Bom dia pessoal,
hoje vamos falar sobre um tema muito comum na atualidade, o estresse.
Primeiro, vamos tentar entender o estresse.
Hoje, quando utilizamos o termo estresse, pensamos em uma coisa ruim. "Hoje estou estressado" ou "Esse estresse está me matando"... Mas será que o estresse é uma coisa ruim?
Pensando sobre o termo à luz da ciência, estresse seria qualquer estímulo ou situação que tira nosso corpo do equilíbrio. Envolve uma resposta coordenada por uma porção do nosso Sistema nervoso autônomo (inconsciente) conhecida como Sistema Nervoso Simpático, chamada de Resposta de Luta ou Fuga.
Mas por que Luta ou Fuga Bruno? Porque foi uma resposta desenvolvida exatamente para isso, ou para enfrentarmos um perigo ou para corrermos dele. Quando nos vemos em uma situação de perigo, o sistema nervoso Simpático ativa a glândula que fica em cima de nossos rins (supra-renal) e ela libera adrenalina e posteriormente cortisol.
É por conta desses dois hormônios que quando levamos um susto nosso coração acelera, nos sentimos mais fortes, mais focados e com uma capacidade mental elevada. Essas respostas corporais foram muito úteis para nossos ancestrais, os homens das cavernas, enfrentarem ou correrem de enorme bichos selvagens e sobreviverem para hoje estarmos aqui.
Essa resposta evolutiva então, foi muito útil e nos é útil até hoje, quando sentimos um frio na barriga antes de um primeiro encontro, ou antes daquela prova importante da faculdade.
O grande problema hoje é que conseguimos criar em nossas mentes estressores e problemas que muitas vezes não existem (fantasmas ou perigos imaginários).
Vivemos em meio ao caos de uma cidade grande, com milhões de informações chegando a nosso cérebro a todo momento. Aqui, o estresse agudo e evolutivo passa a ser um estresse crônico e patológico.
Vivemos em meio ao caos de uma cidade grande, com milhões de informações chegando a nosso cérebro a todo momento. Aqui, o estresse agudo e evolutivo passa a ser um estresse crônico e patológico.
Esse estresse crônico é também conhecido como não-adaptativo, pois não serve para evoluirmos ou para nos proteger de algum perigo, mas sim para desenvolvermos diversas patologias.
Falei ali em cima que quando nosso corpo responde a algum perigo, liberamos adrenalina e cortisol. Quando sofremos com um quadro de estresse crônico, liberamos cortisol e adrenalina sem que exista um perigo real (muitas vezes psicológico), e nosso corpo acaba recebendo grandes doses desses hormônios diariamente.
Aqui, temos a base de muitos problemas gerados em patologias psicológicas, como a Ansiedade, as crises da Síndrome do Pânico, dentre outras.
Mas Bruno, se esses hormônios são produzidos normalmente pelo nosso corpo, qual o problema de grandes quantidades do mesmo?
Aqui, para responder, pensem na resposta Luta ou Fuga (aumento da frequência cardíaca e consequentemente da pressão arterial, aumento da atividade cerebral e da atenção, maior disponibilidade de glicose no sangue para gerar energia...), quando esse quadro se repete continuamente, podemos desenvolver algumas doenças e sintomas:
Aqui, para responder, pensem na resposta Luta ou Fuga (aumento da frequência cardíaca e consequentemente da pressão arterial, aumento da atividade cerebral e da atenção, maior disponibilidade de glicose no sangue para gerar energia...), quando esse quadro se repete continuamente, podemos desenvolver algumas doenças e sintomas:
- Problemas cardíacos - aumento da pressão arterial, hipertrofia cardíaca, aumento do risco de infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca;
- Problemas psicológicos - estresse crônico gera mais estresse, afeta a formação de novas memórias, aumenta os níveis de agressividade e pesquisas atuais mostram que pode estar relacionado a uma diminuição no tamanho do cérebro!
- Outros problemas como o excesso de açúcar, que cronicamente pode levar a síndromes como a o Diabetes. Problemas com pressão arterial e outros problemas circulatórios podem elevar os riscos de um AVC (acidente vascular cerebral/encefálico).
Mas então, o que fazer?
Conforme avançam os estudos na área, muitos meios alternativos (que não o medicamentoso) são descobertos para tratarmos o estresse.
Sabe aquele tempo onde você joga vídeo-game e se diverte demais? Ou aquele ótimo tempo que você passa com seu filho? Com seu cônjuge? Com seus familiares ou amigos? Tudo isso colabora diretamente para redução dos níveis de estresse.
Praticar exercícios físicos, técnicas de auto-conhecimento como a meditação, consultar um psicólogo (por que não? Isso pode mudar e muito sua forma de se enxergar e de enxergar o mundo), técnicas como o mindfulness. Outro grande aliado no combate ao estresse é o contato direto com a natureza. Vá a parques com sua família, cachoeiras, lagos, qualquer local onde consiga um contato direto com a natureza e sinta a paz interna que isso nos trás.
Alguns casos, claro, precisam sim de intervenção médica e medicamentosa, porém busquem alternativas antes.
Para encerrarmos, muitos de vocês devem ter pensado em um exemplo clássico. Por que quando somos assaltados ou passamos por algum estresse muito grande, uma situação perigosa, travamos completamente?
Aqui, temos uma outra linha de respostas do nosso corpo. Psicólogos e neurocientistas acreditam que quando o nosso cérebro percebe que não vamos conseguir correr e nem lutar contra o perigo, podemos congelar (evolutivamente falando, servia para que o predador desistisse de nos atacar) ou até mesmo apagar, em um desmaio, outro esquema evolutivo para não sentirmos um possível ataque ou não registrarmos uma memória traumática do evento em questão.
Espero que essa matéria ajude muita gente a buscar soluções para controlar o estresse diário, visando evitar os problemas de saúde que podem ser gerados pelo mesmo.
Obrigado pela atenção!