domingo, 30 de maio de 2021

Palestra - A importância da Neurociência na educação

 Boa noite pessoal, como vocês estão?

Para encerrar o mês de poucas postagens aqui no blog, trago a live que participei em parceria com o colégio Jaime Kratz, de Campinas.

Falamos um pouco sobre alguns conceitos de neurociência e como as novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro humano podem contribuir para o desenvolvimento da nossa educação, independente da idade do aluno.


Espero que gostem!

terça-feira, 25 de maio de 2021

Plantando Ciência e Escolha Poder - Encontro 4

Bom dia pessoal,

Acreditam que já se passou um mês desde que nos conhecemos? Passou rápido, não é mesmo? Espero que tenha sido uma jornada de novos conhecimentos para vocês, assim como foi para mim.

E pensar que tudo isso começou despretensiosamente, através de uma conversa via Instagram. Nossa jornada é constantemente surpreendente, assim como o nosso cérebro e suas infinitas funções e possibilidades.




Hoje nós vamos retomar alguns pontos, focando tudo o que aprendemos na manutenção da sobriedade em alta performance que vocês desenvolvem junto ao André. 

Acredito que os seguintes tópicos valem a pena ser relembrados e discutidos novamente: Plasticidade Neural, Sistema Límbico, Sistema de Recompensa, Córtex Pré-frontal e nossa capacidade de reinvenção.

O sistema límbico está diretamente relacionado às nossas emoções e sentimentos. Existem, aqui, algumas estruturas cerebrais muito interessantes, das quais gostaria de citar duas: a Amígdala e o Hipocampo.

A amígdala é como um sistema de alerta/alarme no nosso cérebro, que recebe informação de todos os nossos sentidos para interpretar se aquela experiência é um perigo ou não, se trás algum tipo de risco a nossa vida ou não. Se parecer perigoso, ela começa uma resposta que afeta todo o nosso corpo, a famosa resposta de luta ou fuga (coração acelera, mais sangue corre para os nossos músculos, ficamos mais alertas, enxergamos melhor) - todas essas alterações visam nossa sobrevivência. O interessante, aqui, é que por ser uma resposta envolvida com sobrevivência, nosso cérebro não aprendeu a distinguir os perigos reais dos imaginários, então é por isso que vocês sentem todas essas alterações quando estão ansiosos, quando estão com medo, mesmo que seja tudo coisa da nossa cabeça.

O hipocampo, vizinho da Amígdala, é responsável por armazenar as experiências que vivenciamos ao longo do dia e, durante a noite, durante nosso sono (mais um ponto que mostra a importância do nosso sono!), converte as experiências que foram mais marcantes, que envolveram mais emoções e sensações, em memórias de longo prazo, que permaneceram conosco por décadas da nossa vida. Amígdala e Hipocampo trabalham em conjunto, então toda experiência com grande carga emocional (seja boa ou ruim) tende a ser armazenada com muitos detalhes em nosso cérebro, por isso que não nos esquecemos dos traumas que passamos ou das nossas conquistas.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

A importância da Neurociência na educação - Colégio Jaime Kratz

Boa tarde pessoal do Colégio Jaime Kratz, um prazer poder conversar um pouco com vocês.

Vamos falar sobre como as descobertas mais recentes da neurociência podem ser utilizadas para repensarmos nosso modelo de ensino, sempre buscando uma melhoria na relação entre os processos de ensino e aprendizagem, para construção de conhecimentos mais sólidos e aplicáveis em nosso dia a dia.




Nosso cérebro é um órgão fantástico, capaz de realizar funções como nosso ato de pensar, formação e armazenamento de memórias, nos permitir sentir e interagir com o mundo a nossa volta, dentre muitas outras.

Para nossa discussão hoje, gostaria que prestassem atenção em três pontos que considero chaves para entender e explorar a relação entre neurociência e educação: Plasticidade Neural, Memórias e Atenção.

Resumindo os termos: plasticidade neural é a habilidade que nosso cérebro tem para se adaptar, para se reinventar, para se modificar, seja através do aprendizado, seja após uma lesão. Atenção e memória caminham de mãos dadas, e eu posso provar isso para vocês com um exemplo bem simples: quantas vezes vocês procuraram o celular de vocês, enquanto seguravam o celular na mão? Ou, quantas vezes vocês "perderam" a chave de casa ou do carro por simplesmente não fazerem a menor ideia de onde tinham deixado?

