Boa tarde pessoal, quanto tempo.
Hoje vamos conversar um pouco sobre o estresse e como utilizar nosso cérebro para lidar com ele, aumentando nossa qualidade de vida.
Não adianta, ele faz parte da nossa vida, da nossa rotina, estando presente em menor ou maior quantidade em nossas vidas. Viver sem ele é impossível, então precisamos aprender a lidar com ele, amansando esse possível monstro, que vem engolindo a nossa saúde nas últimas décadas.
Ambientes tóxicos, uma montanha de contas no mês de janeiro, bicho pegando para todo lado. O resultado? Estresse e mais estrese.
Estresse na Fisiologia é qualquer fator que altera o equilíbrio do nosso organismo (quem dera fosse simples assim, rs). Aqui, estamos falando do estresse rotineiro, aquele que martela na cabeça, que faz nossa memória ir pro espaço, nossa atenção e rendimento diminuir, que colabora muito para nossas alterações de humor (raramente positivas, rs).
O estresse dessa figura:
Mas dá para controlar o estresse? Diminuir?
Sim, principalmente controlar os efeitos dele em nossa saúde física e mental. Seria mais ou menos aquela história de domar o estresse, encontrando válvulas de escape saudáveis para manter a qualidade de vida em meio a momentos de caos.
No nosso cérebro, o resultado direto do estresse envolve duas regiões muito interessantes: O sistema límbico e o córtex pré-frontal.
Um exemplo bem simples para entender o papel de cada um: o sistema límbico (e as porções que fazem parte dele) é o responsável pela resposta emocional envolvida em uma experiência - algo como as reações emocionais de cada coisa que fazemos, pois nenhuma experiência humana é isenta de carga emocional (amém, rs), e o sistema límbico é o responsável por isso.
O córtex pré-frontal, por sua parte, seria a porção responsável por sentir as sensações envolvidas com a experiência. No sentido de sentir mesmo, consciente, como aquele orgulho depois de realizar uma tarefa com qualidade, ou ganhar um torneio importante.
Para quem quiser conhecer mais da neurociência do sistema límbico e do córtex pré-frontal, basta clicar aqui.
Richard Davidson, do laboratório para Neurociência Afetiva da Universidade de Wisconsin, descobriu em suas pesquisas que o grande controlador de estresse em nosso cérebro é o córtex pré-frontal esquerdo.
Observem o córtex pré-frontal na figura:
É quase que literalmente a região do seu cérebro que fica atrás da sua testa, rs.
Então, o controle do estresse é responsabilidade da região do córtex pré-frontal que se encontra no hemisfério esquerdo do nosso cérebro. Ótimo, mas como ele faz isso?
O córtex pré-frontal esquerdo tem a capacidade de diminuir a atividade do sistema límbico, mais especificamente de uma região conhecida como Amígdala, diretamente envolvida com o estresse.
Pensem da seguinte maneira: quanto maior o nível de estresse, maior a atividade da amígdala e de outras regiões do sistema límbico, isso gera um aumento do gasto de energia cerebral, gerando aquele cansaço mental típico depois de um dia de trabalho estressante.
Ok, mas e o papel da região pré-frontal esquerda? Ela consegue diminuir a atividade da amígdala, funcionando como um regulador natural de estresse do nosso cérebro.
Interessante, certo?
Mas tem mais.
Mas tem mais.
Davidson e seu grupo de pesquisa também descobriu que as pessoas podem ser dividas em dois grupos, as que tem uma atividade do córtex pré-frontal maior (mais equilibradas emocionalmente, pensam mais antes de agir, melhor em controlar impulsos) enquanto outras pessoas tem o domínio de atividade na porção direita da região pré-frontal (mais reativas, com um nível de inteligência emocional menor, tendem a ser mais impulsivas).
