terça-feira, 31 de agosto de 2021

Farmacologia - Introdução à Farmacocinética

Boa tarde pessoal,

Agora que terminamos o estudo das vias de administração, podemos começar a falar sobre Farmacocinética e Farmacodinâmica.

Nessa primeira aula sobre o assunto, vamos diferenciar essas duas grandes áreas de estudo da Farmacologia, mas nosso foco será a Farmacocinética.

Para sempre lembrar as diferenças básivas entre as duas, lembrem-se da figura abaixo:



Sim, utilizei todas as minhas habilidades artísticas para criá-la.

Mas resumindo: Farmacodinâmica descreve o que o fármaco gera de resposta em nosso organismo, através da formação do complexo fármaco-receptor! Lembrem-se, não existe qualquer tipo de ação sem a ligação a um receptor capaz de entender a mensagem do fármaco.

Enquanto a Farmacocinética é o contrário, o que o nosso corpo faz com o fármaco. E envolve as quatro letrinhas da figura ADME, que significam Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção.

Gosto muito das figuras para ajudar a entender:




segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Do que é feito nosso cérebro?

Bom dia pessoal,

Outras perguntas que também poderiam ser título desse post: O que comemos afeta o funcionamento ou até mesmo a estrutura do nosso cérebro? Do encéfalo? E do restante?

O que vocês acham?

Será que alimentos ricos em carboidratos, como um chocolate, por exemplo, são o tipo de alimento ideal para obter energia rápida e um aumento da atenção e de outros processos cognitivos? (quem aqui não levou um chocolate, balas e afins para o vestibular?),

Segunda-feira é dia de dica de vídeo, e para explorar as respostas de tantas perguntas, trago mais um vídeo TED que esbanja qualidade e didática:



Eai?

Repensaram alguns pontos da dieta? Vale a reflexão.

Atenção, o título da matéria pode ter levado muitos que já acompanham os materiais aqui a pensar que a resposta era Neurônios e Células da glia, as principais células do nosso Sistema Nervoso. Mas a matéria e o vídeo são sobre os nutrientes e todo o restante que realmente formam nosso tecido nervoso, inclusive as células citadas nesse parágrafo.

Boa semana meu povo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Prazer, Neuroanatomofisiologia

Boa tarde pessoal,

Hoje sai a matéria de boas-vindas para a disciplina de neuroanatomofisiologia, na nossa segunda aula, rs.

Na primeira semana de aula fiz uma apresentação e discutimos assuntos variados sobre neurociência, desde alguns conceitos básicos de neuroanatomia e neurofisiologia, psicofármacos e até a paralisia do sono. Foi uma primeira conversa muito bacana, bem rica em conhecimento.

Tá, mas e agora?



Hoje, em nosso segundo encontro, vamos conversar um pouco sobre Tecido Nervoso e Sinapses. Que são dois temas básicos e tijolinhos fundamentais na construção do conhecimento dentro da disciplina.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Prazer, Neuroanatomia!

Boa tarde pessoal,

Nossa primeira aula foi na semana passada, mas a matéria de boas vindas sai hoje. Sejam todos bem vindos a essa interessante (e um pouco complexa) jornada dentro da disciplina de Neuroanatomia.

Na semana passada discutimos um pouco sobre os Neuromitos e algumas características básicas do funcionamento do nosso cérebro.




Hoje nós daremos mais um passo, ampliando a nossa visão ao explorar conceitos básicos sobre o nosso Sistema nervoso. Quais os componentes? Quais as funções? São os órgãos que controlam o nosso sistema nervoso ou é o sistema nervoso que controla nossos órgãos?

Tudo isso, a nível de neuroanatomia, vocês encontram nesses dois links:

http://plantandociencia.blogspot.com/2019/05/anatomia-do-sistema-nervoso.html

http://plantandociencia.blogspot.com/2019/03/introducao-neuroanatomia-e.html


Aqui, além das boas vindas, gostaria de retomar um conceito que discutimos brevemente em nossa primeira aula: Neuroplasticidade ou Plasticidade Neural.

Antes de falar algumas coisas, assistam ao vídeo:



De uma forma bem resumida, gosto de visualizar o conceito de neuroplasticidade em três pontos específicos:

1. Ela é a base do nosso processo de formação de memórias e, assim, a base do nosso aprendizado. Quando aprendemos algo novo, a neuroplasticidade entra em ação e gera novas sinapses, e assim, esse novo conhecimento passa a fazer parte do seu arsenal de memórias. Ele não cessa em nenhuma idade, então podemos aprender algo novo ao longo de toda nossa vida, e se treinarmos ainda ficaremos bons nele (apesar de que sim, crianças e adolescentes aprendem com maior facilidade).


2. É a neuroplasticidade que garante a retomada de funções cerebrais pós uma lesão, pós um AVC. Em algum momento vocês já acompanharam um caso onde após um AVC, o paciente perdeu a sensibilidade, os movimentos de alguma região do corpo e, depois de um longo tratamento recuperou essas funções. 

