segunda-feira, 6 de maio de 2019

Sistema Digestório

Boa tarde pessoal,
hoje, na disciplina de Anatomia Humana, vamos falar um pouco sobre Sistema Digestivo.

O resumo é baseado no capítulo 10 do livro Anatomia Humana Básica do Dangelo e Fattini.

Para que o organismo se mantenha vivo e saudável, é necessário que ele receba nutrientes constantemente. Porém, muitos dos alimentos ingeridos por nós e pelos animais não são absorvíveis, ou seja, precisam passar por alterações físicas e químicas para serem aproveitados pelo organismo em questão. Para isso que serve nosso sistema digestivo, os órgãos componentes deste sistema possuem a função de: mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos e a expulsão dos resíduos (sob a forma de fezes).

- Divisão do Sistema Digestivo:

Reconhece-se, no sistema digestivo, um canal alimentar e os órgãos anexos.

Canal alimentar: órgãos situados na cabeça, no pescoço, no tórax, no abdome e na pelve.
Órgãos anexos: glândulas salivares, fígado e pâncreas.

O canal alimentar inicia-se na cavidade bucal, continua pela faringe, esôfago, estômago, intestinos (delgado e grosso), termina no reto, que se abre para o meio externo pelo ânus. Assim, o canal alimentar é aberto nas duas extremidades (boca e ânus). 


- Boca e Cavidade Bucal:


A boca é a primeira porção do canal alimentar, comunicando-se anteriormente com o exterior, através de uma fenda delimitada pelos lábios, conhecida como Rima bucal, e posteriormente, com a parte bucal da faringe, através de uma região conhecida como istmo das fauces. 

A cavidade bucal é limitada lateralmente pelas bochechas, superiormente pelo palato e, inferiormente, por músculos que constituem o assoalho da boca. Nesta cavidade fazem saliência as gengivas, os dentes e a língua.

- Divisão da cavidade bucal:

A cavidade bucal é dividida em duas porções:

  1. Vestíbulo da boca;
  2. Cavidade bucal propriamente dita.
A primeira porção (vestíbulo da boca) é um espaço limitado por um lado pelos lábios e bochechas e por outro pelas gengivas e dentes. O restante (atrás dos dentes e gengiva) é a cavidade bucal propriamente dita.

- Palato

O teto da cavidade bucal é constituído pelo palato, onde conseguimos identificar duas porções principais, o palato duro, anterior e ósseo, e o palato mole, posterior e formado por músculos.
A função do palato é separar a cavidade bucal da cavidade nasal.

Do palato mole, no plano mediano, projeta-se uma saliência cônica, a úvula e, lateralmente, duas pregas denominadas Arco palatoglosso (a mais anterior) e arco palatofaríngeo (a mais posterior), produzidos por músculos que recebem os mesmos nomes dos arcos. Entre estes dois arcos existe a fossa tonsilar, ocupado pelas nossas amígdalas (tonsilas palatinas).

Como dito anteriormente, o istmo das fauces conecta a cavidade bucal com a parte bucal da faringe: superiormente, está limitado pela úvula; lateralmente, pelos arcos palatoglossos e, inferiormente, pelo dorso da língua.

- Língua:

É um órgãos muscular revestido por mucosa e que exerce importantes funções na mastigação. na deglutição, como órgãos gustativo e na articulação das palavras.

Sua face superior é denominada dorso da língua. Nesta, na junção dos dois terços anteriores com o terço posterior, nota-se o sulco terminal, que divide a língua em duas porções: corpo, anterior, e raiz, posterior.

A observação da mucosa que reveste o dorso da língua permite, facilmente, identificar papilas linguais (projeções), que podem ser de vários tipos. As maiores delas, facilmente identificáveis, normalmente se dispõem no formato de V, logo adiante do sulco terminal, são as denominadas papilas valadas. Nestas, como nos outros tipos de papilas, localizam-se os receptores gustativos, por isso, muitos cientistas as chamam de papilas gustativas.



- Dentes:

Os dentes são estruturas rígidas, esbranquiçadas, implantadas em cavidades da maxila e da mandíbula, denominadas alvéolos dentários. Em cada dente, distingue-se três porções: uma raiz, implantada no alvéolo. A coroa, livre, e entre elas uma zona estreitada, conhecida como colo, que é circundada pela gengiva.

No homem adulto, há 32 dentes, sendo oito incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares.


No homem há duas dentições, a primária (que conhecemos como de "leite"), com 20 dentes, posteriormente substituídos pela permanente, com seus 32 componentes.

