domingo, 20 de outubro de 2024

Como a desregulação da dopamina afeta nossa saúde mental?

Boa noite, pessoal.

Sim, eu continuo vivo.

E, para ressuscitar o blog, trouxe um tema cada vez mais comum: a desregulação dopaminérgica.

E, olha, salve alguns casos, tudo indica que a culpa é exclusivamente nossa! 

Ao que tudo indica, nossos hábitos atuais, principalmente os relacionados ao celular, estão claramente prejudicando nossa saúde mental.


Esse tema do desequilíbrio de dopamina no cérebro e sua relação com problemas psíquicos e vícios é muito relevante e vem sendo discutido cada vez mais, especialmente com a crescente dependência tecnológica, o aumento dos transtornos de ansiedade, depressão e o uso de substâncias viciantes. 

A dopamina é um neurotransmissor chave nos nossos sistemas de recompensa e motivação. Ela está ligada à sensação de prazer e à nossa capacidade de buscar recompensas. 

O que temos observado é que as situações da vida moderna — como o uso constante de redes sociais, videogames, pornografia, e o fácil acesso a substâncias como drogas e álcool — podem criar um ciclo de hiperestimulação dopaminérgica

Isso significa que atividades que antes eram prazerosas ou naturais, como interações sociais simples, atividades ao ar livre, ou até mesmo descanso, passam a parecer menos gratificantes em comparação a estímulos mais intensos e mais rápidos.

Esse fenômeno tem sido chamado de hiperestimulação dopaminérgica crônica, que leva a uma espécie de "tolerância". 

A pessoa acaba precisando de estímulos cada vez maiores para sentir prazer, o que pode gerar ciclos de dependência e desregulação emocional. Isso está intimamente ligado a transtornos como depressão, ansiedade e vícios comportamentais (como o vício em internet ou jogos - já deram uma olhada nos números dos brasileiros em apostas esportivas e tigrinho? São assustadores).

Na depressão, por exemplo, uma das teorias é que ocorre um desbalanço nos níveis de dopamina, o que resulta em uma falta de motivação ou anedonia (incapacidade de sentir prazer). 

No caso dos vícios, como em substâncias ou comportamentos que causam um rápido aumento da dopamina, há uma queda brusca logo após o uso, criando um ciclo onde o cérebro busca mais do estímulo para tentar voltar ao pico de prazer.

O sistema dopaminérgico não foi desenhado para lidar com estímulos tão intensos e frequentes como os da era moderna. O uso constante de tecnologias, as recompensas instantâneas, e o consumo de substâncias alteram profundamente o funcionamento dos nossos circuitos cerebrais, tornando-nos mais suscetíveis a vícios e a transtornos psíquicos.

Existem também estudos que mostram que práticas que envolvem gratificações mais sutis e graduais, como meditação, exercícios físicos ou atividade criativa, podem ajudar a "regular" o sistema dopaminérgico, permitindo que o cérebro volte a funcionar de maneira mais equilibrada.

No entanto, é importante lembrar que o sistema dopaminérgico é apenas uma parte de um quebra-cabeça maior na neurociência dos transtornos psíquicos e dos vícios. Fatores como genética, ambiente e outros neurotransmissores (como a serotonina e o GABA) também desempenham papéis cruciais.

No geral, faz bastante sentido associar esse desequilíbrio dopaminérgico ao aumento dos problemas de saúde mental e vícios, e compreender isso pode ser um passo importante para encontrar estratégias mais saudáveis de lidar com a vida moderna.

Ou seja, cuidem dos seus hábitos e das suas rotinas, o cérebro funciona e trabalha de acordo com o que fornecemos para ele. 

Beijos e se cuidem!

terça-feira, 12 de março de 2024

Transtornos Alimentares

Boa tarde, pessoal!

O tema de hoje, Transtornos Alimentares, é um tema sensível, assim como as imagens obtidas após uma pesquisa sobre os transtornos. Faz sentido? Muito. Os transtornos alimentares, principalmente quando derivados ou associados a episódios de compulsões, ricos em ansiedade, prejudicam demais o organismo no curto e, no longo prazo, pode até levar à morte.

Em nenhum momento da nossa história dispusemos de uma variedade tão grande de alimentos, especialmente os ricos em calorias (os que normalmente abraçam nossos cansaços, ânsias, estresses). Em nenhum momento da nossa história tivemos índices tão altos e alarmantes de Obesidade, caminhando lado a lado com os problemas cardiovasculares, como o infarto e o AVC.

Existe a base genética em todos os transtornos, mas não é só a genética que pode causar eles. Ao que tudo indica (e por tudo, quero dizer a tendência dos resultados das pesquisas dos últimos anos), o fator ambiental é o fator dominante. Ideais de imagem, traumas, hábitos... As opções beiram o infinito.

Mas, vamos entender um pouco mais sobre cada um dos principais transtornos?

 

terça-feira, 5 de março de 2024

Homeostase e Alostase! - Como meu psicológico afeta meu corpo?