Nós vimos que a neurogênese (formação de novos neurônios) acontece quase que exclusivamente no hipocampo. Se os neurônios que morrem em uma lesão não são repostos, as funções só podem ser retomadas a partir da plasticidade neural, o que é tão fantástico quanto nascerem novos neurônios.


3. Hábitos. Sim, hábitos entram no tópico 1, mas pense na capacidade infinita que temos de trocar nossos hábitos. Todos carregamos um ou mais péssimos hábitos que sabemos que custarão caro lá na frente, mas insistimos em carregá-los. Agora você não tem mais desculpa, pois seu cérebro é totalmente capaz de aprender novos comportamentos. 

É fácil? Não, nosso cérebro adora a zona de conforto e qualquer mudança, ainda mais de um caminho que ele já percorre sem esforço nenhum (hábito) gera sofrimento. Mas, esse sofrimento passa rápido, porque mesmo preguiçoso, nosso cérebro é extremamente adaptável (plástico).


Agora me contem aqui nos comentários: você está cuidando bem ou mal do seu cérebro com seus hábitos? Dá para mudar?


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Transtorno Bipolar

Bom dia pessoal,

Hoje vamos entender um pouco melhor o transtorno bipolar. 

Eu sei, em algum momento você já se declarou bipolar ou falou que alguém era bipolar, principalmente aquelas pessoas que apresentam variações de humor, as vezes de um instante para o outro.

Mas será que é tão simples assim?



O primeiro ponto que precisamos discutir é que o transtorno bipolar faz parte do conjunto conhecido como transtornos de humor. Ele se caracteriza por dois tipos de episódios: mania e hipomania.

Então, aquela pessoa (incluindo eu e você) que tem alterações de humor bruscas e muitas vezes a utilizam como desculpa por não ser legal com alguém, pode ser porque a pessoa é mimada, está sob um nível de estresse muito elevado (semana de provas, assumir um novo cargo...), tem um nível de inteligência emocional baixo... Menos que ela seja bipolar!

Esses dois estados de humor Mania (aumento de, exacerbação, euforia) e Hipomania (diminuição de, estado mais letárgico, semelhante a um quadro depressivo) não se alternam em minutos ou horas. Normalmente eles duram dias, podendo chegar a durar meses em um único estado. Além disso, as alterações afetam desde os comportamentos da pessoa até sua cognição, sua disposição. 

O transtorno em si causa alterações significativas na qualidade de vida da pessoa. E é completamente diferente das alterações estou legal-chato que vemos com mais frequência.

Tem uma figura que utilizo em minhas aulas que pode ajudar no entendimento das principais características desses dois estados. É como se o paciente alternasse de um episódio de muita animação, pensamentos acelerados, disposição enorme e menor necessidade de sono, para um estado de desânimo, letargia, falta de vontade, pensamentos mais lentos, muito semelhante a  um quadro depressivo.



Tem base genética? Tem. Então se alguém da sua família tem, você tem uma chance maior de desenvolver ou apresentar o transtorno. Você obrigatoriamente terá o transtorno? Não. A relação com o meio ambiente, sua história, suas memórias, seus estresses, tendem a ser o fator chave para o desenvolvimento ou não de uma doença que você carrega no seu DNA (alimentação, qualidade do sono e os hábitos são três dos fatores-chave para essa relação carrego no meu DNA, mas posso ou não desenvolver).

E tem cura?
Existem relatos de pacientes que apresentaram o transtorno bipolar por um período de suas vidas, mas na maioria dos casos exige tratamento e mesmo medicação por toda a vida do paciente.

Parece muito ruim quando falamos em tratar algo pela vida toda, mas com todos os avanços que temos hoje a qualidade de vida de um paciente bem assistido é muito boa, e no final é isso que importa.

Até hoje o "fármaco" mais utilizado é o lítio, e para demonstrar sua eficácia, existe uma figura do livro de neurociências do Beer que mostra claramente como o uso de lítio pode melhorar os quadros de mania e hipomania:


Reparem que cada linha é uma pessoa, um paciente. Os episódios destacados em verde são os episódios de mania, em roxo os depressivos (hipomania) e a linha contínua representa o uso de lítio.

Observe que existem pessoas que passam mais tempo em períodos de mania, outras em períodos de depressão, e varia também a quantidade de alterações, ou seja, com que frequência o paciente alterna entre um estado de humor e outro.

Em todos os casos mostrados, o uso do lítio cessa o surgimento de um dos dois estados, ou pelo menos deixa seu tempo de duração e seus sintomas mais brandos, o que por si só já melhora a qualidade de vida do paciente. Olhem com carinho o gráfico, da para aprender muito com ele.

Era isso pessoal, 
terça-feira que vem tem mais uma matéria sobre transtornos mentais!

Boa semana!