quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Aquela velha história de usarmos 10% do nosso cérebro

Boa noite pessoal,

Costumo começar minhas disciplinas de Neurociência (Psicobiologia/Psiconeurologia e Neuropsicologia e Doenças do Sistema Nervoso) buscando algumas informações prévias dos alunos. Isso, no meu primeiro contato com a turma logo no primeiro dia de aula, permite que eu adeque meus conhecimentos e minhas aulas ao conhecimento prévio da turma, fazendo com que a disciplina renda muito mais em nível de aprendizado do aluno.

Mas fora essa observação importante para qualquer disciplina, começo minhas aulas de Neurociência desmistificando algumas informações sobre o cérebro que são passadas de geração em geração, algumas já a muito séculos. Se podem ser consideradas mitos, claro que essas informações não condizem com o conhecimento científico atual.

O maior dos mitos em relação ao cérebro, ou pelo menos o mais conhecido pela população de uma forma geral, é aquele que fala sobre usarmos apenas 10% de nossa capacidade cerebral.
Inclusive, até filme existe sobre a teoria: chamado Lucy, com a Scarlett Johansson.


Uma frase muito comum advinda desse mito: "Se usamos apenas 10% atualmente, imagine o que poderíamos fazer utilizando 50%, 75% ou até mesmo 100%!!! "

Bom gente, sinto desapontar vocês, mas não usamos apenas 10% do nosso cérebro. De uma forma bem resumida, esse mito nasceu e se alastrou a partir de um dado científico sobre uso de uma porcentagem do cérebro para determinada tarefa. Na época, onde o conhecimento científico sobre o tema era muito pequeno comparado a hoje, pessoas que acreditavam em alguns poderes paranormais, como a telecinese, abraçaram e divulgaram a causa. 

Assim, pessoas normais utilizariam apenas 10% enquanto 100% só seria atingido por pessoas que conseguiam entortar garfos com a mente ou mover objetos com a força do pensamento.

Bom, cientificamente, nenhuma dessas coisas foram comprovadas. O que sabemos hoje é que, para realizar até algumas tarefas "simples", como resgatar uma memória de décadas atrás, utilizamos diversas regiões do nosso cérebro, tudo em uma sintonia belíssima. 
Nesse exemplo, diversas áreas do cérebro são ativadas, as teorias sobre localizações de memórias antigas em nosso córtex são interessantíssimas. 

Se só minhas palavras não foram suficientes para fazer vocês acreditarem, apreciem os textos linkados abaixo, são muito didáticos e explicativos, vale a pena ler:








Obrigado pela atenção!
Qualquer dúvida, comentem ou mandem e-mail.

Abraços



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