- Glândulas Salivares:

As glândulas salivares são consideradas anexos do sistema digestório, mas, devido a sua relação com boca, as descrevemos aqui. Elas são responsáveis pela secreção da saliva e, apesar de numerosas, para nosso estudo são relevantes as glândulas salivares chamadas Extraparietais, que compreendem três pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais:

  • Glândula Parótida: está situada lateralmente na face a anteriormente ao pavilhão do ouvido externo. Seu canal excretor, o ducto parotídico, abre-se no vestíbulo da boca. O processo infeccioso que se assesta na parótida é conhecido com Caxumba.
  • Glândula Submandibular: localiza-se anteriormente à parte mais inferior da parótida, protegida pelo corpo da mandíbula. O ducto submandibular abre-se no assoalho da boca, abaixo da língua, próximo ao plano mediano.
  • Glândula sublingual: é a menor das , situando-se lateral e inferiormente à língua, sob a mucosa que reveste o assoalho da boca. Sua secreção é lançada na cavidade bucal, sob a porção mais anterior da língua, por canais que desembocam independentemente por uma série de orifícios no assoalho da cavidade da boca.


- Faringe:

A parte bucal da faringe comunica-se com a cavidade bucal propriamente dita através do istmo das fauces. Conecta-se com a laringe pelo ádito da laringe (anteriormente) e psoteriormente é continuada pelo esôfago.

A musculatura da faringe é estriada. Na deglutição, o palato mole é elevado bloqueando a continuidade entre a parte nasal da faringe e a parte bucal da mesma. Deste modo, o alimento é impedido de passar para a nasofaringe e, eventualmente, de penetrar na cavidade nasal. Por outro lado, a epiglote fecha o ádito da laringe, evitando que o alimento penetre no trato respiratório.

- Esôfago:

É um tubo muscular que continua a faringe e é continuado pelo estômago. Pode-se distinguir três porções do esôfago: cervical, torácica e abdominal, sendo a torácica a maior delas.

No tórax, o esôfago situa-se ventralmente à coluna vertebral e dorsalmente à traqueia, estando próximo da aorta. Para atingir o abdome, ele atravessa o músculo diafragma e, quase imediatamente, desemboca no estômago. A luz do esôfago aumenta durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura de sua parede. 

Estes movimentos, próprios de todo o canal alimentar, são os chamados movimentos peristálticos, e a capacidade de realizá-los recebe o nome de peristaltismo.



- Abdome: generalidade:

Os órgãos descritos até aqui, com exceção da porção mais caudal do esôfago, estão situados na cabeça, pescoço e tórax. O restante do canal alimentar localiza-se no abdome.

- Diafragma: o abdome encontra-se separado do tórax, internamente, pelo músculo diafragma. O diafragma apresenta uma parte tendínea, o centro tendíneo, e outra carnosa, periférica, que se prende às 6 últimas costelas, extremidade caudal do esterno e À coluna vertebral. A aorta, a veia cava inferior e o esôfago atravessam o diafragma passando pelo hiato aórtico, forame da veia cava e hiato esofágico, respectivamente. O músculo diafragma também exerce importante função na mecânica respiratória.


- Peritôneo: Os órgãos abdominais são revestidos por uma membrana serosa, o peritôneo, que apresenta duas lâminas principais: o peritôneo parietal, que reveste as paredes da cavidade abdominal e o peritôneo visceral, que envolve as vísceras.

As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas uma cavidade virtual, conhecida como Cavidade Peritoneal.
Alguns órgãos abdominais situam-se junto da parede posterior do abdome, sendo que, neste caso, o peritôneo parietal é anterior a eles, assim, essas vísceras recebem o nome de retroperitoneais (rins, pâncreas...). 


Muitas outras vísceras, porém, salientam-se na cavidade abdominal, destacando-se da parede, e o peritôneo que as reveste as acompanha, de modo que, entre o órgão e a parede, forma-se uma lâmina de peritôneo conhecida como Meso ou Ligamento. Outras vezes, essas pregas se estendem entre dois órgãos que recebem o nome de Omento.





- Estômago:

É uma dilatação do canal alimentar que se segue ao esôfago e continua com o intestino. Está situado logo abaixo do diafragma e sua maior porção fica ao lado esquerdo do nosso plano mediano.

Apresenta dois orifícios, um proximal, de comunicação com o esôfago - o Óstio Cárdico. E outro distal, o Óstio Pilórico, que se comunica com a porção inicial do intestino delgado, o Duodeno. Aqui, no óstio pilórico, é onde se encontra o piloro, responsável pelo mecanismo de abertura e fechamento do óstio pilórico, regulando o trânsito alimentar.

O estômago é dividido nas seguinte porções:
  1. Parte cárdica (cárdia) - corresponde à junção com o esôfago;
  2. Fundo - situada superiormente a um plano horizontal que tangencia a junção esôfago-gástrica;
  3. Corpo - corresponde à maior parte do órgão;
  4. Parte pilórica: porção terminal, continuada pelo duodeno.

 As duas margens do estômago recebem o nome de curvatura maior (à esquerda) e curvatura menor (à direita).

A mucosa do estômago apresenta numerosas pregas, de direção longitudinal (predominante), que desaparecem com a distensão do órgão.

- Intestino:

O estômago é continuado pelo intestino delgado e este, pelo intestino grosso. Essas duas denominações surgiram devido ao calibre dessas porções.


- Intestino Delgado:

Dividido em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo (nessa ordem, a partir do estômago).

O duodeno inicia-se no óstio pilórico e termina ao nível de uma angulação brusca, conhecida como flexura duodenojejunal. É bem fixo, praticamente inteiro retroperitoneal, apresentando a forma de um arco em forma de U aberto para a esquerda e para cima, aparentando "abraçar" a cabeça do Pâncreas.


