Boa tarde pessoal,
Hoje vamos falar um pouco mais sobre Farmacodinâmica, que definimos na primeira aula como "o que o fármaco provoca de ação no nosso corpo e como ele faz isso (mecanismo de ação)".
Para quem não leu a primeira parte, acho que vale a pena dar uma olhadinha antes:
http://plantandociencia.blogspot.com/2020/09/farmacodinamica-1-20.html
Na primeira parte da nossa aula nós falamos sobre a formação do complexo fármaco-receptor, entendendo sua relação com a atividade biológica dos fármacos e os conceitos de Agonista, Antagonista e Antagonista Alostérico.
Aliás, fiquem com a bela imagem abaixo para entender de uma vez por todas as relação entre um ligante endógeno, um agonista e um antagonista. Achei sensacional essa figura:
Mas ok, entendi o conceito de formar um complexo entre o fármaco e o receptor, mas o que acontece depois? Como o receptor, depois de receber a informação do fármaco, vai conseguir passar essa mensagem para a célula, para que então altere sua bioquímica e fisiologia para gerar o efeito farmacológico desejado?
Agora estudaremos os mecanismos moleculares de ação dos fármacos, ou seja, quais as alterações provocadas na célula após a interação fármaco-receptor para existir uma resposta farmacológica.
Existem muitos receptores celulares conhecidos, e na maioria das vezes são proteínas transmembranas. Porém, apesar da grande variedade de receptores, conseguimos classificá-los de acordo com cinco mecanismos de ação distintos, bem representados na figura abaixo, do livro Farmacologia Básica e Clínica - Katzung, Masters e Trevor:
Vou fazer um breve resumo explicando a figura e depois começamos a discutir um a um:
- Receptores Intracelulares: aqui, após a interação entre o fármaco lipossolúvel e o receptor, o complexo migra e se liga ao DNA, onde irá alterar a transcrição gênica.
- Receptores que são enzimas transmembranas: o próprio receptor é uma enzima, ativada quando ocorre a ligação do fármaco, utiliza processos químicos como a fosforilação de aminoácidos para gerar as alterações celulares e desencadear a resposta farmacológica.
- Receptores proteicos acoplados a uma enzima, como o caso dos receptores de citocinas. Aqui, o receptor é uma proteína e quando ativado pelo fármaco agonista, ativa a enzima para gerar a cascata de sinalização.
- Receptores que são canais iônicos: os nossos famosos canais iônicos controlados por ligantes. Quando o fármaco agonista se liga, a alteração no canal faz com que passe para o estado aberto, permitindo um fluxo de íons que altera a composição iônica da célula, gerando o efeito do fármaco.
- Receptores acoplados à proteína G: receptores proteicos que possuem uma proteína G acoplada no interior da célula: a resposta aqui exige energia e a formação de segundos mensageiros, deixarei mais claro no tópico específico.
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