Se vocês repararem bem, nos dois exemplos faltou o ato de prestar atenção no que estava fazendo. Se não prestarmos atenção em algo, não vamos registrar uma memória sobre aquele fato ou acontecimento. Gosto de frisar sempre: não sofremos com problemas de memória, sofremos com problemas de atenção.

Essa relação entre atenção e memória é facilmente visualizado em sala de aula. Quanto mais envolvido o aluno está com aquela aula, mais eficiente será o registro do conteúdo e, consequentemente, o aprendizado. Mas é bem mais fácil falar aqui do que realmente prender a atenção do aluno em sala de aula, certo? Já era pessoalmente, nas aulas virtuais aumentaram os desafios para os professores. Como competir pela atenção deles? Como ser mais interessante que o cachorro, o gato, o video-game, a cama? 

Podemos explorar muitos pontos aqui, mas vou guiar o restante da matéria com as perguntas da entrevista e com minhas respostas. No final da matéria, deixo uma lista com outras matérias aqui do blog, para que vocês possam explorar, de maneira simples, os temas discutidos aqui.



terça-feira, 18 de maio de 2021

Plantando Ciência e Escolha Poder - Encontro 3

Bom dia pessoal, como vocês estão?

Nos últimos dois encontros exploramos um pouco como o nosso cérebro funciona e como, através da plasticidade neural, ele consegue se reinventar, se moldar, e nós, consequentemente, podemos construir e desconstruir hábitos.

Sim, é possível, apesar de não ser fácil. Mas lembrem-se que nossa capacidade de aprender é praticamente infinita, assim, o único fator que pode nos impedir de conquistar algo que desejamos somos nós mesmos. Nós somos os responsáveis por limitar as infinitas capacidades do nosso cérebro.



Em destaque, na figura acima, está uma das principais áreas envolvidas com nossa tomada de decisões, com a manutenção de nossos comportamentos, com o nosso Eu. Essa região, o famoso córtex pré-frontal, é a região mais desenvolvida do nosso cérebro, quando comparamos o mesmo com o de outras espécies de animais. E isso fez uma enorme diferença em nossa evolução, garantindo que conseguíssemos, através de pensamentos, de escolhas, de imaginação, de atitudes, chegássemos até onde estamos hoje.




Observem que fantástica essa figura, comparando o cérebro de diversas espécies de animais do nosso planeta. Nós somos sim os mais inteligentes, se considerarmos o conceito básico de inteligência. Mas jamais os únicos pensantes, isso foi uma enorme prepotência de nossos antepassados. Quem tem um animal de estimação e passa um tempo de qualidade com ele, observando seus comportamentos, sabe muito bem que eles também pensam e podem ser considerados inteligentes em diversos níveis.

Mas ok Bruno, agora já sabemos bastante sobre o funcionamento básico do cérebro, sobre neurociência, o que podemos aprender mais para ajudar na caminhada da sobriedade em alta performance, junto com o grande mestre André?

Passada toda essa discussão inicial dos dois primeiros encontros, hoje podemos falar um pouco de como o cérebro funciona a um nível molecular, o que é capaz de nos mostrar como as substâncias químicas agem no nosso cérebro (sejam elas lícitas, ilícitas, farmacológicas...).

Para iniciar essa discussão, precisamos falar dos neurônios, as principais células do nosso Sistema Nervoso:


segunda-feira, 17 de maio de 2021

Vamos falar mais um pouco sobre AVC?

Boa noite pessoal, como vocês estão?

Sei que ando sumido do blog, mas Maio está de parabéns pelo nível de dificuldade e pela quantidade de trabalho. 

Mas analisando, até isso nos ajuda a crescer e continuar nosso desenvolvimento ao longo da vida. Faz parte.

Hoje, trago dois vídeos para vocês entenderem um pouco mais sobre o Acidente Vascular Cerebral, nosso famoso AVC ou derrame. Uma doença com números assustadores aqui no Brasil, e que, hoje, já sabemos que muitas vezes é causada pela hipertensão arterial, mais uma informação importante para prestarmos atenção em nossa saúde.

