Sistema Circulatório.
Para quem não leu a primeira parte, é só clicar no link a baixo:http://plantandociencia.blogspot.com/2019/04/sistema-circulatorio-i.html
Lembrando que, a primeira matéria e esta atual, são baseadas, em parte, no Capítulo 8 do livro Anatomia Humana Básica - Dangelo e Fattini.
Um resumo da aula anterior:
Os vasos condutores de sangue são: artérias, veias e capilares sanguíneos.
- Artérias:
São tubos cilíndricos, elásticos, nos quais o sangue circula centrifugamente em relação ao coração.
- Calibre: devido aos diferentes calibres das artérias do nosso corpos, elas podem ser classificadas em artérias de: grande, médio e pequeno calibre e arteríolas.
As artérias de grande calibre, como a Aorta, possuem diâmetro interno de 7 mm, enquanto as de médio calibre entre 2,5 e 7 mm. As de pequeno calibre entre 0,5 e 2,5 mm. As arteríolas, com os menores calibres, possuem menos de 0,5 mm de diâmetro.
Levando-se em conta ainda a estrutura e a função, as artérias podem ser classificadas em:
- Elásticas: são as de grande calibre, como a aorta, o tronco braquiocefálico, subclávia.
- Distribuidoras: ou de tamanho médio, que são a maioria das artérias do nosso corpo;
- Arteríolas: menores ramos das artérias e oferecem maior resistência ao fluxo sanguíneo, contribuindo assim para reduzir a tensão do sangue antes de sua passagem pelos capilares.
- Elasticidade: as artérias possuem elasticidade a fim de manter o fluxo sanguíneo constante. A dilatação das artérias em razão do sangue bombeado na sístole ventricular, forma energia potencial que mantém até certo grau a tensão durante a diástole ventricular.
As artérias podem dilatar-se no sentido transversal para conter maior volume de sangue. Podem também distender-se no sentido longitudinal, atendendo aos deslocamentos dos segmentos corpóreos. Em geral, as artérias se encontram em estado de tensão no sentido longitudinal, o que explicaria a retração das duas extremidades do vaso quando seccionado transversalmente. Nas secções transversais incompletas, esta mesma tensão longitudinal força a abertura e pode levar a artérias à secção completa.
- Ramos: as artérias emitem ramos terminais e ramos colaterais:
- Ramos terminais: Quando a artéria dá ramos e o tronco principal deixa de existir por conta dessa divisão (em geral, bifurcação), recebem o nome de ramos terminais (pois é onde termina o tronco arterial). É o caso da artéria braquial que ao nível do cotovelo bifurca-se em duas outras, a artéria radial e a artéria ulnar (artéria radial e ulnar, então, são ramos terminais da artéria braquial).
- Ramos colaterais: ocorrem quando a artéria emite ramos e o tronco de origem continua a existir. São a grande maioria dos nossos ramos arteriais, saindo das artérias em ângulos variados, sendo que, quando saem com um ângulo obtuso (sangue circula em direção oposta àquele da artéria de origem), recebem o nome de recorrentes.
O número de artérias que irrigam determinado órgão varia com o tamanho do órgão e também com sua importância funcional (cérebro, por exemplo, precisa de um grande aporte sanguíneo porque consome muito oxigênio e muitos nutrientes para funcionar).
Geralmente, um órgão ou uma estrutura recebe sangue de mais de uma artéria, embora haja exceções, como é o caso dos rins e do baço.
Vocês precisam saber, também, que as artérias podem ser superficiais ou profundas, de acordo com o que está vascularizando.
Entre os critérios para designar o nome das artérias, podemos citar: a situação (ou posição), como a artéria braquial (do braço); direção, como a artéria circunflexa da escápula; órgão irrigado, como a artéria renal ou ainda, pela peça óssea contígua, como a artéria femoral (fêmur).
- Veias:
São os tubos nos quais o sangue circula centripetamente em relação ao coração (ou seja, é a volta do sangue ao coração). As veias fazem sequência aos capilares e transportam o sangue que já realizou as trocas com os tecidos, da periferia para o centro do sistema circulatório, ou seja, para o coração.
Possuem paredes mais finas que a parede das artérias, pois o sangue que nelas circulam está sob uma pressão bem menor.
Compare, na figura a baixo, as estruturas da artéria e da veia:
- Forma: é variável de acordo com a quantidade de sangue em seu interior. Quando está cheia, fica com um formato cilíndrico. Quando pouco cheias ou vazias, ficam achatadas.
- Calibre: da mesma forma que as artérias, as veias também são classificadas em grande, médio e pequeno porte e vênulas (que se seguem aos capilares). Em virtude da menor tensão do sangue no seu interior e de possuir paredes mais finas (delgadas), as veias são muito depressíveis, podendo haver colabamento das suas paredes (quando entram em contato).
O poder de distensão das veias é tão grande, que alguns autores dizem que ela pode multiplicar até por 5 vezes o seu diâmetro.
- Tributárias e afluentes: a formação das veias lembra a formação de um rio: afluentes vão chegando (confluindo) ao leito principal e este vai se tornando cada vez mais volumoso. Assim, as veias recebem numerosas tributárias e seu calibre à medida em que vai se aproximando do coração. Isso é o exato oposto do que ocorre com as artérias, que vão diminuindo de calibre à medida em que emite ramos e se afasta do coração.
Notem, na figura a baixo, como as veias vão aumentando de calibre:
O número de veias é maior do que o número de artérias. E os motivos são: geralmente duas veias satélites acompanham uma artéria, além de existir e existe um sistema de veias superficiais às quais não correspondem artérias.
