segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Química da Mente: o que um exame de sangue pode nos contar sobre a saúde mental

Boa tarde, pessoal!

Essa matéria da início a uma nova série aqui no blog, que também estará disponível no instagran (@plantando_ciencia) e no youtube (vou postar os vídeos aqui também). Uma série que fala sobre a Química da mente, mais especificamente como fatores, como alguns nutricionais, que podem ser dosados em simples exames de sangue, nos contam e muito sobre a nossa saúde mental.


Quando pensei na palestra, que na minha opinião é de suma importância para os cursos da saúde, mas em especial para a Psicologia, não imaginei que gostaria tanto do tema. Sério, é sensacional, e mostra claramente como nossa saúde mental é afetada pelos nossos hábitos e nossa rotina diária, em especial a alimentar e a de sono.

Cada dia que passa, a cada novo estudo apresentado na comunidade científica, fica mais e mais claro que a dicotomia corpo e mente não existe. Sim, são coisas distintas, mas como brinco com meus alunos: o que está dentro do nosso crânio, o encéfalo, controla todo o corpo. Enquanto o corpo, com seus preciosos e magníficos órgãos, é o responsável por abastecer  e limpar todo nosso sistema nervoso, e, em especial, nosso cérebro, que demanda uma energia danada (pesquisas mostram que ele consome cerca de 20% da nossa energia diária).

Mas vamos lá, entender melhor como podemos utilizar as Análises clínicas para obter informações sobre a saúde mental (e já aproveitando, check ups, pelo menos uma vez ao ano, são fundamentais para avaliar como está nosso organismo e, também, descobrir doenças ou alterações que podem levar a elas logo no início, o que melhora drasticamente o prognóstico),

Para começar a reflexão, lanço duas perguntas para já começar a fazer a cabeça de vocês ferver, rs:
1 - Como posso utilizar as análises clínicas (através do sangue) para procurar ou entender sintomas relacionados à saúde mental? Será que são parâmetros fáceis de se analisar?
2 - Por que um psicólogo deveria conhecer a biologia do seu paciente logo no início do processo terapêutico? Como isso poderia impactar o andamento desse tratamento?

Ao final das matérias dessa nova série, vocês serão capazes de responder essas perguntas (eu espero, rs).

Um exemplo para finalizar a introdução desse material:
Paciente TTSD, 59 anos, começou apresentar déficits de memória e confusão mental, sintomas nunca percebidos antes, nem pela família, nem pela paciente. O quadro parecia bastante com um início de Alzheimer.
Ao consultar o neuro, o mesmo pediu exames de imagem para verificar com precisão e também diversos exames de sangue, para fazer uma análise geral da paciente.
Ao saírem os resultados, observou-se que não existia qualquer indício de doença neurológica iminente (foi investigado principalmente devido a casos de doenças neurodegenerativas na família), porém, quando fizeram uma análise mais minuciosa do sangue da paciente, descobriram valores extremamente baixos de Vitamina B12.
E, para nossa surpresa na época, deficiência de vitamina B12 pode causar confusão mental, déficit cognitivo, problemas de atenção e memória, basicamente todos os sintomas apresentados.
Feita a reposição de Vitamina B12, o quadro da paciente apresentou uma melhora expressiva até o completo sumiço dos sintomas!

Uma vitamina, um enorme transtorno!

Analisando de outra forma, tudo isso foi feito rapidamente devido a um plano de saúde. Pensando no SUS, investigar primeiro os parâmetros sanguíneos torna o processo mais barato e mais rápido, e, caso o sangue não mostre alterações, ai partiríamos para o diagnóstico de imagem. Imagina o tamanho da economia quando inúmeros, provavelmente milhares de pacientes conseguirem um diagnóstico e, consequentemente, o devido tratamento, apenas com um exame de sangue!

É o tipo de conhecimento e possíveis políticas públicas onde todo mundo ganha.

Mas, por hoje é só pessoal!
Boas reflexões e até logo!!!

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