quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Conclusão da Atividade sobre Farmacologia dos Analgésicos

Boa tarde pessoal,
essa matéria é complemento da matéria que postei ontem, referente a um novo modelo de atividade em sala de aula que propus para meus alunos da Biomedicina, na disciplina de Farmacologia.

O tema do trabalho foi Farmacologia dos Analgésicos. 

Só para vocês entenderem um pouco melhor como funcionou a aula seguida de exercício, ontem elaborei uma aula para explicar a farmacologia básica dos Analgésicos, Opioides e não opioides, na lousa. Uma ferramenta clássica da sala de aula, que na minha opinião prende mais a atenção e exige mais do aluno em sala de aula do que os Slides (não desmerecendo a importância desta metodologia, que uso praticamente todas as semanas em sala de aula).

Após explicar o básico, dividi a turma (pequena - 20 alunos), em 3 grupos e expliquei a atividade. 

A atividade encontra-se no link abaixo:

Em outras atividades eu trazia para a sala um questionário e os alunos se reuniam em grupos para responde-lo e me entregar no final da aula. Uma atividade válida, porém, que gerava um nível de conversa e barulho inviável, não condizente com um ambiente escolar. Além disso, e o maior problema em minha opinião, é que cada aluno do grupo respondia uma questão, mal conversavam entre eles (não sobre a atividade), juntavam as respostas (muitas vezes sem nem conferir se alguma tem sequer nexo) e me entregavam a atividade. Muitas vezes tive a impressão de ter perdido tempo da minha vida e gastado tempo da vida dos alunos também.

Mas quais as mudanças em relação a este modelo tradicional de exercício?

Autonomia. 
Após explicar o básico, expliquei como funcionaria o exercício e o que cobraria deles em relação a atividade.

Primeiro, nada de papel! Não precisavam me entregar, ao final da atividade, as respostas das perguntas.

Segundo, disponibilizei conteúdo online aqui no blog, com referências simples mas de qualidade (conferidas uma a uma), e indiquei o livro necessário para conseguir as respostas.

Terceiro, liberdade para sair da sala e ir para os laboratórios e biblioteca realizar a pesquisa. Dei um tempo de uma hora aula (40-50 minutos) e estes retornaram, discutiram rapidamente as ideias e respostas entre os grupos.

Quarto, a avaliação do exercício: após reunidos, fiz perguntas para um orador de cada grupo, de maneira que consegui avaliar as respostas obtidas, complementá-las, e, o mais importante, todos os grupos obtiveram conhecimentos e informações básicas valiosas sobre fármacos distintos, sendo que um falou sobre Morfina, o segundo sobre Codeína e o terceiro sobre a nossa queria Neosaldina.

Pessoal, o mais interessante que consegui observar foi: Silêncio em sala de aula, quem ficou em sala realmente pesquisou e gerou conhecimento. A expressão de interesse, de curiosidade. A necessidade do fazer e a liberdade para o fazer.

O resultado?
Excelente experiência. da qual alguns alunos deram o feedback na matéria da atividade, e foi um consenso o maior nível de aprendizado em interesse neste modelo.

Fiquei contente com o resultado e vou buscar melhorar ainda mais este tipo e outros tipos mais dinâmicos de atividade em sala de aula. 

Acredito que o modelo tradicional de aula, expositivo, é essencial para aprendizado e para a relação aluno-professor, mas vejo que muitos professores hoje negligenciam a inteligência dos alunos, esquece que estes passaram por experiências distintas, chegam com conhecimentos distintos, e deixam de enriquecer a aula e o aprendizado com a participação constantes dos alunos.

O que Paulo Freire repetiu muitas vezes em sua obra: O conhecimento não é passado de cima para baixo (professor para o aluno), como uma imposição, como alguém que leu mais sobre um determinado assunto inundando a cabeça dos alunos com informações e mais informações. O conhecimento é construído, envolve participação ativa das duas partes (alunos e professores), é um processo ativo.

Grato por poder compartilhar com vocês uma experiência positiva.

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