Bom dia pessoal,
continuando nosso estudo sobre fisiologia respiratória.
Este resumo é baseado nos capítulos 38 e 39 do Livro Tratado de Fisiologia Humana, do Guyton e Hall.
Para quem não viu a primeira parte, é só clicar no link:
O pulmão tem duas circulações:
- A circulação de alta pressão e fluxo baixo sobre a traqueia, a árvore brônquica. Essa pressão é referente à chegada de sangue oxigenado aos pulmões. É o suprimento sanguíneo dos pulmões, que os mantêm vivos. O sangue vem da aorta pelos ramos torácicos desta.
- A circulação de baixa pressão e fluxo elevado - a que leva o sangue venoso de todo o corpo (vindo do ventrículo direito), para receber oxigênio e desovar o dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares.
Notem: quando falo suprimento sanguíneo do pulmão, eu estou falando do sangue que vem da aorta para o pulmão rico em oxigênio. É o sangue que vai abastecer de oxigênio e nutriente as células pulmonares. NÃO é o sangue que chega a partir do ventrículo direito nos alvéolos para liberar gás carbônico e pegar o oxigênio da inspiração.
- Vasos Pulmonares:
- Vasos pulmonares: quando falamos de vasos pulmonares, estamos falando das artérias pulmonares, responsáveis por trazer o sangue do ventrículo direito para ser oxigenado nos alvéolos. As artérias e arteriolar pulmonares são finas e distensíveis (elásticas), o que gera uma grande complacência nesses vasos. A grande complacência permite que as artérias pulmonares acomodem todo o volume sistólico do ventrículo direito.
- Vasos Brônquicas: o sangue também flui para os pulmões pelas pequenas artérias brônquicas, originadas da circulação sistêmica, que recebem sangue OXIGENADO. Em contraste com o sangue parcialmente DESOXIGENADO encontrado nas artérias pulmonares. As artérias brônquicas suprem os tecidos de suporte do pulmão (conjuntivo, septo e grandes e pequenos brônquios). Depois que o sangue arterial brônquico passa pelos tecidos de suporte, ele é drenado para as veias pulmonares e entre no átrio esquerdo, ao invés de voltar para o átrio direito.
- Vasos Linfáticos: os vasos linfáticos estão presentes em todo o tecido de suporte do pulmão, começando nos espaços de tecido conjuntivo que circundam os bronquíolos terminais, cursando para o hilo do pulmão e, desse ponto, para o ducto linfático torácico direito. Partículas que chegam aos alvéolos são parcialmente removidas por meio desses canais, e a proteína plasmática que escapa dos capilares pulmonares também é removida dos tecidos pulmonares, ajudando a prevenir um edema pulmonar.
Troca Gasosa dentro dos alvéolos: entrada de oxigênio e saída de gás carbônico do sangue!
A troca gasosa propriamente dita, ou seja, a troca do oxigênio dos alvéolos para o sangue e do dióxido de carbono na direção oposta ocorre apenas nos alvéolos e bronquíolos respiratórios (unidade respiratória). Porém, principalmente nos alvéolos.
A figura a baixo mostra uma unidade respiratória:
O processo de difusão já foi estudado em aulas do início do curso de fisiologia, mas consiste basicamente no movimento aleatório das moléculas através de todas as direções, passando através da membrana respiratória. Lembrem-se, a membrana respiratória também é uma bi-camada lipídica, e o oxigênio e o dióxido de carbono passam tranquilamente através dela.
Na fisiologia, além do estudo da difusão dos gases, estudamos também a intensidade com que essa difusão ocorre.
- Difusão de Gases através da Membrana respiratória:
A unidade respiratória, representada na figura a cima, é composta pelos bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares e os alvéolos. Existem cerca de 3.000.000 de alvéolos em cada pulmão, e entre os alvéolos existe uma grande quantidade de vasos capilares, formando uma rede capilar. Como as membranas de ambos (alvéolos e capilares) são extremamente finas, o sangue fica muito próximo dos gases alveolares.
Observem a distribuição dos capilares na parede alveolar, apresentado na porção A da figura:
Na porção B da mesma figura, observamos um corte transversal da parede alveolar, mostrando a proximidade entre os vasos sanguíneos e seus capilares dos alvéolos.
A próxima figura mostra a relação de troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de dióxido de carbono) entre o sangue e alvéolo. Lembrem-se que esses dois gases passam com facilidade pelas membranas compostas por bi-camadas lipídicas:
- Troca gasosa com os tecidos:
O oxigênio se liga à hemoglobina para ser transportado para os tecidos. A quantidade de oxigênio ligado à hemoglobina (% de saturação das hemoglobina), depende da pressão do oxigênio (quantidade de oxigênio) disponível no sangue.
Onde temos uma maior quantidade e consequentemente uma maior pressão de oxigênio no sangue? Nos capilares alveolares. Aqui, o oxigênio se liga e ocupa uma grande porcentagem da capacidade de transporte da hemoglobina. Nos capilares dos tecidos, conforme vai percorrendo o corpo, a concentração de oxigênio é menor e isso induz as moléculas a se desligarem da hemoglobina e se difundir para os tecidos.
É assim que nossos tecidos mais longínquos conseguem receber oxigênio através das hemoglobinas e do transporte sanguíneo.
Observe o gráfico, conhecido como curva de dissociação do oxigênio - hemoglobina:
- Regulação da Respiração:
O sistema nervoso normalmente ajusta a intensidade da ventilação alveolar de forma quase precisa às exigências corpóreas, de modo que as pressões do oxigênio e do dióxido de carbono no sangue arterial pouco se alteram, mesmo durante a atividade física intensa e outros tipos de estresse respiratório.
- Centro Respiratório:
O centro respiratório se compõem por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral.
Esse centro respiratório se divide em três agrupamentos principais de neurônios:
- Grupo respiratório dorsal - situado na porção dorsal do bulbo, responsável principalmente pela inspiração;
- Grupo respiratório ventral - localizado na parte ventrolateral do bulbo, encarregado basicamente da expiração;
- Centro Pneumotórax - encontrado na porção dorsal superior da ponte, controla a frequência e a amplitude respiratória.
Como ocorre o controle químico da respiração? Através de mudanças na quantidade de dióxido de carbono (para mais) e nas alterações de pH (para menos, quando fica mais ácido o sangue), como mostra a figura a baixo. Quando um dos dois tem valor alterado, o centro respiratório estimula a frequência respiratória, eliminando maior quantidade de dióxido de carbono.
Observe na próxima figura os efeitos do exercício físico sobre a ventilação pulmonar:
Bom pessoal, para a introdução da Fisiologia Respiratória o que eu queria passar mesmo era isso.
Bons estudos.
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