No duodeno desembocam os ductos Colédoco (que traz a bile) e Pancreático (que traz a secreção pancreática).

O jejuno não possui um limite completamente definido para o íleo, porém ambos constituem a porção móvel do intestino delgado, iniciando-se na flexura duodeno-jejunal e terminando no início do intestino grosso onde se abre pelo óstio íleo-cecal. O jejuno e o íleo apresentam numerosas alças intestinais e está preso à parede posterior do abdome através de uma prega peritoneal ampla, conhecida como Mesentério.

A mucosa do intestino delgado apresenta inúmeras pregas circulares que se salientam na luz intestinal e aumentam a superfície interna da víscera.

- Intestino Grosso:

Constitui a porção terminal do canal alimentar, sendo mais calibroso e mair curto que o intestino delgado.
Difere do intestino delgado também, porque seu lado externo haustros (dilatações delimitadas por sulcos transversais). Além disso, possui três formações em forma de fita, as tênias, que correspondem a condensação da musculatura longitudinal e o percorrem em quase toda a extensão. Apresenta também acúmulos de gordura, os apêndices epiplóicos.


O intestino grosso é dividido nos seguintes segmentos:

  • Cécum: é o segmento inicial, com fundo cego, que se continua com o colo ascendente. Possui ainda o apêndice vermiforme, um prolongamento em forma de cilindro.
  • Cólon Ascendente: segue-se ao cécum e tem a direção cranial (para cima, ascendente), estando fixo à parede anterior do abdome. Sobe até o fígado e sob ele se flete para continuar no colo transverso. A flexão que marca o limite entre cólon ascendente e transverso é denominada Flexura Cólica Direita.
  • Cólon Transverso: é bastante móvel, estendendo-se da flexura cólica direita até à flexura cólica esquerda, onde se flete para continuar o colo descendente.
  • Cólon Descendente: inicia-se na flexura cólica esquerda e terminando, após um trajeto praticamente vertical, na altura de um plano horizontal que passa pela crista ilíaca.
  • Cólon Sigmoide: é a continuação do cólon descendente e tem trajeto sinuoso, dirigindo-se para o plano mediano da pelve onde é continuado pelo reto.
  • Reto: continua o cólon sigmoide e sua parte final, estreitada, chama-se canal anal, atravessa o períneo e se abre no exterior através do ânus.


- Anexos do canal alimentar:

As glândulas salivares já foram descritas, restando abordar o fígado e o pâncreas.

- Fígado:

É o mais volumoso órgão, localizando-se imediatamente abaixo do diafragma e à direita, embora pequena porção esteja no lado esquerdo, do abdome.

É considerado uma glândula, que desempenha importantes papéis nas atividades vitais do organismo, seja interferindo no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, seja secretando a bile ou participando dos mecanismos de defesa.

Duas faces são descritas: a diafragmática, em contato (obviamente) com o diafragma e a visceral, em contato com várias vísceras abdominais. Na face visceral, temos os lobos direito, esquerdo, quadrado e caudado. Na face diafragmática, os lobos direito e esquerdo são separados por uma prega do peritôneo, o ligamento falciforme.



Observe a figura a baixo:


Observe na figura que entre o lobo direito e esquerdo existe a vesícula biliar. Entre o lobo direito e o caudado há um sulco que aloja a veia cava inferior.
Entre os labos quadrado e caudado há uma fenda transversal, a porta do fígado, por onde passam os elementos que constituem o Pedículo hepático: artéria hepática, veia porta, ducto hepático comum, além de nervos e vasos linfáticos.

A bile, produzida no fígado, alcança os ductos bilíferos intra-hepáticos os quais, após diversas confluências, terminam por formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. Estes, ao nível da veia porta do fígado, se unem para formar o ducto hepático comum, um dos elementos do pedículo hepático.
O ducto hepático comum conflui com o ducto cístico, que drena a vesícula biliar, formando-se o ducto colédoco. Este último se abre no duodeno, quase sempre junto com o ducto pancreático (canal excretor do pâncreas).

A bile não flui, então, diretamente do fígado para o duodeno.

- Pâncreas:

Depois do fígado é a glândula anexa mais volumosa no sistema digestivo. Situa-se posteriormente ao estômago, em posição retroperitoneal, estando assim fixada à parede posterior do abdome.

Reconhecem-se três partes nesse órgão, a cabeça (extremidade direita, dilatada), em contato com o duodeno. um corpo, transversal, e uma cauda (extremidade esquerda), afinada, situada perto do baço. 

O pâncreas é uma glândula exócrina e endócrina. A secreção endócrina é a insulina, enquanto a exócrina é o suco pancreático.

O suco pancreático é recolhido por ductos que confluem, quase sempre, em dois canais: o ducto pancreático e o ducto pancreático acessório (menor). Na sua terminação, o ducto pancreático acola-se ao ducto colédoco para desembocar no duodeno por um óstio comum. 


Bons estudos pessoal!

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