sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Neurociência da dor - Parte 1

Boa noite, pessoal!

Dor, todo mundo já sentiu, e por mais que não pareça, isso é ótimo. 

E, dentre outros fatores como o medo, foi a dor que permitiu que você chegasse até aqui, inteiro o suficiente para ler essa matéria.

Vamos discutir as funções biológicas da dor, importantíssimas para a sbrevivência e aprendizado da nossa espécie, mas também vamos entender como ela funciona no nosso cérebro e, trazendo dados atuais do Brasil, como uma enorme parcela da população vem sofrendo com dores crônicas, um dos grandes BOs atuais da medicina e de toda área da saúde, pois afeta drasticamente a qualidade de vida desses pacientes.

A primeira pergunta que talvez venha à sua cabeça é: "como algo tão desagradável pode ser tão útil, professor?"

Para entender isso, vamos falar sobre as funções da dor. Podemos dividir em quatro funções principais:

- Proteção imediata: já reparou como os estímulos nocivos geram respostas rapidamente? Mas vamos enxergar de uma forma mais científica, repare na estrutura de um nociceptor (um receptor de dor espalhado pelo nosso corpo):


Um estímulo nocivo ativa rapidamente um nociceptor, porque a resposta precisa ser rápida para evitar prejuízos grandes ao nosso corpo. Como o que acontece no reflexo de retirada, quando você encosta em algo muito quente e tira rapidamente a mão, quase que de forma involuntária, antes mesmo de sentir a queimadura. Ativando rapidamente o nociceptor, o estimulo nocivo faz com que a mensagem chegue rapidamente até à medula e, enquanto uma parte caminha para o encéfalo onde será "percebida a dor", outra parte ativa um neurôniozinho bem ligeiro que fica na medula, o interneurônio, que ao receber a informação de perigo já estimula ele mesmo os neurônios motores do mesmo nervo, fazendo com que tiremos a mão antes de sentir a dor. 

Assim, evitamos maiores estragos com a queimadura! 

Sensacional, né?