Boa tarde, pessoal.

A matéria de hoje tem como base uma discussão apresentada no artigo "Resposta ao Estresse: Homeostase e teoria da Alostase. Na disciplina de Psicofisiologia, é parte do conteúdo da nossa terceira aula (artigo no sistema).




Sempre que falo de estresse, as pessoas já pensam em passar raiva. Não que as raivas que passamos não sejam por si só uma fonte de estresse, mas quando cito estresse aqui é no sentido de qualquer coisa (mudança de temperatura, por exemplo) que tira o nosso organismo do seu equilíbrio.

Esse equilíbrio interno do nosso organismo é chamado de Homeostase. Como se houvesse uma faixa de funcionamento ótimo para o nosso corpo.

- Pensem: nosso corpo tem uma temperatura correta para funcionar (37 graus), e ele se mantém nessa temperatura independente da temperatura do ambiente em que nos encontramos. Olha um exemplo bacana para entender um agente estressor: um ambiente a 20 graus exige que a fisiologia do nosso corpo se adapte para conseguir manter os 37 graus que precisa. 

Isso acontece com diversos parâmetros e mecanismos fisiológicos, e o conceito de homeostase fica mais interessante quando utilizamos a expressão: equilíbrio dinâmico, porque a todo momento as mudanças externas (meio ambiente) e internas (nossos próprios órgãos e sistemas) exigem que algum parâmetro se adeque à situação para que o corpo continue funcionando de uma maneira saudável.

Assim, podemos dizer que nosso corpo possui mecanismos de enfrentamento às condições adversas originadas tanto no ambiente externo como no ambiente social. 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Relação entre natureza. estresse e saúde mental

Bom dia, pessoal!

Saúde mental é preceito básico para qualidade de vida, não tem como fugir.

Sabemos que o estresse é um dos atores principais na perturbação da saúde mental, mas será que ele é tão ruim assim? Ou será que é o acúmulo dele que abalando pouco a pouco a saúde do nosso cérebro? 

O estresse nos movimenta, nos faz pensar em novas soluções, novas respostas, são os nossos desafios diários, motivadores. O problema, hoje, é que vivemos com um nível muito alto de estresse, aliado à infinidade de informações que recebemos diariamente com nossos telefones e afins. 

Tudo isso acumulando, poucas válvulas de escape! Pronto, uma bomba para saúde mental foi plantada. O acúmulo diário, a rotina, as contas, o trabalho, os estudos, os anseios sobre o futuro... Nenhuma válvula de escape: sem rotina de exercício, sem contato com a natureza, sem uma boa alimentação, sem tempo de qualidade com aqueles que amamos... Não tem saúde mental que aguente, e não aguenta mesmo, como podemos ver no gráfico abaixo, que mostra a ansiedade em meio aos nossos adolescentes:


O Brasil lidera o ranking desde 2017, sendo considerado o país mais ansioso do mundo!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Psicofármacos

Boa tarde, pessoal.

O tema da nossa discussão, hoje, são os Psicofármacos.

Não tem para onde correr, o aumento é assustador, as prescrições aumentaram drasticamente nos últimos anos (pandemia ajudou muito para isso), consumo explodiu, os efeitos colaterais do abuso começam a ficar cada vez mais claros.

É como se observássemos um gigantesco experimento com psicofármacos: ansiolíticos lideram a lista, mas não tão longe dos antidepressivos, dos anticonvulsivantes (sim, em pessoas que nunca tiveram uma convulsão), benzodiazepínicos... A lista vai crescendo.

Questão de saúde pública.

Mas, pensando nas drogas mais utilizadas aqui no Brasil, vamos entender um pouco do mecanismos de ação de cada uma delas, o “para que servem”, uso no Brasil e os principais efeitos colaterais:

 

Zolpidem:

- Mecanismo de ação: O Zolpidem é um medicamento sedativo-hipnótico que atua no sistema nervoso central, aumentando a atividade do neurotransmissor GABA, o que resulta em efeitos sedativos e hipnóticos.

- Para que serve: É utilizado principalmente para o tratamento de insônia.

- Uso no Brasil e no mundo: O Zolpidem é amplamente utilizado em todo o mundo para o tratamento de insônia, e é disponível no Brasil sob prescrição médica.

- Principais efeitos colaterais: Os efeitos colaterais comuns incluem sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça, problemas de coordenação, e possibilidade de desenvolvimento de dependência.

 

Vyvanse (Lisdexamfetamina):

- Mecanismo de ação: A Lisdexamfetamina é um estimulante do sistema nervoso central. Ela funciona aumentando a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina.

- Para que serve: É usado principalmente no tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos, bem como no tratamento do transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP).

- Uso no Brasil e no mundo: O Vyvanse é usado em vários países, incluindo os Estados Unidos, e tem uma versão similar disponível no Brasil sob prescrição médica.

- Principais efeitos colaterais: Os efeitos colaterais comuns incluem perda de apetite, insônia, nervosismo, dor de cabeça, e aumento da frequência cardíaca.