Diz-se que o leite venoso (resultado da soma dos volumes internos das veias) é praticamente o dobro do leito arterial.
- Situação: de acordo com sua localização, as veias são classificadas em superficiais e profundas.
- Veias superficiais: são subcutâneas , normalmente visíveis pela transparência da pele, sendo mais calibrosas nos membros e no pescoço. Drenam o sangue da circulação cutânea e servem também como via de descarga auxiliar da circulação profunda. Permitem o esvaziamento rápido de veias dos músculos durante a contração dos mesmos, diminuindo o retorno pela circulação profunda. São volumosas e facilmente visíveis conforme aumenta-se o tamanho dos músculos e são menos aparente nas mulheres. Essas veias superficiais não acompanham artérias e são os locais de escolha para aplicação de medicamentos endovenosos.
- Veias profundas: podem ser solitárias, por não acompanharem artérias, como as veias cavas e a veia porta. Ou satélites das artérias, ou seja, que acompanham as artérias.
As veias da cabeça e do tronco podem ser classificadas em Viscerais (drenam as vísceras) ou parietais, quando drenam as paredes daqueles segmentos.
- Anastomoses: as anastomoses venosas são mais frequentes que as arteriais, sendo difícil delimitar o exato território de uma veia. Além disso, as veias tem uma distribuição variável de indivíduo para indivíduo, sendo difícil assim fixar o padrão normal de distribuição.
- Válvulas: a presença de válvulas é uma das principais características das veias, embora algumas veis como as do cérebro e do pescoço não as tenham.
As válvulas são pregas membranosas da camada interna da veia, em forma de bolso. Possuem uma borda aderente à parede do vaso e uma borda livre, voltada sempre para a direção do coração.
Quando o sangue contido na veia é impulsionado, ele empurra a válvula de encontra à parede da veia, circulando assim, livremente para o coração. Como a progressão da corrente sanguínea venosa não é contínua, quando a força que a impulsiona cessa, a força da gravidade tende a fazer com que o sangue volte pela veia. Isso não ocorre pois o sangue acaba preenchendo o seio da válvula, ocupando-o. Assim, a luz (ou a passagem) da veia é temporariamente fechada (obliterada), até que o impulso faça o sangue progredir em direção ao coração.
As varizes são resultantes da deficiência de uma ou muitas válvulas venosas, não impedindo completamente o refluxo do sangue, que gera uma dilatação e uma estase sanguínea.
Além de orientar a direção da corrente sanguínea, permitindo sua circulação na direção exclusiva do coração e impedindo seu refluxo, as válvulas dividem a coluna sanguínea venosa, possibilitando ao sangue progredir de segmento em segmento.
A força de bombeamento cardíaco diminui à medida em que o sangue passa por vasos de calibre cada vez menores e principalmente nos capilares. Nas veias, tensão e velocidade do sangue são menores que nas artérias.
Um dos mais importantes fatores do retorno do sangue venoso ao coração é a contração muscular, que comprime as veias e impulsiona o sangue nelas contido.
- Capilares Sanguíneos:
São vasos microscópicos, interpostos entre as artérias e as veias. Nos capilares sanguíneos é onde ocorre a troca entre o sangue e os tecidos. Sua distribuição é quase universal por todo o nosso corpo.
- Sistema Linfático: é um sistema formado por vasos e órgãos linfoides e nele circula a linfa. Funciona como um sistema auxiliar de drenagem, ou seja, ajudar o sistema venoso.
Nem todas as moléculas do líquido tecidual passam para os capilares sanguíneos, como as moléculas de grande tamanho, que serão então recolhidas pelos capilares linfáticos, de onde a linfa segue para os vasos linfáticos, que vão abastecer os troncos linfáticos. Esses troncos linfáticos levam a linfa para veias de médio e grande calibre (porte), ajudando na sua função.
O maior tronco linfático recebe o nome de ducto torácico, geralmente desembocando na junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo.
Os vasos linfáticos estão ausentes no sistema nervoso central (SNC), na medula óssea, nos músculos esqueléticos e em estruturas avasculares.
- Diferenças entre Sistema Linfático e Sistema Sanguíneo?
O sistema linfático está constituído de capilares onde ocorre a absorção do líquido tecidual, porém, são tubos de fundo cego (possuem um ponto final).
Além disso, o sistema linfático não possui um órgão central bombeador.
Uma terceira grande diferença é que aos vasos linfático associam-se estruturas conhecidas como linfonodos.
- Linfonodos:
Interpostos no trajeto dos vasos linfáticos, agem como uma barreira ou filtro contra a penetração na corrente sanguínea de microrganismos, toxinas e substâncias estranhas ao organismo.
Os linfonodos são, portanto, elementos de defesa do nosso organismo e, para tanto, estão envolvidos no papel de amadurecer e armazenar glóbulos branco.
Distribuídos pelo corpo, estão concentrados nas axilas e na região inguinal, sendo muitas vezes palpáveis. Quando estão inflamados, podem aumentar de tamanho e se tornarem dolorosos, fenômeno conhecido vulgarmente como íngua.
- Fluxo da linfa: é relativamente lento durante os períodos de inatividade de uma área ou órgão. A atividade muscular provoca o aparecimento de fluxo mais rápido e regular. A circulação da linfa aumenta durante o peristaltismo e também com aumento dos movimentos respiratórios.
- Baço, Timo e Tonsilas:
São órgãos linfoides, cuja principal função é produzir linfócitos. Ou seja, estão diretamente relacionados com nosso sistema imune (ou de defesa).
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