Primeiro, uma figura:


Essa figura mostra os dois tipos, hemorrágico, quando há extravasamento de sangue devido ao rompimento de um pequeno vaso. E o isquêmico, que acredito ser até mais comum, causado por um trombo ou coágulo, relacionado muitas vezes com a aterosclerose.

Depois da reflexão inicial, dois vídeos para ajudarem na formação do conhecimento acerca do tema. O primeiro, de uma neurocientista que sofreu um AVC e se recuperou, então a explicação tem outro nível (coitado do meu texto ai em cima, rs) e, logo em seguida, um segundo vídeo explicando o AVC de uma forma mais resumida e didática.

Espero que gostem:



Para quem tiver no celular, muitas vezes o vídeo não aparece, ai é só clicar no link:



ou pelo link: 


Era isso pessoal! 
Boa semana para todos vocês!

terça-feira, 11 de maio de 2021

Plantando Ciência e Escolha Poder - Encontro 2

Bom dia pessoal, como vocês estão?

Continuando nossa combinação entre a Mentoria para uma Sobriedade em altar performance do André e a sua relação com a neurociência, hoje vamos falar um pouco sobre a Plasticidade Neural.

Antes de começarmos a discussão, é interessante que vocês assistam o vídeo abaixo e já reflitam sobre os seguintes pontos: Plasticidade neural é a capacidade do nosso cérebro se adaptar, de acordo com os estímulos que entregamos a ele, ou seja, é a base do nosso aprendizado. Mas não só, é através da plasticidade neural que muitas pessoas recuperam suas funções, como as funções motoras, após um acidente vascular cerebral (o famoso derrame).


ou pelo link:

Por muito tempo, acreditamos que o cérebro poderia se desenvolver e se modificar apenas durante a fase de amadurecimento do sistema nervoso humano, que se completa por volta dos 21 anos.

Porém, com o boom de conhecimento observado na neurociência nas últimas décadas, ficou mais do que claro que o nosso cérebro é um órgão extremamente moldável e adaptável, por isso essa relação com o plástico, neuroplástico, neuroplasticidade (observe a sua volta quantos objetos de formatos e tamanhos completamente distintos são feitos de plástico).

A primeira conclusão que podemos tirar desse fato é que nossa capacidade de aprendizado é teoricamente infinita, independente da idade. Logo, somos e sempre seremos o nosso maior obstáculo para atingir determinado objetivo.

Um segundo ponto interessante é que a plasticidade neural não está relacionada apenas ao processo de aprendizagem, ela também é responsável pela reorganização do funcionamento do cérebro após uma lesão, como as causadas pelo Acidente vascular cerebral (AVC).

Observem a excelente figura que apresenta os dois tipos mais comuns de plasticidade neural em humanos:


Não se esqueçam que a plasticidade neural está relacionada a experiências: a experiência de uma aula de neurociências pode levar à formação de novas conexões no seu cérebro, assim como a experiência em um restaurante novo, em um relacionamento, em tudo que envolva  um ou mais de nossos cinco sentidos.

Por isso, quanto mais intensa uma experiência, uma experiência marcante, seja de forma positiva ou negativa, mostra para nosso cérebro a importância de registrar em detalhes aquele acontecimento, pois pode ser útil em momentos futuros. Assim, memórias boas e traumas tendem a nos acompanhar ao longo de nossas vidas.

Mas, para concluir nosso segundo encontro, enxerguem a Plasticidade Neural como uma habilidade fantástica de adaptação do nosso cérebro, que garante algo singular para a nossa espécie: nós podemos aprender coisas novas, novos caminhos, novos hábitos, em qualquer momento da nossa vida. Só depende de nós!

No começo, desconstruir um hábito ruim para construir um novo é dolorido, o cérebro não quer mudança, ele odeia gastar energia para realizar uma mudança, por isso é mais fácil chegar do trabalho e sentar no sofá para assistir TV do que trocar de roupa e ir correr, ir para a academia. Mas, a cada vez que repetimos a nova atividade, ela vai ficando mais fácil, o cérebro vai se acostumando e, depois de um tempo repetindo, se torna um hábito.

