Boa noite, pessoal.
Sim, eu continuo vivo.
E, para ressuscitar o blog, trouxe um tema cada vez mais comum: a desregulação dopaminérgica.
E, olha, salve alguns casos, tudo indica que a culpa é exclusivamente nossa!
Ao que tudo indica, nossos hábitos atuais, principalmente os relacionados ao celular, estão claramente prejudicando nossa saúde mental.
Esse tema do desequilíbrio de dopamina no cérebro e sua relação com problemas psíquicos e vícios é muito relevante e vem sendo discutido cada vez mais, especialmente com a crescente dependência tecnológica, o aumento dos transtornos de ansiedade, depressão e o uso de substâncias viciantes.
A dopamina é um neurotransmissor chave nos nossos sistemas de recompensa e motivação. Ela está ligada à sensação de prazer e à nossa capacidade de buscar recompensas.
O que temos observado é que as situações da vida moderna — como o uso constante de redes sociais, videogames, pornografia, e o fácil acesso a substâncias como drogas e álcool — podem criar um ciclo de hiperestimulação dopaminérgica.
Isso significa que atividades que antes eram prazerosas ou naturais, como interações sociais simples, atividades ao ar livre, ou até mesmo descanso, passam a parecer menos gratificantes em comparação a estímulos mais intensos e mais rápidos.
Esse fenômeno tem sido chamado de hiperestimulação dopaminérgica crônica, que leva a uma espécie de "tolerância".
A pessoa acaba precisando de estímulos cada vez maiores para sentir prazer, o que pode gerar ciclos de dependência e desregulação emocional. Isso está intimamente ligado a transtornos como depressão, ansiedade e vícios comportamentais (como o vício em internet ou jogos - já deram uma olhada nos números dos brasileiros em apostas esportivas e tigrinho? São assustadores).
Na depressão, por exemplo, uma das teorias é que ocorre um desbalanço nos níveis de dopamina, o que resulta em uma falta de motivação ou anedonia (incapacidade de sentir prazer).
No caso dos vícios, como em substâncias ou comportamentos que causam um rápido aumento da dopamina, há uma queda brusca logo após o uso, criando um ciclo onde o cérebro busca mais do estímulo para tentar voltar ao pico de prazer.
O sistema dopaminérgico não foi desenhado para lidar com estímulos tão intensos e frequentes como os da era moderna. O uso constante de tecnologias, as recompensas instantâneas, e o consumo de substâncias alteram profundamente o funcionamento dos nossos circuitos cerebrais, tornando-nos mais suscetíveis a vícios e a transtornos psíquicos.
Existem também estudos que mostram que práticas que envolvem gratificações mais sutis e graduais, como meditação, exercícios físicos ou atividade criativa, podem ajudar a "regular" o sistema dopaminérgico, permitindo que o cérebro volte a funcionar de maneira mais equilibrada.
No entanto, é importante lembrar que o sistema dopaminérgico é apenas uma parte de um quebra-cabeça maior na neurociência dos transtornos psíquicos e dos vícios. Fatores como genética, ambiente e outros neurotransmissores (como a serotonina e o GABA) também desempenham papéis cruciais.
No geral, faz bastante sentido associar esse desequilíbrio dopaminérgico ao aumento dos problemas de saúde mental e vícios, e compreender isso pode ser um passo importante para encontrar estratégias mais saudáveis de lidar com a vida moderna.
Ou seja, cuidem dos seus hábitos e das suas rotinas, o cérebro funciona e trabalha de acordo com o que fornecemos para ele.
Beijos e se cuidem!