Os resultados do trabalho demonstraram que quando estamos vivendo situações estressantes, difíceis, os níveis de atividade da região direita do córtex pré-frontal são maiores que as da esquerda. Enquanto nos momentos de relaxamento, de menos estresse, a região esquerda tende a estar mais ativa.
Para vocês terem ideia, esse balanço entre as regiões direita e esquerda do córtex pré-frontal tem relação até com as variações de humor que experimentamos ao longo do dia - domínio da região esquerda, maior tendência a pensamentos positivos ao longo do dia. Domínio da região direita maior tendência a pensamentos negativos, desenvolvimento de ansiedade, depressão...
A boa notícia?
Nosso cérebro é treinável, plástico, e um excelente aprendiz.
Como melhorar essa relação e nossa inteligência emocional? (responsabilidade afetiva e outros importantes parâmetros para qualidade de vida nossa e das pessoas que nos rodeiam podem ser acrescentados aqui também).
Três passos que parecem ser indispensáveis de acordo com muitas pesquisas e um pouco de experiência pessoal:
1 - Exercício físico:
A atividade física, independente de qual modalidade estamos falando, trás benefícios para nosso cérebro e saúde mental de uma forma geral, incluindo diminuindo os níveis de estresse mental. Os resultados são mais evidentes ainda quando falamos de exercício aeróbico. Faz sentido pois eles melhoram a circulação sanguínea em nosso corpo e cérebro, mais sangue, mais oxigênio, mais energia e disposição para nossa mente.
2 - Alimentação:
O cérebro e suas células são formados e sobrevivem através do uso de nutrientes, vitaminas e etc., que em sua maioria precisam vir de nossa alimentação.
Não adianta escapar, a alimentação saudável, com a presença de gorduras boas como ômega 3 e 6, tende a beneficiar nossa saúde no geral e também nossa saúde cerebral/mental, melhorando nossas capacidades cognitivas.
Então, nunca mais devo comer "bobeiras"?
Eu não vejo sentido em uma vida sem hambúrguer com batata e maionese, pizza e afins (salve casos específicos de saúde). O que vai mandar aqui é o equilíbrio. Esse tipo de alimento não pode ser a base principal da sua alimentação, pois ai os malefícios superam em muito os benefícios.
Eu não vejo sentido em uma vida sem hambúrguer com batata e maionese, pizza e afins (salve casos específicos de saúde). O que vai mandar aqui é o equilíbrio. Esse tipo de alimento não pode ser a base principal da sua alimentação, pois ai os malefícios superam em muito os benefícios.
Porém, usadas de forma estratégica, nos geram prazer e podem ser ótimos aliados no combate ao estresse. Ou você nunca tomou uma cerveja com seus amigos para desestressar? Ou pediu/fez alguma comida maravilhosa com seu parceiro? Tá perdendo então, rs.
Aparenta ser bem clara a relação entre meditar e diminuir o estresse. Além disso, a meditação e outras técnicas de respiração tender a aumentar o controle emocional da pessoa frente às adversidades da vida, ou seja, provavelmente tem um efeito interessante sobre o córtex pré-frontal esquerdo, auxiliando no controle do estresse e das respostas emocionais. Fantástico, né?
Pensem: técnicas de respiração colaboram com o processo de captar oxigênio nos pulmões, devido à respiração mais calma. Mais oxigênio no sangue, mais oxigênio no cérebro, e o oxigênio é um dos principais combustíveis dos nossos neurônios. Com mais combustível, nosso cérebro pode trabalhar de maneira mais eficiente, o que reflete diretamente na nossa criatividade, atenção, memória...
E, na redução do estresse, que é o foco inicial de toda essa discussão.
Pensem se vocês mesclarem meditação com exercício aeróbico dentro da sua rotina, ainda com uma base principal de alimentação mais saudável, menos tóxica para o nosso organismo, tudo isso tornará vocês cada vez mais aptos a lidarem com o estresse do dia a dia, garantindo saúde física e emocional/mental ao longo dos desafios da vida.
Continua...