Só depende de nós! Podemos aprender infinitamente, o que mais uma vez nos mostra o quão fantástico é o nosso cérebro, sem limites. Fiquem firmes em seus propósitos, as mudanças doem no começo, mas salvam vidas no futuro!

Para aprender mais, recomendo os vídeos abaixo:


ou pelo link:



ou pelo link:


Um outro material, para leitura, que vale muito a pena:

https://www.stuartmcmillen.com/pt/comic/ratolandia/

Espero que gostem do material!

Contem comigo. Um abraço.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Plantando Ciência e Escolha Poder - Aula 1

Bom dia pessoal,

É com enorme prazer que trago hoje uma parceria que estou desenvolvendo com meu parceiro André, do escolha poder. Um cara que, sem enrolação, prega um estilo de vida baseado em sobriedade de alto nível, de alto rendimento.

Um trabalho fantástico, e espero poder contribuir um pouco com essa nossa parceria. Essa mistura entre o meu projeto principal, o Plantando Ciência e o Escolha Poder do André tem um objetivo muito claro, o que acontece no nosso cérebro em meio a uma dependência? Como funciona um cérebro viciado?

Mas calma, antes de chegar nesse ponto da discussão, precisamos entender o funcionamento básico, o que é verdade e o que não é sobre o funcionamento do nosso cérebro, o que forma nosso tecido nervoso, dentre alguns pontos essenciais para essa boa discussão.

Antes de tudo, precisamos falar dos neuromitos, como aquela famosa história de que só utilizamos 10% do nosso cérebro, já ouviu falar? Ou que o cérebro não se recupera após uma lesão. Ou ainda que o cérebro direito faz isso, enquanto o cérebro esquerdo faz aquilo.

Se você acreditava em alguns desses mitos, sinto muito, mas não passam de mitos. As últimas duas décadas ficaram conhecidas como décadas da neurociência, onde aprendemos MUITO sobre o funcionamento do nosso órgão mais fantástico, o que nos ajudou a derrubar vários desses neuromitos. Se você quiser saber mais, recomendo as duas matérias abaixo:

https://plantandociencia.blogspot.com/2020/11/cerebro-direito-vs-cerebro-esquerdo.html


Mas beleza, e o que mais podemos discutir nesse primeiro momento, para entender todo o restante sobre a relação entre o cérebro e as dependências. Primeiro, três regiões de extrema importância: 

  • Sistema Límbico: regiões do nosso cérebro diretamente relacionadas às nossas emoções e sentimentos, que nos permitem entender como eles funcionam e como influenciam todo o restante do nosso organismo. Ou você nunca sentiu um frio na barriga quando estava com medo, aquele aperto no peito quando estava triste? Das áreas aqui, Hipocampo e Amígdala valem o estudo mais aprofundado.
  • Córtex Pré-frontal: região que fica atrás da nossa testa, diretamente relacionada com nossa razão, nosso tomador de decisões, que nos permite manter comportamentos, sermos seres pensantes e sociais.
  • Sistema de Recompensa: adoramos sentir prazer, e nosso cérebro, evolutivamente falando, vai sempre nos fazer buscar e repetir aqui que nos gera qualquer tipo de sensação prazerosa. É um meio de campo que pode confundir bastante os dois sistemas acima.

Fica a dica de leitura:

Para finalizar nossa primeira discussão, por trás de tudo isso existem os neurônios, as unidades funcionais do nosso cérebro, que ao se comunicarem permitem que consigamos perceber o mundo a nossa volta, sentir o mundo a nossa volta, sentir carinho, pensar, guardar memórias, prestar atenção em algo. Em fim, tudo de mais fantástico que fazemos.

Para entender um pouco melhor essa parte, recomendo a leitura da matéria:

Era isso pessoal, entendendo os aspectos e as características nem tão iniciais apresentadas hoje, temos agora um terreno extremamente fértil para discutir, por exemplo, como as substâncias psicoativas agem em nosso cérebro.

Nossa jornada continua nas próximas semanas. Obrigado pela oportunidade!