domingo, 9 de março de 2025

Formas Farmacêuticas: Conceito e Características

Bom dia, pessoal!

Continuando nosso estudo sobre farmacologia, nossa segunda aula é sobre formas farmacêuticas.

Na sala de aula e slides, dividimos as formas farmacêuticas em quatro, sendo elas: Sólida, Semissólida, Líquidas e Gasosas.

As formas farmacêuticas são as diferentes apresentações dos medicamentos, que têm como objetivo facilitar a administração, melhorar a absorção e garantir a eficácia terapêutica. Cada forma farmacêutica é projetada para que o fármaco seja liberado de maneira adequada no organismo, levando em consideração fatores como velocidade e local de absorção.

A escolha da forma farmacêutica depende de diversos fatores, como a via de administração, a condição clínica do paciente, a farmacocinética do medicamento e os objetivos terapêuticos.



Principais Formas Farmacêuticas e suas Características


1. Comprimidos

  • Definição: São formas farmacêuticas sólidas, geralmente de formato circular ou oval, que contêm fármaco e excipientes. Os comprimidos podem ser revestidos (com películas ou cápsulas) ou não.

  • Características:

    • Administração oral.

    • Geralmente são de liberação imediata.

    • Podem ter variações como comprimidos de liberação modificada, que permitem uma liberação prolongada do fármaco.

  • Exemplos:

    • Paracetamol (antipirético e analgésico).

    • Losartana (anti-hipertensivo).


2. Cápsulas

  • Definição: São formas farmacêuticas sólidas, compostas por uma cápsula de gelatina que envolve o princípio ativo e excipientes. Podem ser de liberação imediata ou modificada.

  • Características:

    • Administração oral.

    • A cápsula é de fácil deglutição e, muitas vezes, pode mascarar o sabor desagradável de certos fármacos.

    • Podem conter pó ou líquido no interior.

  • Exemplos:

    • Amoxicilina (antibiótico).

    • Ibuprofeno (anti-inflamatório).



3. Suspensões

  • Definição: São preparações líquidas nas quais o fármaco está disperso em partículas sólidas finas, que não se dissolvem completamente no veículo.

  • Características:

    • Administração oral.

    • Requer agitação antes do uso, pois o fármaco pode sedimentar no fundo do frasco.

    • Usadas principalmente para fármacos de baixa solubilidade.

  • Exemplos:

    • Dipirona (analgésico e antitérmico).

    • Antiácidos como hidróxido de magnésio.


4. Soluções

  • Definição: Preparações líquidas homogêneas, em que o fármaco está completamente dissolvido no veículo.

  • Características:

    • Administração oral ou parenteral.

    • A absorção do fármaco é mais rápida devido à total dissolução do princípio ativo.

    • A dosagem é precisa e fácil de ajustar.

  • Exemplos:

    • Dextrose (solução de glicose, usada em infusão intravenosa).

    • Cloreto de sódio 0,9% (solução salina isotônica).


5. Pomadas, Cremes e Géis

  • Definição: Formas farmacêuticas tópicas, destinadas a aplicação sobre a pele ou mucosas. A pomada é oleosa, o creme é uma emulsão e o gel é uma preparação contendo água e substâncias gelificantes.

  • Características:

    • Administração tópica.

    • Usadas para tratar condições locais, como dermatites, inflamações ou infecções cutâneas.

    • Pomadas têm maior poder de oclusão, enquanto os cremes são menos oleosos.

  • Exemplos:

    • Hidrocortisona (anti-inflamatório tópico).

    • Bacitracina (antibiótico tópico).


6. Xaropes

  • Definição: Soluções aquosas, geralmente com sabor doce, para administração oral.

  • Características:

    • Administração oral.

    • Muito utilizados em crianças, pois são palatáveis e de fácil ingestão.

    • Contêm princípios ativos dissolvidos em um veículo aquoso com adição de açúcares ou adoçantes.

  • Exemplos:

    • Xarope de guaifenesina (expectorante).

    • Xarope de dipirona (analgésico e antitérmico).


7. Injeções (Soluções Injetáveis)

  • Definição: Preparações líquidas destinadas a administração parenteral, geralmente por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea.

  • Características:

    • Administração parenteral (intravenosa, intramuscular ou subcutânea).

    • Permitem uma ação rápida do medicamento devido à absorção imediata.

    • Normalmente, são usadas para fármacos que necessitam de efeitos rápidos ou em situações de emergência.

  • Exemplos:

    • Dipirona injetável (analgésico e antitérmico).

    • Adrenalina (emergência, usado em reações alérgicas graves).


8. Supositórios

  • Definição: Formas farmacêuticas sólidas, projetadas para serem inseridas no reto, vagina ou uretra, onde o fármaco é liberado.

  • Características:

    • Administração retal ou vaginal.

    • Útil em pacientes com dificuldades para tomar medicamentos por via oral (como em vômitos ou dificuldades de deglutição).

    • Proporcionam liberação lenta do fármaco.

  • Exemplos:

    • Supositório de glicerina (laxante).

    • Paracetamol (antitérmico, em forma de supositório).


9.

  • Definição: Formas farmacêuticas sólidas, em que o fármaco está na forma de partículas finas. Podem ser administradas oralmente, ou preparadas para uso externo.

  • Características:

    • Administração oral ou tópica.

    • Muitas vezes são reconstituídos com um líquido antes do uso (como os antibióticos orais).

    • Exigem preparação e cuidadosa dosagem.

  • Exemplos:

    • Antibióticos em pó (ex. Amoxicilina em pó para suspensão oral).

    • Talco medicinal (para uso tópico).


10. Inalatórios

  • Definição: Preparações líquidas ou sólidas para administração via pulmonar, com a ajuda de dispositivos como inaladores.

  • Características:

    • Administração via inalação (pulmonar).

    • Usados para tratar condições respiratórias como asma e bronquite.

    • A absorção é rápida e a ação é local, no pulmão.

  • Exemplos:

    • Salbutamol (broncodilatador).

    • Beclometasona (corticosteroide inalatório).


Conclusão

As formas farmacêuticas têm um papel essencial na eficácia do tratamento, ajudando na liberação controlada dos fármacos e na melhoria da adesão do paciente ao regime terapêutico. A escolha correta da forma farmacêutica depende do medicamento em questão, da condição clínica do paciente e do objetivo do tratamento.

Para nossa segunda aula, era isso pessoal! Continuaremos na próxima com o tema: vias de administração, assim poderemos entrar na Farmacocinética!

Bons estudos!

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